O Boavista saiu derrotado da primeira deslocação da época por dois tentos sem resposta. O resultado não reflecte o equilíbrio global do encontro, em que o Varzim acabou por beneficiar de uma elevada eficácia em termos ofensivos para vencer um jogo no qual, no cômputo geral, o empate seria o desfecho mais ajustado.
Para este duelo na casa varzinista, Rui Bento apostou no “onze” que iniciara a partida de abertura do campeonato, frente ao Vizela. O tradicional 4-3-3 foi o esquema utilizado, com Gilberto e Bruno Pinheiro a permanecerem nas alas do sector defensivo (na esquerda e na direita, respectivamente) e Araújo e o capitão Jorge Silva no eixo. No meio-campo, um trio constituído por Bruno Monteiro em posição mais central e mais recuado, Pedro Moreira descaído sobre a direita e, mais sobre a esquerda, ligeiramente mais adiantado e com funções de organizador de jogo, o experiente Rui Lima. Na frente, no sector onde as trocas posicionais foram mais frequentes durante o encontro (de molde a confundir as marcações adversárias), o ponta-de-lança João Tomás, com Adriano e Sidnei no apoio (embora este último, sobretudo na primeira parte, aparecesse frequentemente como segundo ponta-de-lança). Na baliza, Sérgio Leite mantinha a titularidade que havia justificado frente ao Vizela
Entrou muito pressionante o Boavista, fortemente apoiado pelos cerca de mil boavisteiros que encheram o sector do estádio destinado ao clube visitante, mas rapidamente entrou numa toada de equilíbrio e indefinição, a típica fase de “estudo” mútuo entre as duas equipas, com alguns passes falhados de parte a parte. A equipa da Póvoa apresentava, nesse período, um ligeiro ascendente sobre a turma axadrezada, fruto do seu (natural) maior entrosamento, explorando as alas em situações de 2 para 1 para tentar penetrar no último reduto do Boavista. A dupla de centrais do Boavista, todavia, conseguia, com maior ou menor dificuldade, resolver os problemas, impedindo o Varzim de criar situações de perigo. Pouco a pouco, o Boavista foi acertando as marcações a meio-campo e começando a gizar bons lances ofensivos, principalmente pelo flanco esquerdo. Foi, aliás, do Boavista a primeira grande ocasião do jogo: aos 33 minutos, após uma boa variação de flanco por parte de Adriano, Gilberto, descaído para a esquerda na grande área do Varzim, cruzou para João Tomás que, por milímetros, não conseguiu fazer o desvio de cabeça que, com toda a certeza, permitiria inaugurar o marcador. Não aproveitou o Boavista… marcou o Varzim, três minutos depois, na sequência de um canto. De notar, contudo, que, na jogada da qual resultou o pontapé de canto, um defensor da formação da casa saltou, claramente, em falta com João Tomás, um erro da equipa de arbitragem que, infelizmente, acabou por ter interferência no resultado. A primeira parte não terminaria sem mais uma flagrante oportunidade para os axadrezados: aos 42 minutos, novamente João Tomás, que, após uma excelente desmarcação a um passe longo, rematou cruzado de pé esquerdo, com a bola a passar caprichosamente ao lado do poste. O intervalo chegava com um vantagem injusta por parte da equipa local, mas a sensação de que o BFC tinha capacidade para discutir o encontro e, quiçá, operar a “reviravolta” no marcador.
Pouco depois do reatamento, Rui Bento efectuou a primeira alteração, mantendo o mesmo esquema táctico: Zâmbia entrou para extremo-direito. O mais recente “reforço” axadrezado teve, na primeira vez que tocou no esférico, um boa ocasião para marcar: abertura inteligente de Rui Lima com o pé direito e Zâmbia acabou por não conseguir desfeitear o guardião varzinista, que fez muito bem a “mancha”. E, uma vez mais… quem não marca, sofre. Decorra o minuto 51, quando, numa jogada de contra-ataque, Miran surgiu isolado perante Sérgio Leite, este desviou para o poste, mas, com algum azar à mistura, a bola acabou por sobrar para Yazalde, que, em posição muito favorável, fez o 2-0. Rude golpe, obviamente, para as aspirações boavisteiras, após um início de segunda parte em que o Boavista havia surgido mais forte e mais acutilante que o Varzim.
