Terça-feira, 31 de Outubro de 2006
Paços de Ferreira 2 - Boavista 0: ERROS GRAVES DA DEFESA E DO TRIO DE ARBITRAGEM DITAM NOVA DERROTA

Paços de Ferreira – Peçanha; Mangualde, Geraldo, Luiz Carlos e Fredy; Dani, Paulo Sousa e Pedrinha; Edson (Cristiano, aos 85min), Ronny (João Paulo) e Didi (Emerson, aos 89min)

Treinador: José Mota

Boavista William; Lucas, Ricardo Silva, Cissé, e Fernando Diniz (Fary, aos 80min); Paulo Sousa, Tiago (Grzelak, aos 59min) e Kazmierczak; Ricardo Sousa (Hugo Monteiro, aos 68min); Zé Manel e Roland Linz

Treinador: Jaime Pacheco

O Boavista somou, ontem à noite, a sua terceira derrota consecutiva na BwinLiga, o que deixa a equipa numa posição bastante em termos pontuais e classificativos. Com apenas sete pontos em oito jornadas, este é o pior início de época do BFC desde que as vitórias passaram a valer três pontos. De qualquer forma, ontem, os "axadrezados", apesar de terem estado longe de serem brilhantes, deram uma imagem muito mais positiva da revelada nas duas anteriores partidas. O Boavista foi, até ao segundo golo do Paços de Ferreira (altura em que o jogo, praticamente, acabou, com o BFC a ir-se completamente abaixo, não obstante o remate à barra de Zé Manel no último minuto), superior, criou mais oportunidades de golo (que, no entanto, não soube aproveitar) e acabou por ser vítima de erros imperdoáveis em alta-competição do seu sector defensivo, em especial de Fernando Diniz (nunca conseguiu encontrar o equilíbrio em termos posicionais - entrou sempre de forma precipitada à bola, permitindo que Didi e Edson, mais experientes, penetrassem no último reduto "axadrezado" sem grande dificuldade) e de Cissé (irreconhecível nos últimos tempos - tem mostrado uma intranquilidade e uma insegurança pouco habituais, que lhe o têm levado a fazer intervenções precipitadas no decorrer das partidas). Além disso, William, no lance do primeiro golo, parece desorientado, algo que não pode acontecer num guarda-redes já com 37 anos e que tem por função ser a voz de comando de todo o sector defensivo.

Todavia, como atrás foi referido, a exibição do Boavista foi bastante razoável e, não fosse a falta de eficácia na hora de finalizar, teria, com toda a certeza, materializado no marcador o ascendente sobre o Paços de Ferreira nos primeiros 70 minutos do encontro. Apesar da inoperância de unidades como Tiago (demasiadas hesitações no momento de libertar a bola e alguns passes que poderiam ter sido extremamente comprometedores) e Ricardo Sousa (jogou descaído para o flanco direito - dada a circunstância de o Boavista apresentar três médios de contenção e apenas um extremo), que revelou sempre uma lentidão exasperante na execução do drible e do passe, não conseguindo, como compete a um criativo (para ser útil), pegar no jogo da equipa, o BFC efectuou algumas jogadas bastante interessantes de envolvimento, com alguns cruzamentos tirados perto da linha de fundo (sobretudo por banda de Zé Manel) e que resultaram em algumas situações de golo. Assim, pela positiva, há a destacar as exibições do referido Zé Manel (que procurou quer o flanco direito, quer o esquerdo para abrir zonas de penetração), Paulo Sousa (não sendo um prodígio em termos técnicos, cumpriu com as funções de que estava incumbido: dar consistência ao meio-campo, recuperar bolas e soltá-las rápida e eficazmente para um companheiro no ataque) e de Roland Linz (lutou imenso entre os dois centrais do Paços de Ferreira e esteve próximo de marcar em ocasiões: na primeira, depois de fintar Geraldo, foi impedido - claramente agarrado - pelo mesmo de progredir; na segunda, posicionou-se bem na grande área para responder ao cruzamento de Paulo Sousa, mas acabou por efectuar um cabeceamento torto; na terceira, já na segunda parte, após um centro de Zé Manel, com um acrobático e espectacular pontapé de "bicicleta", Peçanha conseguiu sustentar o remate do austríaco). Kazmierczak, por sua vez, não esteve bem no capítulo do passe (falhou alguns passes de forma algo inexplicável), porém, foi um pilar importante na luta a meio-campo, além de, inteligentemente solicitado por Jaime Pacheco, ter sido importante nos duelos individuais, no jogo aéreo, na grande área do Paços de Ferreira.

