O ano que hoje termina foi de contrastes para as hostes "axadrezadas", com a particularidade de, tal como em 2005, o treinador que inicia o ano não ser o mesmo que o termina. Carlos Brito falhou o objectivo Taça UEFA, apesar de ter começado 2006 verdadeiramente em grande, com uma série de sete vitórias consecutivas (isto depois da derrota pela margem mínima no Estádio do Dragão, no primeiro encontro deste ano), e foi substituído por Jesualdo Ferreira.
Jesualdo Ferreira protagonizou, aliás, outro dos momentos importantes para o BFC em 2006, ao abandonar, depois de um início de pré-época prometedor, marcado pelo slogan PAIXAO AO QUADRADO e com a contratação de alguns reforços a equipas de outros campeonatos europeus, os destinos da equipa que ajudou a construir para, numa transferência que causou (e ainda causa) muita polémica, passar a representar o grande rival do Boavista. Pedro Barny, número 2 de Jesualdo, assumiu o comando técnico na primeira jornada, em Alvalade (onde o Boavista, não obstante a derrota por 3-2, deixou uma excelente imagem), fazendo a transição para o novo treinador: o montenegrino Zeljko Petrovic. Com um discurso do qual emanava grande ambição (marcado por frases como: "Quero o Boavista na Liga dos Campeões daqui a duas épocas" ou "Uma equipa, para nos derrotar em nossa casa, tem de ser perfeita") e um ensejo de apostar num futebol descomplexado e ofensivo, Petrovic conseguiu criar expectativas muito elevadas. A fantástica goleada por 3-0 imposta ao Benfica veio reforçar essa ideia, mas rapidamente Petrovic perdeu o seu "capital" de confiança, ao somar três derrotas em seis jogos, com a agravante de duas delas terem sido em pleno Estádio do Bessa Século XXI, em jogos consecutivos, sendo que a última foi por números bastante pesados perante... Carlos Brito. Com o Boavista a "afundar-se" na tabela classificativa e o futebol praticado pela equipa a regredir, em termos de qualidade, de forma muito acentuada, a SAD boavisteira prescindiu de Petrovic e contratou Jaime Pacheco. Era o segundo regresso de Pacheco ao Boavista, que dividiu, na altura (estávamos no final de Outubro) os boavisteiros: ao título nacional, aos dois vice-campeonatos e às brilhantes carreiras nas provas europeias opunha-se a forma polémica como Pacheco saiu do Boavista em Abril de 2005. Pacheco não teve, propriamente, um início brilhante, mas a verdade é que a produção da equipa tem melhorado e, não fossem alguns erros defensivos bastante "grosseiros", os resultados teriam sido mais positivos. No entanto, os dois últimos jogos e a situação mais estável na classificação permitem ao Boavista encarar o que falta jogar nesta época com confiança e com a esperança de que a distância que agora nos separa da zona UEFA (6 pontos) seja ultrapassada.
Em termos de jogadores, 2006 trouxe uma nova política de aquisições. O Boavista recrutou Linz, Grzelak e Kazmierczak, três futebolistas que vieram trazer, sem qualquer dúvida, maior qualidade ao plantel "axadrezado".
Por isso, este foi um ano de contrastes. Vitórias como os 3-0 ao Benfica ou os sete triunfos consecutivos em Janeiro e Fevereiro são trazem excelentes recordações de 2006, mas nova desilusão no final do campeonato passado (com a perda do 5.º lugar na penúltima jornada), as três derrotas seguidas que, esta época, chegaram a colocar o BFC numa posição bastante incómoda, e a instabilidade criada pela saída de Jesualdo Ferreira são factos que não deixam saudades.
Para terminar, 2006 foi marcado pelo desaparecimento de uma das maiores figuras do Boavista: António Queiró. O ex-lateral-esquerdo, capitão e treinador campeão nacional de juniores por quatro ocasiões faleceu no início de Junho.
Esperemos que 2007 seja um ano com grandes alegrias para os boavisteiros, com a qualificação para as competições europeias! O Notícias do Bessa aproveita para fazer sinceros votos de um Próspero Ano Novo para toda a família boavisteira.
O Notícias do Bessa deseja um FELIZ NATAL a toda a família boavisteira e a todos os visitantes deste blog! Que este Natal traga como presente o regresso do "Boavistão" em 2007!
