Segunda-feira, 17 de Março de 2008
Boavista 2 - Estrela da Amadora 1: ENTRADA FORTE NA 2.ª PARTE JUSTIFICA VITÓRIA SOFRIDA...MAS JUSTA

Boavista - Peter Jehle; Rissutt, Moisés (Diakité, 67min), Marcelão e Brayan Angulo; Fleurival, Luís Loureiro e Jorge Ribeiro; Laionel (Gilberto, aos 82min), Mateus e Zé Kalanga (Hussaine, aos 60min) 

Treinador: Jaime Pacheco

 

Estrela da Amadora - Nélson; Rui Duarte, Maurício, Hugo Carreira e Hélder Cabral; Celestino (Rui Pedro, aos 81min), Fernando e Mateus; Pedro Pereira (Giancarlo, aos 66min), Anselmo e Vítor Moreno (Adul, ao intervalo)

Treinador: Daúto Faquirá

 

O Boavista somou hoje a segunda vitória consecutiva na Liga, derrotando, num Estádio do Bessa Século XXI bem composto de público (para isso ajudou o facto de o encontro ter decorrido num domingo à tarde, bem como os últimos bons resultados da equipa - o empate frente ao FC Porto e o triunfo no Restelo), o Estrela da Amadora por 2-1. Os "axadrezados" somam, assim, 31 pontos (15 pontos em 8 jogos na segunda volta...) e sobem ao 9.º lugar, em igualdade pontual com o 8.º (Marítimo) e com possibilidade de subir um "degrau" na classificação nos próximos dias, caso se confirme a perda de 6 pontos do Belenenses no "caso Meyong". Com 12 pontos de vantagem para o Paços de Ferreira (que ocupa o primeiro lugar que significa despromoção), 10 para o Leixões, 8 para a Académica e Naval (embora possam ser 5 para a Naval, novamente devido ao "caso Meyong") e 6 para o Estrela, tendo vantagem no confronto directo para todos estes adversários (excepto para a Naval, dado que falta a visita ao terreno dos figueirenses, derrotados por 2-0 no Bessa na primeira volta), o Boavista praticamente garantiu hoje a permanência, conseguindo, desta forma, o grande objectivo definido para esta época (tendo em conta toda a convulsão interna que afectou o BFC esta temporada). A apenas 2 pontos do 6.º lugar, os adeptos do Boavista sonham com a ida à Taça UEFA, corrida em que o BFC pode ser um "outsider". Acreditar não faz mal... pese embora não seja uma meta exigível ao plantel boavisteiro esta época.

Falando da partida de hoje propriamente dita, foi, do ponto de vista exibicional, menos exuberante que os restantes 6 jogos neste campeonato em que o Boavista saiu vencedor. Ainda assim, valeu principalmente pela verdadeira entrada de pantera na segunda parte, depois de um primeiro tempo morno, no qual a equipa mostrou alguma apatia.

Com apenas uma alteração relativamente ao "onze" que jogou de início com o Belenenses (regressou Marcelão para voltar a formar com Moisés o eixo da defesa), mantendo a aposta num tridente ofensivo bastante móvel, com Mateus preferencialmente no meio, Laionel na direita e Zé Kalanga na esquerda (embora, frequentemente, Mateus caísse numa das alas, Laionel aparecesse no meio e Zé Kalanga na direita). No entanto, na primeira parte, o Boavista mostrou alguma confusão em termos ofensivos, com pouca definição em termos posicionais no tridente ofensivo. Como resultado, os cruzamentos feitos por Zé Kalanga, Rissutt e Laionel acabaram por não ter um "destinatário" na grande área e, em algumas jogadas, apareciam dois homens a ocupar o mesmo espaço no sector ofensivo. Para dificultar a missão, alguma falta de agressividade colectiva da equipa permitiu que o Estrela da Amadora, embora inofensivo, conseguisse manter o jogo relativamente afastado da sua grande área. Todavia, Rissutt (sem grandes problemas a defender e muito empreendedor em termos ofensivos - foi um dos principais transportadores de jogo para o ataque) e Luís Loureiro (muito sóbrio em termos posicionais no "vértice" mais recuado do meio-campo, conseguindo gizar alguns passes de grande qualidade) eram os que mais se destacavam pela positiva.

