O Notícias do Bessa está de regresso após duas semanas de grandes convulções no universo "axadrezado". À derrota caseira com o Belenenses, que atirou a equipa para o penúltimo lugar da tabela classificativa, num jogo marcado pela grande contestação a Jaime Pacheco, o presidente João Loureiro tomou uma decisão inesperada, pediu a demissão. Era, no entanto, convicção quase generalizada de que Loureiro se iria recandidatar, de modo a poder continuar projectos como o aumento de capital da SAD ou a resolução progressiva de processos envolvendo antigos funcionários do clube. Nesse quadro, a demissão do Dr. João Loureiro apenas seria uma forma de antecipar em um mês as eleições, para dar à candidatura vencedora a possibilidade de assumir os destinos do clube a tempo de poder reestruturar o plantel da equipa de futebol na reabertura do marcado de transferências. Todavia, logo no dia seguinte, surgiu, com uma celeridade que surpreendeu, a primeira possibilidade de candidatura. Apoiado por António Cardoso, Joaquim Teixeira, engenheiro mecânico de 47 anos com grande experiência na gestão de empresas (é o "chairman" da Jotex Caldeiras) foi o primeiro nome lançado para a oposição à então mais que provável recandidatura de João Loureiro.
Ora, nos últimos dias, vários acontecimentos se precipitaram e que vão levar a mudanlas importantes na vida do clube. Joaquim Teixeira tem ganho grande élan, primeiro com um jantar extremamente concorrido na Universidade Católica e, hoje de manhã, com a apresentaçao oficial da sua candidatura, e, depois da surpreendente entrevista de João Loureiro, em que assumiu que, em definitivo, não vai ser candidato, o sócio 380 do BFC parece estar cada vez mais próximo de ser o novo presidente "axadrezado". Tanto mais que, neste momento, nãoo parece que estejam mais candidaturas na "calha" (o cenário mais provável é que haja uma única lista a ir votos), uma vez que Joaquim Teixeira parece recolher cada vez mais apoio dentro da família boavisteira. Com um discurso bastante cauteloso, sem fazer uma fractura marcada com a actual direcção (na abordagem do passivo do clube, por exemplo), Joaquim Teixeira, ainda assim, reúne, nesta altura, todas as esperanças boavisteiras num "renascer" do clube - cada vez mais descredibilizado ao longo dos últimos anos, com o reflexo mais óbvio disso mesmo a residir nos resultados da equipa de futebol (os boavisteiros, habituados a ver o seu clube a dignificar o futebol português nas Eurotaças, já não sabem o que é um jogo europeu desde o 24 de Abril de 2003, dia em que o Boavista foi injustamente derrotado pelo Celtic e, assim, afastado da sua primeira final europeia), sobre a qual, nesta altura, recai o espectro de uma até há pouco tempo completamente impensável descida de divisão. O treinador Jaime Pacheco, que, após ter saído, com o encerrar de um ciclo, no Verão de 2003, foi "chamado" por duas vezes para regressar ao Boavista, é, actualmente, alvo de grande contestação, face ao insucesso da sua passagem pelo Bessa e aos resultados modestos que tem averbado desde que substituiu Zeljko Petrovic. Joaquim Teixeira afirmou que a questão da continuidade de Pacheco não será abordada até assumir (se efectivamente foi o candidato vencedor) a presidência do clube, num sinal claro de que o treinador campeão pelo Boavista terá, nestes 3 jogos que faltam até à data das eleições, que mostrar serviço, sob pena de ser substituído no comando técnico do Boavista.
No entanto, há quem ainda acredite numa surpresa, que seria a candidatura de um dos "notáveis" boavisteiros próxima das eleições, falando-se em nomes como o eng. José Lello ou, então, o regresso do major Valentim Loureiro.
O Boavista enfrenta, perante tudo isto, um dos momentos mais decisivos da sua história. Perante a possibilidade cada vez mais (infelizmente) real de entrar no descrédito total, com a derrapagem descontrolada das contas em termos financeiros e a aflição em que a equipa de futebol pode "mergulhar", é necessária a união, mais do que nunca, nas hostes "axadrezadas" e que o projecto que venha a assumir os destinos do clube traga uma nova imagem ao Boavista. Recuperando os adeptos no estádio, a mística "axadrezada" (que fazia, num passando bem recente, com que os adversários viessem ao Estádio do Bessa jogar bastante condicionados) e a credibilidade, devolvendo o Boavista ao lugar que é seu: o estatuto de grande clube português, um dos quatro melhores a nível nacional. Há que acreditar!
VIVA O BOAVISTA!!!
Equipas prováveis
Boavista - Carlos; Rissutt, Ricardo Silva, Marcelão e Mário Silva; Fleurival, Diakité e Jorge Ribeiro; Mateus, Bangoura e Edgar
Treinador: Jaime Pacheco
Belenenses - Costinha; Amaral, Rolando, Hugo Alcântara e Rodrigo Alvim; Gabriel Goméz, Ruben Amorim e José Pedro; Silas; Roncatto e João Paulo Oliveira
Treinador: Jorge Jesus
O Boavista recebe amanhã o Belenenses, no jogo que fecha a 7.ª jornada da Liga. Sendo o derradeiro encontro "axadrezado" antes da prolongada (dois fins-de-semana seguidos) paragem do campeonato, afigura-se da maior importância a conquista dos três pontos, pois, caso contrário, o Boavista, ainda sem vitórias, poderá ficar em situação muito delicada na tabela classificativa e, por inerência, a posição de Jaime Pacheco no comando técnico da equipa ficará bastante fragilizada (de recordar que a 7.ª jornada da época passada marcou o despedimento de Petrovic).