Braga – Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Nem e Carlos Fernandes (Frechaut, aos 37min); Vandinho e Ricardo Chaves (Marcel, aos 83min); Bruno Gama, João Pinto e Wender (Césinha, aos 64min); Zé Carlos
Treinador: Rogério Gonçalves
Boavista – Khadim; Lucas, Ricardo Silva (Léo Tambussi, aos 67min), Hélder Rosário e Fernando Diniz; Essame, Kazmierczak e Paulo Sousa; Zé Manel (Hugo Monteiro, aos 83min), Roland Linz (Marquinho, aos 79min) e Rafal Grzelak
Treinador: Jaime Pacheco
O Boavista fechou o ano de 2006 com um empate no dificílimo Estádio Municipal de Braga (onde FC Porto e Benfica foram derrotados esta época), num encontro em que, dando sequência à boa exibição frente ao Beira-Mar, os "axadrezados", apesar da igualdade no marcador, mostraram qualidade no seu futebol ofensivo e, como afirmou Jaime Pacheco na conferência de imprensa após o jogo, saúde mental, visto que conseguiu recuperar de uma (injusta) vantagem de dois golos. No entanto, o Boavista deve, uma vez mais (tal como aconteceu, por exemplo, em Paços de Ferreira e no Estádio do Dragão), quase única e exclusivamente a si próprio, o facto de não ter conseguido sair de Braga com os três pontos. Os dois golos do Braga nasceram de dois erros: no primeiro, Khadim, depois de, alguns minutos antes, se ter evidenciado pela positiva ao travar o (inexistente) penalty de Wender, efectuou uma péssima saída ao cruzamento de João Pinto; no segundo, Frechaut teve todo o tempo e espaço para, mesmo sem grande velocidade, penetrar pelo lado direito da defesa do Boavista, puxar a bola para o pé direito e cruzar, num centro que, todavia, não traria grande perigo não fosse o infeliz desvio de Hélder Rosário. Além disso, numa fase do jogo (com o resultado já em 2-2) em que o Boavista mostrava maior fluidez no seu futebol que o Braga e estava, claramente, mais perto de fazer o 2-3, Grzelak, até então um dos melhores em campo (principalmente após o 2-2, criando, sistematicamente, imensas dificuldades ao lateral-direito Luís Filipe, impedindo-o de apoiar o ataque e conseguindo abrir "rasgar" pelo flanco esquerdo), viu o segundo cartão amarelo por ter continuado com a bola nos pés quando a partida se encontrava interrompida. Uma expulsão completamente desnecessária e que "quebrou" o ritmo do Boavista, permitindo ao Braga, não obstante o segundo cartão amarelo a João Pinto quatro minutos depois, ter uns 10 minutos finais com "sinal mais" na partida, apesar de apresentar pouca criatividade no seu futebol.
ANÁLISE TÁCTICA
Quando foi anunciada a constituição das equipas, parecia que não havia quaisquer surpresas no "onze" e no dispositivo táctico (4-3-3) da equipa do Boavista, que apresentou a equipa titular prevista, neste blog, na antevisão. Contudo, Jaime Pacheco fez uma alteração importante: Kazmierczak recuou no terreno, passando a assumir as funções de médio mais recuado (tendo sido encarregue da marcação individual a João Pinto), Paulo Sousa actuou como médio-interior esquerdo e Essame subiu para médio-interior direito. Aliás, a acção de Essame, em comparação com o encontro frente ao Beira-Mar, teve algumas características diferente, aparecendo, inclusive, em algumas situações na primeira parte, como médio direito, face aos frequentes deslocamentos de Zé Manel para zonas mais interiores do terreno. Após a expulsão de Grzelak, Pacheco, na tentativa de fechar todos os espaços no seu sector mais recuado, trocou Roland Linz por Marquinho, enquanto que Kazmierczak recuou para terceiro central (de modo a evitar que os lançamentos longos do Braga para os dois avançados Marcel e Zé Carlos trouxessem algum perigo), passando o BFC a actuar num 5-3-1, com Marquinho a juntar-se a Essame e a Paulo Sousa no sector inermediário e Zé Manel como único elemento de características ofensivas. A alteração de Zé Manel por Hugo Monteiro não trouxe grandes modificações a nível táctico.
Quanto ao Braga, Rogério Gonçalves apostou no habitual 4-2-3-1, que apenas sofreu alterações com a expulsão de João Pinto e a entrada de Marcel: nos minutos finais, os bracarenses actuaram num 4-3-2.
DESTAQUES INDIVIDUAIS E COMENTÁRIO FINAL
Kazmierczak foi, sem qualquer dúvida, o melhor elemento em campo, pela diversidade de tarefas que conseguiu executar, sendo bem-sucedido em todas elas. Conseguiu encurtar os espaços ao principal "motor" do jogo ofensivo minhoto (João Pinto), "obrigando-o" a procurar as faixas laterais, e assumiu-se, quase sempre, com o primeiro jogador na construção ofensiva do Boavista, conseguindo algumas aberturas e combinações com o compatriota Grzelak. Além disso, foi praticamente imbatível no jogo aéreo, sendo, portanto, importante na forma como permitiu que o meio-campo do Boavista fosse quase sempre superior ao do Braga nesta vertente do jogo e, nos minutos finais, ao recuar como terceiro central (o facto de os lançamentos longos do Braga na fase final da partida terem sido inconsequentes em muito se deveu ao irrepreensível jogo aéreo a Kaz). Isto sem esquecer que, no lance do segundo golo, foi Kazmierczak quem cabeceou para a defesa incompleta de Paulo Santos (que Linz aproveitou para concretizar em golo). O outro polaco do BFC, Grzelak, acabou por estragar a sua actuação com uma expulsão, pode afirmar-se, infantil. Até então, "Rafa" estava a criar imensas dificuldades a Luís Filipe, conseguindo abrir zonas de penetração (como aconteceu no lance do primeiro golo, em que desmarcou Linz após um grande trabalho sobre Paulo Jorge) e "ganhar" algumas faltas perigosas (como aquela que resultou no segundo tento "axadrezado"). Grzelak poderia, também, ter feito o 2-3, quando, vindo de trás, respondeu com um remate de primeira, que acabou por sair ligeiramente ao lado, a um cruzamento atrasado de Paulo Sousa.