Apesar de tudo isto, pertenceram ao Boavista as principais situações  de relevo no primeiro tempo. Destaque para uma excelente abertura, após uma recuperação de bola a meio-campo, de Zé Kalanga a isolar o compatriota Mateus; o avançado angolano, contudo, perdeu demasiado tempo a completar a recepção do esférico, permitindo ao central adversário recuperar posição, obrigando-o a recorrer ao remate quando poderia ter progredido mais (caso o domínio da bola em boas condições tivesse sido imediato). Outro lance causou algum "frissom" foi, talvez, a melhor jogada da primeira parte: Jorge Ribeiro desmarca Zé Kalanga na esquerda e este cruza para o "coração" da área, onde Rissutt, com um remate acrobático, obriga Nélson a uma defesa a dois tempos. E foi isto o que mais de importante teve uma primeira parte disputada a um ritmo relativamente baixo, com alguns passes falhados a meio-campo de parte a parte. No entanto, ainda houve "espaço" para o árbitro da partida, o major João Ferreira, errar, com prejuízo para o Boavista; três faltas claras à entrada da área ficaram por assinalar, privando, assim, os "axadrezados" de 3 livres bem ao jeito do pé direito de Marcelão ou do pé esquerdo de Jorge Ribeiro. Mesmo assim, o nulo ao intervalo era justo... 

À entrada para a etapa complementar do desafio, Daúto Faquirá foi o único treinador que "mexeu" (saiu Vítor Moreno para entrar Adul, na tentativa de dar mais profundidade ao flanco esquerdo do ataque), mas foi o Boavista quem surgiu transfigurado para melhor... muito melhor. Com muito mais agressividade e maior organização no ataque (Mateus deixou de deambular para as alas surgindo, finalmente, como ponta-de-lança), o Boavista entrou pressionante na segunda parte, procurando chegar o mais rápido possível à vantagem. Jorge Ribeiro e Fleurival surgiam mais afoitos e dinâmicos no apoio ao ataque, conseguindo abrir com mais rapidez e qualidade o jogo para os dois extremos. Foi, por isso, com naturalidade que o Boavista inaugurou o marcador aos 52 minutos: livre na direita, à entrada do meio-campo, cobrado por Rissutt, que bombeia a bola para o ataque. Fleurival, muito bem, pressiona o central Hugo Carreira e recupera o esférico, endossando-o a Mateus, que, depois de tirar Maurício do caminho, remata e forte e colocado de pé esquerdo, sem qualquer hipótese para Nélson. Sem dar tempo aos amadorenses para "respirar", o Boavista esteve muito próximo do segundo golo pouco depois, na sequência de um excelente trabalho de Jorge Ribeiro, que cruzou rasteiro ao segundo poste, com Zé Kalanga a falhar por muito pouco o desvio vitorioso. Não foi preciso, todavia, muito mais tempo para esperar pelo 2-0, já que, aos 60 minutos, Jorge Ribeiro (novamente lançado por Laionel) consegue romper a defesa estrelista e surgir isolado perante Nélson. O guardião internacional português parou à primeira o remate de Jorge Ribeiro, mas largou a bola para a frente, pelo que a insistência do esquerdino acabou por dar frutos. Dois golos de vantagem conseguidos logo a abrir e a primeira parte e ficava, assim, a ideia de o jogo estaria completamente controlado. E, de facto, o Boavista continuou, nos minutos seguintes, a não deixar o Estrela "respirar", visto que continuava a apostar na velocidade do seu tridente atacante para tentar ampliar a vantagem. Entretanto, Hussaine substituira Zé Kalanga - o qatari mostrou velocidade e grande capacidade técnica (muito forte no drible), mas alguma falta de objectividade, além de que foi um apoio pouco efectivo a Rissutt nas tarefas defensivas.