Rui Bento ainda tentou, com duas substituições, animar a partida, fazendo entrar Diogo Fernandes para o lado-direito da defesa (saiu Araújo e passou Bruno Pinheiro para central) e Ivan Santos para as funções de “playmaker” (rendendo o esgotado Rui Lima). Entraram bem os dois jovens jogadores, mostrando bons atributos técnicos e muita vontade, mas tais argumentos acabaram por não ser suficientes para alterar o rumo do desafio numa fase em que o discernimento e, também, as forças (perante um opositor com mais tempo de preparação física neste início de temporada) escasseavam. Por isso, resumiram-se a um remate forte de Diogo Fernandes, na sequência de um livre mesmo ao “cair do pano”, as situações de realce que a partida teve a partir do segundo tento.
Em suma, há ainda muitas arestas por limar, é certo, pelo que será muito o trabalho que aguarda a equipa técnica liderada por Rui Bento (sendo que a interrupção dos jogos oficiais no próximo fim-de-semana poderá ser importante nessa perspectiva). No entanto, apesar da derrota (injusta), esta equipa mostrou atributos e capacidade para, durante a época, satisfazer os boavisteiros domingo após domingo. Os aplausos, no final da partida da grande falange de apoio axadrezada que hoje se deslocou ao estádio do Varzim SC provam-no... apoio esse que poderá ser, sem dúvida, um dos maiores “reforços” deste Boavista versão 2008/2009.
Numa verdadeira corrida contra o tempo, a SAD do Boavista, depois de, na semana passada, ter visto o seu PEC admitido pelo Fisco, conseguiu resolver o problema das dívidas com ex-atletas e inscrever a equipa de futebol profissional na LPFP. O BFC ultrapassou, assim, um dos problemas mais preocupantes (preocupação, essa, perfeitamente perceptível entre os sócios presentes na última reunião) que tinha de enfrentar, garantindo, desta forma, a presença nos campeonatos profissionais nesta temporada de 2008/2009. Evita-se, por conseguinte, pelo menos para já, o cenário de insolvência da SAD e a queda nos campeonatos distritais da AF Porto. Segundo a Dr. Adelina Trindade Guedes, administradora da SAD, foram inscritos 19 futebolistas (sendo que, obviamente, esta lista pode sofrer alterações até ao dia 31 de Agosto).
O Notícias do Bessa felicita, assim, a Administração da SAD liderada pelo Dr. Álvaro Braga Júnior por esta verdadeira vitória, a primeira, esperamos nós, de muitas nos desafios que o Boavista terá pela frente nos próximos tempos.
VIVA O BOAVISTA!!!
Em comunicado emitido hoje (Comunicado Oficial N.º 18/08-09 -http://www.lpfp.pt/SiteCollectionDocuments/Comunicado%20oficial%20018%20-Época%202008-2009.pdf), a Comissão Executiva da LPFP anunciou que o Boavista está autorizado a inscrever novos jogadores e a registar renovações de contrato, na sequência do Procedimento Extra-Judicial de Conciliação admitido no IAPMEI. Faltará, assim, resolver as dívidas a alguns ex-jogadores (entre os quais, segundo a Comunicação Social, estará Hélder Rosário) para confirmar a presença dos "axadrezados" nos campeonatos profissionais nesta época de 2008/2009.
Resta, também, obviamente, saber em que escalão jogará o Boavista: na Liga Sagres (para a qual conquistou, dentro de campo - afinal, onde estas questões devem ser resolvidas, o direito de disputar) ou na Liga Vitalis (a resolução da Comissão Disciplinar da LPFP aponta nesse sentido), dependendo da decisão que os Tribunais (que aceitaram as providências cautelares do BFC e do Dr. Gonçalves Pereira) tomarem acerca do "Interesse Público" levantado pela FPF.
Naquele que é, sem dúvida, um dos momentos mais delicados da história do Boavista Futebol Clube, o dia do 105.º aniversário do segundo clube mais antigo de Portugal marca o regresso do Notícias do Bessa. Este regresso é uma forma de mostrar que... NÓS ACREDITAMOS!
FORÇA BOAVISTA!!!
Sp. CovilhãxBoavista
(25/01; 16:00) - 15.ª Jornada
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