Outro dos elementos em destaque no Boavista foi Linz, que, uma vez mais, lutou imenso entre os centrais adversários e esteve nos dois golos. Fernando Diniz, depois de um início de jogo em que apenas se dedicou às tarefas defensivas, acabou por ganhar confiança ao longo do encontro, tendo o seu melhor período na segunda parte até à expulsão de Grzelak, no qual ajudou a dar profundidade ofensiva ao seu flanco. Lucas, por seu lado, apesar de não estar totalmente isento de culpas no lance do segundo golo "arsenalista", teve mais uma actuação bastante positiva a lateral-direito, não tendo grandes dificuldades para anular Wender e Césinha. Além disso, compensou, na segunda parte, o facto de Zé Manel ter flectido demasiadas vezes para o centro do terreno com subidas frequentes pela sua faixa. Paulo Sousa e Essame erraram alguns passes, mas acabaram por ser importantes na medida em que deram grande consistência ao meio-campo. O segundo, talvez fruto do facto de se ter imposto como titular no "onze" de Pacheco, entrou melhor no encontro, desdobrando-se bem entre as tarefas defensivas e as subidas pelo flanco direito, mas Paulo Sousa acabou por ser um dos melhores da equipa na segunda parte, lutando imenso e contribuindo para que o Boavista fizesse um "pressing" mais alto. Khadim fez o melhor e o pior: defendeu a grande penalidade de Wender, mas foi o principal responsável pelo golo que abriu o marcador no Estádio Municipal de Braga. Quem também se destacou quer pela positiva, quer pela negativa foi Zé Manel, uma vez que revelou grande sentido de oportunidade ao fazer a recarga que deu o primeiro golo do Boavista, porém, sempre que teve a bola nos pés, mostrou pouco sentido prático e complicou demasiado, além de não ter dado grande profundidade ofensiva ao flanco direito.
Resta comentar a actuação do árbitro Duarte Gomes, que errou no lance que originou a grande penalidade do Braga: Wender não foi tocado na grande área do Boavista, acabando por iludir o juiz da partida. Ficam dúvidas num lance, também na área do BFC, em que Duarte Gomes assinalou mão na bola por parte de João Pinto (poderá ter sido Ricardo Silva, e não ex-boavisteiro, quem cometeu a infracção). No entanto, por ser uma situação difícil de descortinar, fica a benefício da dúvida para Duarte Gomes. Houve outra situação, no entanto, em que tal benefício da dúvida não existe: aquando da (justa) expulsão de Grzelak, também Paulo Santos e Luís Filipe deveriam ter sido penalizados com a exibição do cartão amarelo, o que, no caso do guarda-redes bracarense, equivaleria a uma expulsão (já que havia visto o cartão amarelo na primeira parte).
Num encontro de futebol que foi, sem qualquer dúvida, um dos melhores, até agora, da presente edição da Liga, o Boavista, apesar de só ter saído do Estádio Municipal de Braga com um ponto, mostrou classe e qualidade, além de uma grande força mental, que lhe permitiu recuperar de uma situação extremamente penalizadora no resultado. Os "axadrezados" mostraram ambição e foram, durante quase toda a segunda parte, claramente superiores ao adversário. O Boavista fecha 2006 num surpreendente (pela negativa, obviamente) 11.º lugar, a seis pontos de um lugar europeu, mas as recentes exibições frente a Braga, Beira-Mar e, não obstante a derrota, FC Porto permitem concluir que a equipa está, pelo menos por ora, no bom caminho e que a mudança de comando técnico, com o regresso de Pacheco, está a ter efeitos muito positivos, já que se nota uma evolução muito interessante no futebol praticado pela equipa e uma maior organização em termos tácticos. Falta, porém, resolver o grande problema deste Boavista 2006/2007, que tem custado alguns pontos em jogos nos quais o BFC merecia, claramente, melhor resultado: os erros cometidos no sector defensivo, sobretudo por parte do guarda-redes Khadim. Se o Boavista conseguir evitar que as falhas "grosseiras" no seu último reduto continuem a ser cometidas e se mantiver a mesma qualidade de jogo na iniciativa ofensiva, o que falta jogar nesta Liga em 2007 poderá trazer grandes alegrias aos boavisteiros...
VIVA O BOAVISTA!!!
Equipas Prováveis:
Braga – Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Nem e Carlos Fernandes; Vandinho e Ricardo Chaves; Maciel, João Pinto e Wender; Zé Carlos
Treinador: Rogério Gonçalves
Outros Convocados: Dani Mallo, Eduardo, Irineu Couto, Maurício, Pedro Costa, Paíto, Andrés Madrid, Frechaut, Castanheira, Hugo Leal, Bruno Gama, Césinha, Matheus e Marcel
Boavista – Khadim; Lucas, Ricardo Silva, Hélder Rosário e Fernando Diniz; Paulo Sousa, Essame e Kazmierczak; Zé Manel, Roland Linz e Rafal Grzelak
Treinador: Jaime Pacheco
Outros Convocados: Peter Jehle, Léo Tambussi, Marquinho, Tiago, Nuno Pinto, Hugo Monteiro, Marcos António e Fary
Boavista e Braga disputam, amanhã pelas 19h45min, o último encontro da BwinLiga em 2006, numa partida que suscita sempre grande interesse. Perante uma equipa "arsenalista" extremamente motivada pelo actual 4.º lugar e, principalmente, pelo apuramento para a próxima ronda da Taça UEFA, o BFC, que vem de uma vitória categória frente ao Beira-Mar por 3-0, terá de estar ao mais alto nível (como aconteceu, por exemplo, diante do Benfica) se quiser trazer do Municipal de Braga os três pontos e, assim, relançar a sua candidatura a um lugar europeu (ampliando, também, a distância pontual para os lugares "perigosos" da tabela classificativa).
