U. Leiria - Costinha; Éder, Renato, Gabriel e Tixier; João Paulo, Harison e Alhandra (Touré, aos 62min); Maciel (Jaime Jr., aos 85min), Paulo César e Lourenço (Fábio Felício, aos 78min)
Treinador: Jorge Jesus
Boavista - William; Manuel José, Ricardo, Cadú e Areias; Paulo Sousa, Tiago e Lucas; Zé Manel (Diogo Valente, aos 83min), João Pinto (Tomas Oravec, aos 89min) e Paulo Jorge
Treinador: Carlos Brito
O Boavista não foi além de um nulo na deslocação a Leiria. Apesar de, à partida, o empate não se afigurar como um mau resultado para os axadrezados (até porque o Nacional, o grande rival na luta por um lugar na Taça UEFA, empatou em casa), a verdade é que a primeira parte boavisteira no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em que o BFC foi dominador perante uma União de Leiria que revelou algumas fragilidades, permitia concluir, ao intervalo, que o Boavista tinha em mãos uma excelente oportunidade para regressar às vitórias e aumentar para quatro pontos a vantagem sobre o Nacional. Todavia, a pouca ambição demonstrada no segundo tempo, aliada à inoperância, em termos de transporte e saída de jogo para o ataque, do meio-campo. Paulo Sousa, não obstante ter evidenciado a entrega e a generosidade habituais, esteve francamente mal no capítulo do passe e Lucas, também muito esforçado, após um início de encontro bastante prometedor, acabou por denotar pouca lucidez quando tinha o esférico em sua posse. Tiago (dos três centrocampistas, era aquele que menos responsabilidades tinha na transposição do jogo para sectores mais adiantados) foi o melhor elemento do meio-campo axadrezado.
No ataque, enquanto que Paulo Jorge (um verdadeiro lutador) e João Pinto, apesar de ter jogado, literalmente, nas funções de ponta-de-lança (o que lhe coarctou liberdade para explanar a sua criatividade e capacidade técnica; em jogos anteriores fora de casa, JVP não foi tão obrigado a jogar entre os centrais adversários), mostravam garra e espírito de sacríficio (criando imensas dificuldades a Gabriel, Renato e Éder, principalmente no primeiro tempo), Zé Manel denotou alguma apatia, não emprestando a acutilância de que o lado direito do ataque necessitava. Foram, aliás, apenas dois os momentos em que o ex-pacense se destacou na partida de segunda-feira: na primeira parte, ao gizar um passe a rasgar a defensiva leiriense, direccionado a Paulo Jorge (que, perante Costinha, não conseguiu rematar em boas condições); na segunda parte, ao efectuar um cruzamento perfeito que João Pinto, por ter escorregado, não aproveitou.
Quanto ao sector defensivo, William realizou um punhado de intervenções importantes, mantendo invioláveis as redes boavisteiras, Ricardo Silva assumiu-se, uma vez mais, como o patrão da defesa, Cadú, após um primeiro tempo durante o qual sentiu algumas dificuldades face aos rápidos contra-ataques da União, melhorou imenso na etapa complementar (precisamente, nos antípodas do que se verificou com o rendimento da equipa no seu conjunto), foi decisivo ao anular algumas iniciativas ofensivas do adversário, Manuel José, com menor pendor atacante do que é costume, conseguiu fechar, sem grandes problemas, o lado direito da defesa (nem Lourenço nem Alhandra conseguiram criar desequilíbrios), enquanto que Areias, no flanco canhoto, embora tenha subido, sobretudo no primeiro tempo, com bastante frequência pela sua ala, esteve muito inseguro a defender (a maior parte das investidas ofensivas da formação da casa surgiram pelo lado do esquerdino emprestado pelo FC Porto), cometendo alguns erros em termos de posicionamento.
Em suma, foi um encontro durante o qual o Boavista apresentou duas faces. De equipa dominadora, descomplexada e, nos últimos 10 minutos da primeira parte, bastante pressionante, praticando um futebol muito agradável (graças à capacidade de circular a bola, mostrando profundidade ofensiva, no meio-campo adversário) e dispondo da mais flagrante oportunidade de golo de toda a partida (um remate ao poste por parte de João Pinto, na sequência de um centro preciso de Paulo Jorge), o Boavista passou, a partir do intervalo, a ser uma formação demasiado tímida e apática, convidando a União de Leiria a crescer dentro de campo e a subir no terreno.