Falta, contudo, referir um pormenor importante, e provavelmente decisivo, no desfecho do desafio: a actuação da equipa de arbitragem. Ficaram duas grandes penalidades claríssimas e sem qualquer margem para discussão por marcar a favor do Boavista. No primeiro lance, logo a abrir o encontro, Roland Linz, como foi acima mencionado, foi impedido de progredir por Geraldo no interior da área pacense. No segundo, ainda mais nítido, Ronny, na sequência de um livre apontado por Ricardo Sousa, salta e coloca, deliberadamente, o braço direito na bola. Ou seja, dois lances que poderiam ter sentenciado o regresso do BFC às vitórias.

Para terminar, é importante salientar que Jaime Pacheco ainda tem muito trabalho pela frente, apesar das melhorias já constatadas no futebol praticado pelo Boavista. Nota-se que o Boavista necessita desesperadamente de uma vitória para recuperar algum terreno na tabela classifcativa e elevar os níveis anímicos de uma equipa cujos jogadores não estão a render aquilo que, realmente, podem.



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Segunda-feira, 23 de Outubro de 2006
Jaime Pacheco regressa ao Boavista

 Foi sem grande surpresa que o Boavista FC anunciou, esta tarde, que o sucessor de Zeljko Petrovic no comando técnico será o nosso bem conhecido Jaime Pacheco, campeão nacional em 2000/2001. Pacheco, em mais uma "aventura" nos "axadrezados", será coadjuvado pelo treinador-adjunto Vítor Nóvoa e pelo preparador-físico António Natal, ambos também campeões pelo nosso clube, desconhecendo o Notícias do Bessa, ainda, se Pedro Barny e Luís Matos permanecerão ou não na equipa técnica. Já Miodrag Radulovic e José Vilaça abandonam, juntamente com Petrovic, o Boavista.

A Jaime Pacheco e restante equipa técnica, o Notícias do Bessa deseja as maiores felicidades, esperando que o novo treinador possa, à semelhança do que fez durante a primeira passagem pelo Boavista, levar o nosso clube a grandes sucessos.

FORÇA BOAVISTA!!!

FORÇA JAIME PACHECO!!!



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Sexta-feira, 20 de Outubro de 2006
Boavista X Nacional - Antevisão

         

Boavista William; Bessa, Léo Tambussi, Cissé e Mário Silva; Lucas, Tiago e Kazmierczak; Jaouad Zairi, Roland Linz e Zé Manel

Treinador: Zeljko Petrovic

Outros convocados: Khadim, Marquinho, Fernando Diniz, Essame, Paulo Sousa, Ricardo Sousa, Rafal Grzelak, Hugo Monteiro e Fary

Nacional – Diego Benaglio; Patacas, Ricardo Fernandes, Fernando Cardozo e Alonso; Bruno Amaro, Chainho e Bruno; José Vítor, Chilikov e Ricardo Pateiro

Treinador: Carlos Brito

Outros convocados: Rafael Bracalli, Ávalos, Bruno Basto, Cléber Oliveira, Juliano Sapadacio, Luciano e Rodrigo

O Boavista recebe, amanhã ao início da noite, o Nacional, num encontro que marca o regresso do treinador Carlos Brito ao Estádio do Bessa Século XXI. Trata-se, também, de uma partida que os "axadrezados" estão obrigados a vencer, a fim de que apaguem a péssima imagem deixada no último jogo.