Jaime Pacheco já transmitiu a ideia de que vai à cidade dos Arcebispos com a intenção de ganhar e, de facto, a vitória é o único resultado que se pode considerar realmente positivo para as aspirações "axadrezadas". O habitual 4-3-3 será o esquema táctico, sendo que a ausência de Ricardo Sousa será, provavelmente, suprida pela inclusão de Paulo Sousa como médio-interior direito, libertando, desta forma, Kazmierczak para as funções ofensivas, com a função de ser o playmaker da equipa. No entanto, é, igualmente, equacionável o regresso de Tiago ao vértice mais recuado do meio-campo (neste cenário, Pacheco faria uma clara aposta na experiência do número 66 boavisteiro para procurar anular o principal "motor" do "novo" Braga de Rogério Gonçalves: João Vieira Pinto) ou, numa opção mais ousada, a colocação de Zé Manel ao lado de Kazmierczak, com a entrada de Hugo Monteiro para o flanco direito do ataque. Outra dúvida prende-se com o lado esquerdo da defesa, face à ausência de Mário Silva. Fernando Diniz seria a alternativa natural ao número 30 "axadrezado", todavia, a relativa inexperiência do ex-Olivais e Moscavide (o que poderá ser prejudicial num jogo tão exigente como o de amanhã) e o facto de, na única vez em que foi titular (contra o Paços de Ferreira), ter revelado gritantes problemas no posicionamento podem levar Pacheco a dar a titularidade a Tambussi, que, aliás, entrou bem frente ao Beira-Mar (jogando, precisamente, como defesa-esquerdo).
Quanto ao Braga, Rogério Gonçalves deverá manter o 4-2-3-1, com dois médios de cobertura (em princípio, Vandinho e Ricardo Chaves, embora Frechaut e Andrés Madrid "espreitem" a titularidade, em função do desgaste físico que o jogo de quinta-feira com o Grasshopper pode ter provocado) nas "costas" de um tridente de apoio ao ponta-de-lança (Zé Carlos) formado por Maciel, João Pinto e Wender. Aliás, este trio deve merecer preocupações especiais por parte da defesa e meio-campo do Boavista, já que a criatividade de JVP (bem como a capacidade de aparecer em posição de finalização) e de Wender e a velocidade de Maciel são factores que têm criado desequilíbrios.
Para vencer amanhã, o Boavista deverá uma equipa coesa e consistente no seu processo defensivo, de forma a não permitir ao adversário o aproveitamento de erros no último reduto "axadrezado" (como aconteceu no Dragão, em Paços de Ferreira e em casa com o Estrela). Os dois centrais do BFC deverão ter em atenção Zé Carlos, mas não podem cair no erro de se centrarem apenas na marcação ao avançado bracarense, sob pena que os movimentos de aproximação de João Pinto ou as diagonais de Maciel os coloquem frente-a-frente com o guarda-redes Khadim. No entanto, o Boavista pode e deve jogar sem complexos, procurando pressionar alto o Braga e ganhar superioridade a meio-campo. O facto de o Braga jogar apenas com dois médios que participam na recuperação de bolas a nível defensivo pode ser aproveitado pelos "axadrezados", que, se conseguirem ocupar bem os espaços e ter mais posse de bola que o adversário, podem "partir" em dois blocos a equipa minhota e, assim, dificultar-lhe a transição para o ataque. E, em termos ofensivos, a exploração do jogo exterior pode ajudar a dar profundidade e a criar boas situações de cruzamento e zonas de penetração no último reduto contrário.
VIVA O BOAVISTA!!!
Boavista – Khadim; Lucas, Hélder Rosário, Cissé e Mário Silva (Léo Tambussi, aos 72min); Essame; Zé Manel (Zairi, aos 67min), Ricardo Sousa, Kazmierczak e Grzelak; Roland Linz (Fary, aos 79min)
Treinador: Jaime Pacheco
Beira-Mar – Alê; Ricardo, Buba (Jorge Vidigal, ao intervalo), Alcaraz e Tininho; Ribeiro (Luciano Ratinho, aos 57min), André Leão (Torrão, aos 84min), Emerson e Vasco Matos; Rui Lima e Diogo Macedo
Treinador: Carlos Carvalhal
O Boavista bateu, de forma clara e concludente, o Beira-Mar por três bolas a zero, num encontro em que a vitória era absolutamente fundamental no sentido de estabilizar os "axadrezados" na tabela classificativa da Liga. O BFC acabou por confirmar as boas indicações que havia deixado, apesar da derrota, no Estádio do Dragão, mas, desta feita, não cometeu erros no seu último reduto (embora seja certo que o Beira-Mar nunca tenho criado grande perigo, exceptuando um remate de André Leão, na sequência de um canto, que apenas foi travado por Kazmierczak em cima da linha de golo... mas o resultado já se cifrava num 3-0) e conseguiu ser mais eficaz no último passe, o que lhe valeu um número bastante interessante de oportunidades de golo (para além dos três tentos apontados). Aliás, convém dizer que, sobretudo nos 20 minutos finais da primeira parte (em que o BFC insistiu imenso na procura do 2-0), o Boavista poderia ter colocado o resultado em números ainda mais esclarecedores. Uma perdida incrível de Ricardo Sousa (que, após assistência de Linz, frente-a-frente com o guarda-redes Alê e a escassímos metros da baliza, acabou por rematar fraco) e uma excelente intervenção de Alê, negando o tento a um cabeceamento de Linz quando já se gritava golo no Estádio do Bessa Século XXI, são os dois exemplos mais gritantes.