Depois de uma segunda parte em que o Boavista conseguiu, até ao segundo golo, subjugar o FC Porto em pleno Estádio do Dragão, Pacheco deverá apostar nessa mesma estrutura que criou as ocasiões suficientes para restabelecer a igualdade no duelo com o campeão nacional, o que significará o regresso de Bangourá ao "onze" e a saída de Zé Kalanga. Os extremos deverão ser Mateus e Edgar (ambos com a particularidade de apostarem, várias vezes, em diagonais de apoio ao ponta-de-lança e de poderem jogar quer no flanco esquerdo, quer no direito), embora Grzelak, cuja utilização tem vindo a ser reclamada pela maioria da massa associativa, possa ser uma alternativa. O jogo diante do FC Porto mostrou, também, um meio-campo mais sólido, pelo que, até perante o quarteto com que o Belenenses deverá alinhar (onde pontifica a criatividade e mobilidade de Silas, a capacidade de passe e de remate de José Pedro e a boa qualidade na ocupação dos espaços de Ruben Amorim e Gabriel Goméz) no sector intermediário, Pacheco deverá manter o trio que jogou na última partida, apesar de, pelo facto de jogar em casa, a inclusão de um jogador mais criativo e com maior visão de jogo (Gajic ou Bosancic), passando Jorge Ribeiro para o lado esquerdo da defesa, ser uma hipótese (embora algo remota). Por falar em lado esquerdo da defesa, Mário Silva deverá voltar ao lugar do qual foi "dono" na pré-temporada.
Em relação ao Belenenses, Jorge Jesus deverá utilizar um esquema diferente quer daquele com que defrontou o Bayern de Munique (visto que o Boavista não joga com dois pontas-de-lança, pelo que uma táctica com três centrais talvez não se justifique), quer do que foi utilizado na vitória caseira frente ao Paços de Ferreira (um 4-4-2 mais "clássico", com Silas e Fernando abertos nas alas). Assim, deverá reforçar o meio-campo com a inclusão de um médio mais de marcação e posicional (o panamaiano Gabriel Goméz), com José Pedro e Ruben Amorim com distribuidores de jogo e Silas, mais solto, a jogar entre linhas, no apoio as dois homens abertos na frente: Roncatto e, ao seu lado, não podendo jogar Weldon, Mendonça, Evandro Paulista e João Paulo Oliveira são hipóteses. De notar que o 4-4-2 "losango" do Belenenses pode, em algumas situações ofensivas, desdobrar-se num 4-3-3, com Roncatto (ou, se jogar, Mendonça) a descair para a direita, Silas para a esquerda e João Paulo Oliveira/Evandro Paulista/Roncatto a aparecer no meio.
Por tudo o que foi referido, o Boavista, se quiser, finalmente, vencer amanhã, terá de apresentar um rendimento no seu meio-campo muito superior ao que tem evidenciado esta época, pese embora algumas melhorias verificadas na última partida. Mas, mesmo nesse jogo, o sector intermediário falhou na seguinte nuance: os dois médios-interiores (Jorge Ribeiro e Fleurival), quando a equipa recuperava a bola descaíam imediatamente para as alas, o que, por um lado, retirava a possibilidade à equipa, de forma segura, quando tinha o jogo numa das faixas, fazer a variação de flanco e surpreender o adversário, e, por outro lado, obrigava Diakité, que está longe de ser um distribuidor de jogo, a ter de fazer passes mais longos, ao invés de ter um colega perto a quem, rapidamente, entregar o esférico de forma curta. Um aspecto, pois, que tem de ser corrigido frente ao Belenenses, de modo a que a equipa possa anular a construção de jogo por parte de Silas, José Pedro e Ruben Amorim e, assim, conquistar o domínio do encontro. Domínio do encontro que também se deve reflectir numa capacidade de pressionar o adversário à saída do seu sector defensivo, em vez de, como tem acontecido, deixar o opositor trocar a bola a seu bel-prazer no seu meio-campo. Outro aspecto, agora não no campo táctico, que urge que o Boavista consiga corrigir amanhã prende-se com o desperdício de oportunidades claras de golo. Contra Leixões, Académica e FC Porto, os "axadrezados" foram demasiado perdulários na zona de finalização, após construírem boas ocasiões. Além disso, e isto já não depende, obviamente, do Boavista, pede-se à equipa de arbitragem liderada pelo sr. João Vilas-Boas que tenha a coragem de sancionar todos os lances passíveis de penalização, mesmo que estes decorram no interior da grande área do Belenenses (de recordar os "penalties" claros, a favorecer o BFC, que ficaram por assinalar no último jogo em casa, com a Académica, e, como Pacheco fez questão, e bem, de lembrar, no Boavista - Belenenses da temporada transacta).
FORÇA BOAVISTA!!!
Sp. CovilhãxBoavista
(25/01; 16:00) - 15.ª Jornada
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