Aos 67 minutos, porém, a substituição forçada de Moisés (que, depois de uma primeira parte cvom um ou outro momento de intranquilidade, mostrou-se muito seguro no centro da defesa, ganhando, tal como Marcelão, muitos lances no jogo aéreo) por Diakité, com o malaio a ser adaptado a defesa-central (solução testada a meio da semana frente ao FC Porto, na Liga Intercalar), acabou por desorientar um pouco a equipa. O Estrela da Amadora, aproveitando, também, o facto de, ao mínimo contacto, o árbitro assinalar falta a favor da formação visitante (o número de livres que originavam cruzamentos de que a turma "tricolor" dispôs na segunda parte foi exageradíssimo), "cresceu" em campo e, com mais transpiração do que inspiração, conseguiu estancar as iniciativas ofensivas do Boavista e subir no terreno. Aos 71 minutos, devido a uma falha de marcação de Rissutt, Mateus (o do Estrela...) conseguiu ganhar a linha de fundo e endossar a bola para a pequena área, onde Giancarlo surgiu sozinho para a emenda. O Boavista tremeu, deorganizou-se e, perante a ameaça de poder não arrecadar os três pontos, voltou, um pouco, àquilo que tinha sido a primeira parte: muitos passes falhados na transição para o ataque e bola sistematicamente no adversário. Daúto Faquirá alterou o 4-3-3 inicial para uma espécie de 3-5-2, prescindindo de um extremo-direito (Pedro Pereira saíra para entrar Giancarlo) para subir o lateral-direito Rui Duarte (com total liberdade para atacar) e jogando com dois avançados: Giancarlo e Anselmo. Aliás, face ao estilo de jogo directo do Estrela (com o guarda-redes Nélson e o central Maurício a revezarem-se nos lançamentos longos para o ataque), Faquirá fez Anselmo (alto e forte no jogo aéreo) "encostar" em Angulo (que é relativamente baixo), bombeando a bola sobretudo para essa zona do terreno. Desse modo, e porque Laionel dava pouco apoio em termos defensivos ao lado esquerdo da defesa, a esmagadora maioria dos lançamentos feitos desde sectores mais recuados eram ganhos por Anselmo e, com Angulo deslocado para zonas mais interiores (também pela falta de segurança evidenciada pelo central que caía para a esquerda - Diakité), Rui Duarte tinha todo o espaço para progedir pelo flanco direito. Ou seja, o Boavista jogava com as faixas desprotegidas e os boavisteiros sofriam, pese embora o Estrela não tenha criado nenhuma clara ocasião de golo após o 2-1.

Aos 82 minutos, Pacheco conseguiu interpretar bem o jogo e acabou por efectuar uma alteração que, de certa forma, acabou por reequilibrar as operações e afastar o jogo da área "axadrezada": entrou Gilberto para o lugar de Laionel. Assim, Jorge Ribeiro (mais eficaz na organização do ataque do que nas tarefas defensivas, também em parte porque estava condicionado pelo cartão amarelo que vira nos festejos do segundo golo) pôde jogar mais livre (descaindo para a esquerda do ataque) e Gilberto passou a ser o médio-interior esquerdo da equipa, ajudando Angulo a fechar o flanco. Desta forma, o encontro seguiu numa toada relativamente morna até ao final, terminando com uma vitória, apesar de uma exibição algo sofrida, justa e que coloca o Boavista em posição muito mais tranquila na tabela classificativa. Apesar de a presença em provas europeias, nas circunstâncias em que esta época foi preparada e tem decorrido, não ser, de todo, exigível à equipa (e os adeptos estão bem conscientes disto), a família boavisteira tem legitimidade para acreditar que, ainda por cima jogando sem pressão que, naturalmente, estará sobre quem investiu muito mais no reforço do plantel, o Boavista pode chegar à Taça UEFA. A garra, o espírito de sacrifício e a qualidade nos processos ofensivos estão lá, falta, apenas, alguma solidez e, quiçá, matreirice na hora de defender e fechar os espaços ao adversário. Saiba o Boavista colmatar essas falhas e poderá transformar uma temporada que chegou a assumir contornos dramáticos (e quem diria, há uma volta - 15 jogos - atrás, que o Boavista estaria, a 7 partidas do fim, com uma vantagem folgada para as equipas que procuram fugir à despromoção) numa época de sucesso.

         VIVA O BOAVISTA!!!



publicado por pjmcs às 23:01
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