Com um meio-campo bastante dinâmico, tendo em Essame algo mais que um simples médio-defensivo, pois, além das importantes compensações que o camaronês foi efectuando no sector mais recuado, Essame conseguiu emprestar rapidez à circulação de bola no início da construção ofensiva e, também, mostrando visão de jogo, gizou algumas aberturas de qualidade para a ala esquerda, ocupada pelo intratável Grzelak. A acção de Essame permitiu, igualmente, libertar Kazmierczak (não tão preciso no passe como frente ao FC Porto, mas, mesmo assim, um elemento útil na equipa e importantíssimo no jogo aéreo - como ficou bem patente no lance do segundo golo) e Ricardo Sousa (apesar de ter errado um ou outro passe, foi um elemento fulcral na organização do jogo ofensivo boavisteiro). Desta forma, o Boavista conseguiu, desde fase bastante precoce na partida, dominar por completo as operações do jogo e "empurrar" o Beira-Mar para o último terço do terreno, impedindo, inclusive, que os aveirenses esboçassem algum contra-ataque.
Além disso, o facto de Zé Manel ter dado, ao contrário do que aconteceu frente ao FC Porto, profundidade à faixa direita do ataque (não apresentando receio de tentar "furar" para explorar a zona junto à linha de fundo para cruzar), aliado a uma excelente exibição de Grzelak (que, tal como nos tem habituado, voltou a evidenciar uma qualidade técnica e uma capacidade para sair com a bola controlada de espaços muito curtos acima da média - atributos que, desta vez, foram complementados com a marcação de dois golos), que foi, sem qualquer dúvida, o melhor elemento em campo, permitiu fornecer maior objectividade ao ataque do Boavista. Ainda no sector ofensivo, merece destaque a capacidade de Roland Linz para segurar o esférico e abrir espaços perante os centrais aveirenses. O avançado austríaco regressou aos golos, numa oportuna entrada de cabeça após um belo cruzamento de Lucas. Por falar em Lucas, não seria justo deixar de realçar a excelente actuação da recente adaptação promovida por Jaime Pacheco. Se, na primeira parte, o ex-academista foi, essencialmente, eficaz, ao mostrar grande segurança no desarme, no segundo tempo, principalmente após o lance do 3-
ANÁLISE TÁCTICA
Jaime Pacheco apostou, em termos de figurino táctico, numa estratégia bastante semelhante à do jogo do Estádio do Dragão, com uma pequena nuance: o 4-2-3-1 passou para um 4-3-3 desdobrável em 4-1-4-1 nas tarefas ofensivas, com Essame a ser o vértice defensivo e Kazmierczak nas funções de segundo médio-ofensivo, auxiliando Ricardo Sousa na construção de jogo. Fruto disso (e, obviamente, do grande caudal ofensivo do Boavista), Sousa aproveitou para aparecer, em algumas situações, no apoio directo a Linz, podendo, tal como foi referido no início desta análise, ter feito o "gosto ao pé". Aliás, pode dizer-se que, em algumas situações ofensivas, o Boavista jogava não em 4-1-4-1, mas, sim, em 4-2-4. Na segunda parte, o esquema manteve-se praticamente inalterado, mesmo após as três substituições.
Quanto ao Beira-Mar, Carlos Carvalhal, com um esquema bastante conservador, procurou, acima de tudo, bloquear as alas do ataque do Boavista, bem como as acções de Ricardo Sousa, através da atribuição a Emerson (muito quezilento) da missão de anular o criativo do BFC. Ribeiro, na ala direita do meio-campo, era, na prática, um segundo lateral-direito, permitindo a Ricardo funcionar como terceiro defesa-central. Aliás, apesar de, em teoria, o sistema táctico aveirense ser um 4-4-
ÚLTIMAS NOTAS
Em jeito de conclusão, repetindo um pouco uma ideia enfatizada durante esta análise, o Boavista deu, frente ao Beira-Mar sinais muito animadores de consistência e, também, de algo fundamental nos jogos em casa, que poucas vezes tinha acontecido nesta temporada: os “axadrezados” entraram em campo a querer “mandar”, desde o início, no jogo, impondo o seu futebol e marcado cedo, o que acabou por limitar imenso a estratégia urdida por Carlos Carvalhal. Além disso, foi também importante a atitude da equipa após o 1-0: ao invés de passar a jogar na expectativa, defendendo a “magra” vantagem, o Boavista continuou a pressionar, principalmente nos últimos 20 minutos da primeira parte, no ensejo de conseguir o 2-0, resultado que dava muito mais tranquilidade e que, praticamente, resolvia a partida.
Uma nota também, para o árbitro da partida, que foi excessivamente complacente para com Emerson (que agrediu Ricardo Sousa com uma bofetada e reincidiu, durante a primeira parte, no comportamento violento, ao ser protagonista de algumas entradas muito duras), que não viu, sequer, o cartão amarelo. Além disso, houve dois lances, um para cada lado, que Bruno Paixão não terá ajuizado bem: a carga de Léo Tambussi, na grande área, sobre Diogo Macedo parece ser à “margem” das leis e, num lance mais nítido, Zairi é claramente rasteirado por Alcaraz – “penalty” por marcar.