No mínimo duas alterações no "onze" inicial são certas, dados os castigos de Hélder Rosário (expulso frente à Naval) e de Ricardo Silva (na sequência de uma suposta agressão a um jogador do FC Porto na última jornada da Liga... da época passada), prevendo-se a entrada de Bessa e de Léo Tambussi. No entanto, não deverão ser estas as únicas mudanças na equipa. Jogando em 4-3-3 (sistema de que Petrovic diz não abdicar), esquema eventualmente desdobrável em 4-2-3-1 (caso Ricardo Sousa jogue como playmaker), é provável que o Boavista, desta vez, apresente, além de Zé Manel, outro extremo de raiz (Zairi, que não entrou mal frente à Naval, é a hipótese aparentemente mais consistente, embora Grzelak e o próprio Hugo Monteiro, ambos regressados à convocatória, "espreitem" um lugar no "onze"). Se tal cenário se confirmar, Ricardo Sousa (bastante infeliz frente à Naval) deverá ser o "sacrificado", regressando Lucas à posição de médio-interior direito e passando Kazmierczak a ser o principal elemento do triângulo de meio-campo no apoio ao tridente ofensivo, aparecendo nas "costas" de Linz quando o Boavista estiver a atacar. Além disso, os dois extremos, Zé Manel e Zairi (ou Grzelak/Hugo Monteiro), teriam a tarefa adicional de fazer diagonais para o centro do terreno, de modo a, em algumas situações o jogo, que o Boavista possa aproveitar espaços que surjam no corredor central. Outra possibilidade, mais arrojada, passa pela manutenção de Ricardo Sousa no "onze", com o Boavista a jogar com apenas dois médios de contenção, sendo que Lucas - ou Kazmierczak (substituído no decorrer do último encontro) - seria relegado para o "banco".

Quanto ao Nacional, Carlos Brito também deverá montar a sua equipa num dispositivo táctico de 4-3-3, com apenas uma dúvida no "onze": se se mantém um triângulo de meio-campo relativamente ofensivo, com Chainho como médio mais recuado, Bruno Amaro (detentor de um forte remate, à atenção da linha média do BFC, que terá de evitar que o ex-penafidelense disponha de espaços para ensaiar a meia-distância) e Bruno (como organizador de jogo) ou se Brito aposta em Cléber Oliveira (um médio claramente mais talhado para a marcação e para a ocupação de espaços à frente dos dois centrais), fazendo sair Chainho ou, mesmo, Bruno. De resto, Chilikov deverá render, no posto mais adiantado do ataque, o lesionado Adriano, apesar de Rodrigo, avançado mais móvel que o búlgaro, também constituir opção.

Para o duelo de amanhã, que se prevê bastante complicado, não só porque o Nacional costuma criar grandes dificuldades sempre que visita o Estádio do Bessa Século XXI, mas também devido ao facto de os funchalenses, após um início de temporada pouco fulgurante, virem de uma série de três vitórias consecutivas, o Boavista terá de apresentar uma muito melhor ligação entre os três sectores se quiser somar os três pontos. Ao invés de abusar de lançamentos longos, na sua maioria inconsequentes, para o ponta-de-lança, o Boavista pode e deve apostar em ter mais posse de bola, procurar as faixas para dar maior amplitude à sua iniciativa ofensiva, tentar chegar à linha de fundo para tirar cruzamentos que sirvam em boas condições Roland Linz ou, mesmo, Kazmierczak e, eventualmente, tentar uma outra combinação/triangulação de modo a abrir zonas de penetração, pelo corredor central, na grande área adversária. Além disso, é necessário que, quando não tiver a posse de bola, o BFC defenda como um bloco, procurando pressionar o Nacional logo à saída da sua grande área e impedindo que o adversário disponha de espaços para circular o esférico e lançar os seus ataques rápidos, como, por exemplo, aconteceu no encontro da temporada transacta, que terminou com um penalizador 0-3 no marcador. Apesar da qualidade medíocre do último jogo do Boavista e da inesperada derrota, o Notícias do Bessa apela aos boavisteiros que compareçam em bom número e apoiem a equipa, a fim de que o factor casa constitua um importante auxílio para o BFC regressar às boas exibições e derrotar um previsível rival directo na luta por um lugar nas competições europeias em 2007/2008.