Para terminar, resta realçar a importância destes três pontos na “fuga” a uma situação incómoda na tabela classificativa e que podem galvanizar e dar mais confiança à equipa na abordagem ao jogo da próxima segunda-feira, em Braga, onde o Boavista tem uma prova de “fogo” no que concerne ao objectivo traçado no início da época: o apuramento para as competições europeias. A vitória concludente sobre o Beira-Mar foi a confirmação de que, desde que Jaime Pacheco assumiu o comando técnico do BFC, a equipa tem ganho consistência, organização e maior capacidade na construção ofensiva. Que esta tendência tenha continuidade no encontro na cidade dos Arcebispos…
VIVA O BOAVISTA!!!
FC Porto – Hélton; Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Marek Cech; João Paulo (Lisandro, ao intervalo), Ibson e Lucho González; Bruno Moraes (Raul Meireles, aois 66min), Hélder Postiga (Jorginho, aos 77min) e Quaresma
Treinador: Jesualdo Ferreira
Boavista – Khadim; Lucas, Ricardo Silva, Cissé e Mário Silva; Tiago e Kazmierczak, Zé Manel, Ricardo Sousa e Grzelak; Roland Linz
Treinador: Jaime Pacheco
O Boavista perdeu por duas bolas a zero frente ao FC Porto, numa partida em que o resultado dá, para quem não viu o jogo, a ilusão de que terá sido uma vitória tranquila e sem grande oposição do actual líder do campeonato. Puro engano.
Foi um derby relativamente "insosso", uma vez que o equilíbrio foi nota dominante até ao momento do golo verdadeiramente anómalo do FC Porto (exceptando os 10 minutos iniciais, em que o Boavista que ainda não tinha acertado as marcações ao móvel tridente ofensivo portista). As oportunidades de golo, por isso, escassearam. No entanto, visto que a responsabilidade principal era, sem dúvida, do FC Porto (dado a circunstância de o encontro se realizar no Estádio do Dragão), pode dizer-se que a actuação do Boavista cumpria os objectivos: bloqueava as acções ao meio-campo adversário (onde nem Lucho nem, tão-pouco, Ibson conseguiam dar criatividade ao jogo ofensivo portista) e conseguia gizar alguns ataques rápidos, depois dos 10 minutos iniciais, recorrendo à visão de jogo e às excelentes aberturas de Kazmierczak (e, por vezes, de Ricardo Sousa), as quais solicitavam um Grzelak que dava imenso trabalho a Bosingwa, só pecando no capítulo do cruzamento. Aliás, não é, de forma alguma, descabido afirmar que a melhor ocasião de golo no primeiro tempo pertenceu ao Boavista, com um cruzamento, do lado direito, que Linz, por muito pouco, e Grzelak não conseguiram desviar com sucesso.
O FC Porto, por seu lado, tentava criar espaços pelas alas e, de facto, Quaresma era o único homem que conseguia causar desequílibros, quer pela faixa esquerda, quer pela direita, à defensiva "axadrezada". Hélder Postiga também criou alguns problemas a Lucas e a Ricardo Silva, na fase inicial da partida, graças ao seu surpreendente posicionamento pela ala esquerda em algumas situações, mas, depois de os dois centrais do BFC definirem as marcações, não mais (fora, obviamente, no segundo golo - num lance muito duvidoso, por sinal...) Postiga conseguiu, em lances de bola corrida, criar perigo. Lucho, por sua vez, tentou, num par de ocasiões, aproveitar as segundas bolas com remates à entrada da área (a sua grande especialidade), porém, estes erraram, claramente, o alvo. O intervalo chegava com uma igualdade a zero que se justificava plenamente.
Na segunda parte, o FC Porto entrou mais pressionante (fruto, também, da saída do "trinco" João Paulo para a entrada de Lisandro), mas, apesar do maior pendor atacante dado pela presença de mais um elemento de características ofensivas, continuava a dar a clara ideia de que o Boavista, não obstante o ligeiro recuo da linha formada por Tiago e Kazmierczak, tinha as operações controladas, já que a equipa das Antas não se aproximava com grande perigo da baliza de Khadim. Além disso, era facilmente constatável que os dois playmakers "axadrezados" (Kaz e Ricardo Sousa) dispunham de mais espaços (porque o FC Porto não apresentava nenhum elemento no sector intermediário com capacidade de recuperação de bolas) para lançarem os ataques rápidos do BFC e era expectável que, mantendo os dois centrais completamente intransponíveis, o Boavista criasse mais problemas ao último reduto portista.
Todavia, eis que o volteface inesperado acontece. Quaresma, na esquerda do ataque do FC Porto, efectua um remate aparentemente inofensivo, mas, inacreditavelmente, Khadim confia, em demasia, no seu "golpe de vista" e, sem esboçar a mínima reacção, deixa o esférico entrar na baliza pelo reduzido espaço entre ele e o poste. Um erro gravíssimo do guarda-redes senegalês que abalou, por completo, uma estratégia que estava a ser bastante profícua. A partir deste momento, perante um FC Porto extremamente moralizado (e que deixou de assumir as responsabilidades na condução do jogo, podendo jogar na expectativa, algo que as equipas de Jesualdo Ferreira, claramente, preferem), o Boavista, agora, com muito menos espaços para construir jogo apenas conseguiu ganhar alguns cantos e livres à entrada do meio-campo portista. Apesar de não ter, até final, criado situações de perigo, o BFC pode queixar-se de um erro do árbitro Elmano Santos, que, na sequência de um livre apontado por Lucas na direita, não viu (nem o árbitro-assistente) que Ricardo Silva foi impedido de disputar a bola porque foi agarrado por Hélder Postiga. Grande penalidade (mais uma...) por marcar a favor do Boavista.
A substituição operada por Jaime Pacheco (saiu Ricardo Sousa para entrar Hugo Monteiro, passando este para a ala direita e Zé Manel para as "costas" de Linz) também não foi feliz, já que Hugo Monteiro pouco foi capaz de acrescentar à ala direita do ataque do Boavista (que, no jogo de sábado, não apresentou grande profundidade ofensiva, face às frequentes incursões de Zé Manel por zonas mais interiores) e Zé Manel, depois da boa segunda parte frente ao Estrela da Amadora a jogar no meio-campo, não tem a mesma qualidade e precisão de passe de Ricardo Sousa. O Boavista perdeu, assim, capacidade de fazer chegar jogo, com qualidade, aos flancos.
O segundo golo do FC Porto, num lance irregular (já que, se foi Cissé a desviar a bola com a mão, deveria ter sido assinalada grande penalidade e não validado o golo - não há leia da vantagem para a equipa que ataca em lances na grande área - se foi Pepe a cometer a infracção, então, obviamente, seria pontapé-livre a beneficiar o Boavista), no qual o facto de o árbitro-assistente ter levantado a bandeirola parece ter desconcentrado toda a defensiva boavisteira, veio confirmar que os três pontos dificilmente escapariam à formação da casa.
ANÁLISE TÁCTICA
Jaime Pacheco, de certa forma, acabou por surpreender no "onze" inicial que escolheu para mais um derby da cidade Invicta, ao não prescindir do tridente ofensivo e do criativo Ricardo Sousa e, ao mesmo tempo, por ter lançado Kazmierczak (passando Lucas para lateral-direito e relegando Hélder Rosário para o "banco"). Ou seja, Pacheco apostou num "onze" com uma tendência mais ofensiva em comparação, por exemplo, com a equipa inicial com que o BFC recebeu o Estrela. Os "axadrezados" apresentaram-se, assim, num sistema de 4-2-3-1, desdobrável em 4-1-4-1 nas acções ofensivas (com a incorporação de Kazmierczak na construção ofensiva). Após o primeiro golo do FC Porto, Pacheco tentou reagir com a entrada de Hugo Monteiro, rendendo Ricardo Sousa e mantendo-se, assim, o 4-2-3-1 (com Zé Manel no lugar de Ricardo Sousa), mesmo após as substituições Tiago - Essame e Roland Linz - Fary.
DESTAQUES INDIVIDUAIS E ÚLTIMAS NOTAS
Kazmierczak foi, claramente, o jogador que mais se evidenciou pela positiva, uma vez que foi o principal organizador de jogo do BFC no relvado do Estádio do Dragão, gizando passes a 20, 30 metros para a ala esquerda, a solicitar o compatriota Grzelak. Além disso, Kaz iniciou, também, algumas combinações envolvendo Ricardo Sousa e Zé Manel, no período da primeira parte em que o Boavista dominava o encontro e conseguia acercar-se com algum perigo da baliza de Hélton. Grzelak, por sua vez, graças ao seu bom controlo de bola e capacidade no drible, criou alguns problemas a Bosingwa e ao próprio Pepe, só pecando por não aplicar a força suficiente nos centros para Linz. Aliás, Roland Linz, apesar de ter tentado pressionar o seu marcador (Bruno Alves), esteve bastante apagado, talvez por raramente ter sido solicitado nas melhores condições. Outros destaques incontornáveis são os dois centrais, que, com maior ou menor problema, foram anulando as iniciativas ofensivas do FC Porto e conseguiram impedir que Postiga, Bruno Moraes e Lisandro desequilibrassem.
O Boavista, não obstante a derrota (que complica, ainda mais, a situação na tabela classificativa), mostrou, ainda assim, personalidade e uma excelente organização quer na ocupação dos espaços, quer na circulação de bola e na tentativa de explorar as falhas de marcação do sector mais recuado adversário. Além disso, jogadores como Kazmierczak, Grzelak e, apesar de não ter estado tão em destaque como frente ao Estrela, mostraram que têm qualidade suficiente para guindarem a equipa para lugares mais agradáveis e com perspectivas de objectivos mais ambiciosos do que o actual 12.º lugar. No entanto, o Boavista voltou, uma vez mais, desta feita através de um falha grosseira de Khadim, a perder pontos quase e exclusivamente por culpa de erros cometidos no seu último reduto. A rever...
Equipas prováveis:
FC Porto – Hélton; Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Marek Cech; Raul Meireles, Lucho González e Jorginho; Quaresma, Hélder Postiga e Lisandro
Outros convocados: Vítor Baía, Ricardo Costa, João Paulo, Ibson, Tarik Sektioui, Bruno Moraes e Adriano
Treinador: Jesualdo Ferreira
Boavista – Khadim; Hélder Rosário, Ricardo Silva, Cissé e Mário Silva; Tiago, Lucas, Kazmierczak e Ricardo Sousa; Zé Manel e Roland Linz
Outros convocados: William, Léo Tambussi, Essame, Paulo Sousa, Grzelak, Hugo Monteiro, Zairi e Fary
Treinador: Jaime Pacheco
É dentro de algumas horas que tem início o sempre apetecível “derby” da cidade Invicta, com mais uma deslocação do Boavista ao Estádio do Dragão, onde, da última vez em que foi orientado por Jaime Pacheco, conseguiu vencer.