      FORÇA BOAVISTA!!!



publicado por pjmcs às 20:46
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Quarta-feira, 4 de Outubro de 2006
Boavista disputa Troféu Cidade de Vigo

O Boavista foi o convidado escolhido para a trigésima-sexta edição do Troféu Cidade de Vigo. Trata-se de um convite que, uma vez mais, é elucidativo acerca do prestígio que o BFC granjeia no futebol europeu.

Assim, depois do empate a uma bola entre as duas equipas no passado dia 5 de Agosto, no jogo de apresentação aos sócios dos "axadrezados", Boavista e Celta voltam a encontrar-se, desta no Estádio dos Balaídos, aproveitando a pausa competitiva nos principais escalões dos campeonatos europeus. Apesar das ausências de elementos importantes na formação "axadrezada" (Roland Linz, Kazmierczak e Grzelak, além de Peter Jehle e Khadim), devido à presença nas respectivas selecções nacionais "A", será mais um excelente teste para a "Pantera", que, jogando fora de casa, vai defrontar uma das melhores equipas espanholas, que terá na partida com o BFC um bom ensaio para os jogos da fase de grupos da Taça UEFA (o Celta jogará com o Fenerbahçe, o Eintracht Frankfurt, o Newcastle e o Palermo).

O encontro que marcará a edição deste ano do Troféu Cidade de Vigo tem início marcado para as 20 horas (hora portuguesa) da próxima sexta-feira.



publicado por pjmcs às 22:03
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Domingo, 1 de Outubro de 2006
Belenenses 0 - Boavista 2: BOAVISTA DÁ LIÇÃO TÁCTICA E GANHA COM TRANQUILIDADE E... CLASSE

Belenenses – Costinha; Sousa (Pinheiro, aos 80min), Gaspar, Nivaldo e Rodrigo Alvim; Rúbem Amorim e Mancuso; Cândido Costa, Roma (Dady, ao intervalo) e Silas; Manoel (Eliseu, aos 32min)

Treinador: Jorge Jesus

Boavista William; Hélder Rosário, Ricardo Silva, Cissé e Mário Silva (Fernando Diniz, aos 59min); Tiago e Kazmierczak; Lucas, Ricardo Sousa (Grzelak, aos 66min) e Zé Manel (Essame, aos 85min); Roland Linz

Treinador: Zeljko Petrovic

Mostrando uma excelente organização táctica e classe na hora de aproveitar as linhas de passe e as ocasiões de golo construídas, o Boavista conseguiu facilitar uma tarefa que se previa bastante complicada, obtendo uma preciosa vitória. Foi um triunfo que acabou por ser tranquilo, já que o BFC foi a única equipa que revelou objectividade e que criou oportunidades para marcar durante a primeira parte e, no segundo tempo, soube gerir o jogo a seu "bel-prazer", fechando muito bem os espaços no seu meio-campo defensivo, impedindo, assim, o Belenenses de penetrar no seu último reduto.

Não foi, propriamente, um grande espectáculo de futebol (ao nível, por exemplo, daquilo que o BFC fez frente ao Benfica), mas, ainda assim, o Boavista foi, em comparação com as partidas frente ao Setúbal e à Académica, mais equipa, com melhor ligação entre os sectores (nesse aspecto, a utilização de Kazmierczak mais recuado permitiu iniciar uma construção de jogo apoiada desde zonas mais recuadas e a inclusão de Ricardo Sousa trouxe, sem dúvida, mais classe, já que o esquerdinho teve alguns pormenores, ao nível de passes e aberturas, de grande qualidade), e, no sector defensivo, os dois centrais mostraram um melhor entendimento, com Cissé a ganhar os duelos individuais com Manoel, Eiliseu e Dady e Ricardo Silva, central encarregue das "sobras", jogou, finalmente, ao nível a que, na época passada, habituou os boavisteiros, denotando segurança no jogo aéreo, capacidade para aparecer em intercepções importantes e para sair a jogar em boas condições. Aliás, no sector defensivo, apenas Mário Silva não esteve num plano positivo, já que sentiu imensas dificuldades para travar Cândido Costa, daí que a faixa direita do ataque do Belenenses tenha constituído, durante a primeira hora de jogo, a única zona que os lisboetas conseguiam utilizar para criarem alguns (poucos) problemas ao Boavista. Claro que Mário Silva tem como atenuante o facto de não ter tido em Zé Manel (que jogou no flanco esquerdo) o apoio necessário nas tarefas defensivas (uma vez que o número 7 do BFC, quando a equipa não tem a bola, procura ajudar o ponta-de-lança a fazer a chamada pressão alta, ao invés de recuar na sua faixa para auxiliar o lateral), mas também é verdade que, a partir do momento em que o experiente defesa-esquerdo foi substituído por Fernando Diniz, não mais o Belenenses conseguiu encontrar espaços pela sua ala direita. Uma nota também para William, que, apesar de não ter tido muito trabalho, esteve, simplesmente, impecável em todas as ocasiões em que foi chamado a intervir. Na retina, fica uma defesa de belo efeito após um remate em jeito de Silas, com o guarda-redes camaronês, com um excelente vôo, a conseguir blocar o esférico.

O encontro começou da melhor forma para o Boavista. Aos 3 minutos, na sequência de um livre à entrada do meio-campo belenense, Kazmierczak ganha de cabeça a Gaspar; a bola sobra para Sousa, que, no entanto, cabeceia para o seu lado direito - Roland Linz, no sítio certo, aproveita e, sem hesitar, remata forte e colocado, sem quaisquer hipóteses para Costinha. Com o tento madrugador, o Belenenses foi obrigado a subir no terreno e a tentar assumir as despesas do jogo, mas acabou por "esbarrar" na dupla Kaz/Tiago. Desta forma, o Boavista encontrou espaços para explanar o seu futebol, lançando (quer por Kaz, quer através de excelentes aberturas de Ricardo Sousa), ataques rápidos e "venenosos", aproveitando, também, a capacidade de Linz, jogando entre os centrais adversários, receber a bola, segurá-la, abrir espaços e desmarcar colegas em boa posição. Foi isso que aconteceu no lance do segundo golo, aos 35 minutos, no qual Roland Linz, com o pé esquerdo, faz um passe a rasgar na direcção de Zé Manel, que, fazendo uso da sua velocidade (parece estar de volta aos bons "velhos" tempos), se isola perante Costinha e, praticamente, resolve o jogo. De realçar que, alguns minutos antes, desta feita a passe de Ricardo Sousa, Zé Manel se isolara perante Costinha, mas o lance acabou por ser invalidado por um fora-de-jogo muito mal tirado. Também Linz poderia ter bisado, numa altura em que o marcador registava 0-1, quando, após um remate fortíssimo de Zé Manel na marcação de um livre, o ponta-de-lança austríaco apareceu na "cara" de Costinha (que havia efectuado uma defesa incompleta), mas acabou por rematar por cima. Em suma, a confortável vantagem boavisteira ao intervalo era justa, pecando, talvez, por escassa.