Ao contrário do que acontecia à partida desse jogo de 20 de Novembro de 2004, o Boavista apresenta-se em casa do seu grande rival bastante debilitado por uma situação classificativa preocupante, enquanto que o FC Porto lidera o campeonato e vem de uma série de seis vitórias consecutivas (contabilizando BwinLiga e Liga dos Campeões). No entanto, apesar do penalizador empate frente ao Estrela da Amadora, os “axadrezados” deram, na segunda parte do último encontro, sinais de alguma vitalidade e capacidade para conseguir resolver a actual situação.
Para o “clássico” de hoje à noite, Jaime Pacheco já afirmou que uma das prioridades da equipa às suas ordens será a de procurar fechar os espaços à manobra ofensiva do FC Porto, nomeadamente através do bloqueio das acções de jogadores como Lucho González (em grande destaque nos últimos jogos, aparecendo a aproveitar os espaços vazios nas segundas bolas e, também, em evindência no último passe), Ricardo Quaresma e Hélder Postiga (cujas movimentações e capacidade de desmarcação devem merecer, por parte dos centrais e, também, dos laterais, grande atenção, de modo a que Postiga não consiga, como tem sucedido nos últimos jogos do FC Porto, surpreender com remates “à meia-volta” ou aparecer na resposta a cruzamentos em boa posição). Além disso, será importante que Hélder Rosário (provável titular no lado direito da defesa) saiba “encostar” aos dois centrais (algo que, por exemplo, não aconteceu frente ao Leiria e ao Estrela da Amadora), uma vez que o FC Porto, na sua acção ofensiva, rapidamente consegue passar do 4-3-3 para 4-4-2, com Jorginho a descair para uma das alas e Lisandro a surgir no apoio a Hélder Postiga.
Na tentativa de impedir que o FC Porto flua o seu jogo para o ataque, é provável que Jaime Pacheco reforce o meio-campo com a inclusão de Kazmierczak (que tem a vantagem adicional de ser muito forte no jogo aéreo, o que poderá constituir um importante auxílio aos dois centrais, nos duelos a meio-campo com Lucho González e nos lances de bola para a favor do BFC, que podem ser boas situações para a “Pantera” surpreender a defensiva portista), dando, assim, maior liberdade ofensiva a Ricardo Sousa, podendo este descair, em algumas situações, para a ala esquerda. Todavia, Pacheco pode optar por manter o 4-3-3 habitual (nesse caso, Ricardo Sousa, apesar da excelente exibição frente ao Estrela da Amadora, poderá ser preterido em detrimento de Kaz, em prol de uma maior consistência defensiva e na ocupação dos espaços quando a equipa não tiver a bola em sua posse), tanto mais que Grzelak é tacticamente muito disciplinado, podendo, por isso, ser um importante auxílio a Mário Silva para travar Ricardo Quaresma.
No dificílimo jogo de logo à noite, o Boavista tem, acima de tudo, de ser uma equipa personalizada e evitar qualquer desconcentração (que, frente a um adversário com grande poderio, poderá ser fatal). Não se pode pedir aos “axadrezados” que pressionem muito alto, já que, se tal acontecesse, o sector defensivo poderia ficar excessivamente exposto ao ataque adversário, mas também não deixa de ser verdade que defender muito atrás constitui um “convite” para FC Porto se aproximar com perigo da baliza provavelmente ocupada por Khadim. Travar a circulação de bola do FC Porto, procurando que a formação orientada por um treinador que não está, claramente, isento de responsabilidades pelo mau início de época boavisteiro tenha de recorrer a um futebol directo, o que facilitaria a tarefa dos centrais Ricardo Silva e Cissé. Em todas as situações em que o Boavista consiga ganhar a posse do esférico a meio-campo, será importante que os “axadrezados”, tal como fizeram no jogo de 2004/2005, sejam objectivos e aproveitem todos os espaços concedidos. Nessa perspectiva, a visão de jogo de Ricardo Sousa e, se jogar, de Kazmierczak e a qualidade técnica de jogadores como Zé Manel (e Grzelak) serão argumentos de que o Boavista não pode abdicar, a fim de conseguir criar algum volume e ocasiões de golo para o ponta-de-lança Roland Linz. Afinal, foi com uma excelente disposição táctica, impedindo o adversário de fazer, em boas condições, a transposição para o ataque, e com desdobramentos rápidos e nos momentos oportunos para o ataque que o Boavista derrotou o Benfica por uns esclarecedores 3-0. E, se tal foi possível esta época, a equipa terá de acreditar que, pese embora o palco do jogo não seja o Estádio do Bessa Século XXI, tem qualidade para, pelo menos, criar bastantes dificuldades ao FC Porto e, quem sabe, fazer um bom resultado. Bom resultado esse que seria, com toda a certeza, o tónico que tem faltado ao Boavista para partir para uma temporada bem mais agradável.
O Estádio do Dragão terá uma assistência constituída, na sua maioria, por adeptos do FC Porto, mas, não obstante a má época que o BFC está a protagonizar, o facto de se tratar de um encontro disputado na cidade do Porto leva o Notícias do Bessa a apelar uma boa presença de boavisteiros no reduto do rival de sempre. Todo o apoio será fundamental para que o Boavista consiga contrariar todas as previsões e dar uma grande alegria a todos os boavisteiros com uma sempre saborosa vitória frente ao FC Porto.
FORÇA BOAVISTA!!!
Sp. CovilhãxBoavista
(25/01; 16:00) - 15.ª Jornada
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