A segunda parte não tem grande história, porque o Boavista, de forma muito inteligente, preocupou-se, sobretudo, em fechar todo e qualquer possível caminho para a sua baliza que o Belenenses pudesse explorar. A turma da casa mostrou, assim, impotente para causar grandes sobressaltos, destacando-se apenas um cabeceamento ao lado de Dady. Muito pouco para uma equipa de um primeiro escalão que está a jogar em casa. Neste cenário, convém salientar a importância da entrada de Grzelak (que rendeu o exausto Zé Manel), porquanto o polaco, mostrando uma notável abnegação, percorreu o campo em toda a sua largura, de uma faixa à outra, estando sempre onde estava a bola, de modo a evitar que o Belenenses pudesse visualizar uma linha de passe que fosse. Apesar de ter entregue a iniciativa de jogo e a posse de bola ao adversário durante os segundos 45 minutos, o Boavista soube defender bem, não recuando as suas linhas em demasia  (ou seja, não convidando o Belenenses a "crescer") e pressionando logo à saída do seu meio-campo, o que fez com que a equipa do Restelo não tivesse tempo nem espaço para construir o seu jogo de forma sustentada e apoiada. Em síntese, foi uma vitória justa e tranquila de uma equipa adulta e que, neste jogo, mostrou maior clareza e coerência de processos.

ANÁLISE TÁCTICA

Como já se esperava, Zeljko Petrovic mudou de sistema táctico, abdicando do 4-3-3 "clássico". A entrada de Ricardo Sousa, que desempenhou as funções de médio criativo e organizador de jogo, jogando nas "costas" de Linz, levou a que a equipa se dispusesse num 4-2-3-1 nas acções ofensivas, com Kazmierczak menos vocacionado para o apoio ao ataque (embora subisse sempre que houvesse um livre ou um lançamento perto da grande área), em prol de uma maior preocupação em tapar os espaços ao meio-campo ofensivo adversário e, por vezes, de um auxílio aos dois centrais na luta pela superioridade no espaço aéreo. Zé Manel, desta vez, face à saída de Grzelak, actuou no flanco esquerdo, efectuando, todavia, fruto das combinações com Linz, diagonais rumo ao interior da grande área (numa das quais, apontou o segundo golo do BFC). No outro flanco, Lucas fez de "falso" extremo-direito. A utilização de Lucas nessa posição retirou, é certo, profundidade ofensiva à equipa na direita, mas a verdade é que permitiu que o Boavista, sempre que perdia a bola, passasse a actuar num 4-3-1-2, com o ex-academista a passar para médio-interior direito e, assim, o facto de Ricardo Sousa ter jogado "solto", livre de preocupações defensivas, não teve repercussões ao nível da consistência do sector intermediário. Na fase final da partida, Petrovic lançou Grzelak, que, desta vez, não actuou no flanco esquerdo, mas, sim, com a missão de percorrer o campo de uma faixa à outra para impedir que o homem do Belenenses que tivesse a bola pudesse jogar livre de pressão. A entrada de Essame, nos minutos finais, fez com que o BFC passasse a jogar num 4-4-1-1, com quatro médios (Lucas e Kaz mais descaído e Essame e Tiago em posições centrais) de contenção e Grzelak à frente desse quarteto, enquanto que Linz, já exausto, se mantinha no meio-campo adversário, "prendendo" os centrais do Belenenses.

DESTAQUES INDIVIDUAIS E ÚLTIMAS NOTAS

Roland Linz, por tudo o que já foi dito, merece, talvez, a distinção de melhor jogador em campo. Revelou grande sentido de oportunidade e "poder de fogo" na forma como aproveitou o erro de Sousa para "fuzilar" Costinha. O mesmo sentido de oportunidade esteve presente quando surgiu na recarga a um remate forte de Zé Manel, só não mantendo a mesma eficácia. É um verdadeiro ponta-de-lança, lutando imenso entre os dois centrais adversários, ganhando a maior parte das bolas que lhe são endossadas e mostrando excelente leitura de jogo na forma como, após uma boa recepção de bola, desmarcou, com um passe a rasgar preciso, o seu colega de ataque Zé Manel para o segundo golo "axadrezado". E já soma quatro golos e uma assistência, apenas com cinco jornadas decorridas.

Além dos dois centrais e de William, também Kazmierczak, no sector defensivo, merece nota de destaque. Evidenciou um notável sentido posicional e táctico, ao alternar muito bem entre as posições de médio-interior esquerdo, de médio mais recuado e, por vezes, de terceiro central, respondendo da melhor forma às necessidades da equipa em todos os momentos do encontro. Igualmente, foi no seu pé esquerdo que, com passes precisos, uma boa parte das saídas do BFC para o ataque teve início. Também o seu companheiro de sector Tiago, embora arriscando menos no passe (aposta, claramente, no passe curto para colegas mais próximos), foi determinante no equilíbrio defensivo da equipa no sector intermediário, impedindo que o Belenenses dispusesse de liberdade e espaços para construir o seu jogo.

Ricardo Sousa, apesar de o facto de a equipa jogar, fruto da vantagem madrugadora, algo na expectativa (não dominava, claramente, o encontro) desfavorecer qualquer jogador com as suas características, exibiu alguns pormenores verdadeiramente deliciosos, com passes a 20, 30 metros muito bem medidos, dando o toque de classe que terá faltado, quiçá, frente ao Setúbal e à Académica. Zé Manel, por sua vez, não obstante, como já foi referido, não ter colaborado na tarefa de fechar o flanco esquerdo, foi um elemento importantíssimo, na medida em que fez dupla com Linz no "pressing" alto aos defesas do Belenenses e, fazendo uso de uma estonteante velocidade (que, felizmente, parece voltar a ser uma das suas características) abriu zonas de penetração perante o desamparado lateral Sousa.

Uma última referência para o árbitro da partida, o sr. Olegário Benquerença. Apesar de o lance mais polémico do encontro (o fora-de-jogo mal assinalado a Zé Manel) não ser da sua responsabilidade (mas, sim, do árbitro-assistente que seguia o ataque "axadrezado" na primeira parte), a verdade é que o juiz leiriense conseguiu, em algumas situações, complicar uma partida que não teve grande dureza. Exagerou, claramente, na exorbitante quantidade de cartões amarelos (7!) exibidos aos jogadores do Boavista. Os cartões mostrados a Ricardo Sousa (por uma falta banalíssima a meio-campo) e a Cissé (por uma alegada perda de tempo... excesso de zelo por parte do árbitro, já que o central franco-maliano apenas se afastou da bola para que o companheiro encarregue de marcar a falta - Mário Silva, o pudesse fazer) são ridículos, ainda para mais quando Nivaldo, que rasteirou, de forma duríssima, Ricardo Sousa à entrada da área, não foi punido disciplinarmente. Os cartões amarelos poderiam ter condicionado a actuação dos jogadores do BFC, que, contudo, souberam manter a serenidade.

Para terminar, resta-nos desejar que a coesão entre os três sectores que o Boavista evidenciou ontem (nos antípodas do que tinha acontecido frente à Académica) se mantenha, assim como a capacidade táctica da equipa. A BwinLiga só prossegue daqui a duas semanas (face aos jogos de apuramento para o Euro2008), com o Boavista a enfrentar, frente à Naval (grande sensação deste início de campeonato), o primeiro de dois encontros consecutivos em casa. Será, portanto, uma boa oportunidade para a equipa técnica liderada por Zeljko Petrovic continuar a impor as suas ideias, esperando-se que a equipa surja cada vez mais confiante e coerente nos seus processos.

      VIVA O BOAVISTA!!!



publicado por pjmcs às 12:29
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