ANÁLISE TÉCNICO-TÁCTICA
Aproveitando a circunstância de João Pinto e Paulo Jorge voltarem a estar disponíveis, Carlos Brito regressou ao esquema de 4-3-3 (em jogos anteriores, desdobrável em 4-3-1-2) que valeu uma série de 7 vitórias consecutivas. Todavia, o figurino táctico do BFC apresentou algumas nuances que tornaram a disposição axadrezada no relvado do Municipal de Leiria diferente em relação às deslocações a Coimbra e a Barcelos, por exemplo. João Pinto, como atrás foi referido, jogou entre os dois centrais adversários, nas funções de um verdadeiro ponta-de-lança, o que não lhe permitiu surgir como elemento mais criativo da equipa. Lucas, o vértice esquerdo do meio-campo, jogou mais perto da linha lateral, o que acarretou a vantagem de permitir a Paulo Jorge flectir para zonas mais interiores (conseguindo algumas combinações com JVP), mas, simultaneamente, significou dificuldades acrescidas para Lucas, claramente, mais habituado a aparecer em regiões mais centrais do terreno. Além disso, ex-academista também teve de cumprir a tarefa de ajudar fechar, nas acções defensivas o flanco esquerdo, sobretudo na segunda parte,
Contudo, a maior crítica que poderá ser apontada a Carlos Brito, relativamente ao duelo de segunda-feira, reside no facto de ter mexido demasiado tarde na equipa (Zé Manel, por exemplo, deveria ter sido substituído há mais tempo), acabando por efectuar alterações muito pouco arrojadas (a entrada de um ponta-de-lança de raiz, Oravec, que só dispôs de cerca de 5 minutos em campo, não deveria ter implicado a saída de João Pinto, um dos elementos mais inconformados da equipa, mas, sim, de Paulo Sousa ou de Lucas, pouco eficientes a lançar o ataque, não obstante terem sido importantes na função de fechar os espaços ao sector intermediário adversário).
Quanto à União de Leiria, Jorge Jesus, apesar de ter apostado num elevado número de elementos de características ofensivas, baseou a sua estratégia no contra-ataque, concedendo o domínio do encontro ao Boavista. O 4-3-3 apresentado visava o desdobramento, nas acções ofensivas, num 4-4-2 (com Alhandra a descair para a esquerda e Lourenço a flectir para o centro do ataque, nas costas de Paulo César), mas, na primeira parte, tal intento acabou por não se concretizar, graças à segurança evidenciada por Manuel José e à boa gestão da posse do esférico por parte do BFC. No entanto, a postura menos ousada dos axadrezados no segundo tempo permitiu, em algumas situações, esse desdobramento táctico à União.
ÚLTIMAS NOTAS
É certo que o empate não compromete o objectivo europeu do Boavista (bem pelo contrário), mas, como tem sido mencionado ao longo desta análise, os axadrezados poderiam ter saído de Leiria com um resultado mais positivo e, mais importante, com uma vantagem mais confortável sobre o Nacional. A primeira parte da Pantera, mormente o último quarto-de-hora, em nada fazia antever uns segundos 45 minutos absolutamente paupérrimos e, por vezes, entediantes. A transfiguração para pior do Boavista ao intervalo é algo inexplicável, assim como o receio da equipa técnica em arriscar e reanimar o jogo boavisteiro no segundo tempo.
Para os próximos encontros, a equipa terá de procurar seguir o exemplo dado no primeiro tempo, em que mostrou alguns momentos de grande qualidade, e evitar repetir o rendimento evidenciado na etapa complementar, durante a qual mostrou uma (falta de) ambição que pouco se coaduna com um candidato aos lugares europeus.
O Notícias do Bessa não deixou de marcar presença em mais um jogo do BFC; seguem-se algumas fotos tiradas no Estádio Municipal de Leiria.
Cartaz, uma vez mais, elaborado pelo nosso colaborador Nuno Porto, a quem voltamos a agradecer.
Depois do desaire caseiro da última jornada, o Boavista, agora que pode voltar a contar com João Pinto e Paulo Jorge (duas peças fulcrais na manobra ofensiva axadrezada), vai procurar regressar às vitórias, de forma a manter o 5.º lugar, que dará acesso à próxima edição da Taça UEFA. Pela frente, o BFC tem uma União de Leiria que conta com bons valores individuais e que está a protagonizar uma campanha bastante tranquila nesta Liga.
FORÇA BOAVISTA!!!
Equipas prováveis:
Boavista William; Manuel José, Ricardo Silva, Cadú e Areias; Paulo Sousa, Tiago e Lucas; Diego Figueredo; Fary e Zé Manel
Treinador: Carlos Brito
Outros convocados: Khadim, Marco, Cissé, Hélder Rosário, Rui Duarte, Essame, Diogo Valente, Hugo Monteiro e Tomas Oravec
Belenenses Marco Aurélio; Amaral, Rolando, Pele e Rui Jorge; Sandro Gaúcho, Ruben Amorim, Djurdjevic e José Pedro; Meyong e Silas
Treinador: José Couceiro
Outros convocados: Pedro Alves, Gaspar, Vasco Faísca, Rui Ferreira, Fábio Januário, Paulo Sérgio, Ahamada e Ceará
Depois da injusta eliminação da Taça de Portugal, a última quarta-feira, o Boavista regressa aos compromissos a contar para a Liga, com a recepção a um Belenenses muito motivado pela vitória da passada segunda-feira diante do Braga.
Perante as ausências de João Pinto (circunstância com que o BFC já se debateu frente ao Sporting) e de Paulo Jorge, ambos castigados, Carlos Brito poderá apostar no sistema de 4-3-1-2 que apresentou em Alvalade, com Figueredo como playmaker, Fary (embora Oravec também seja uma possibilidade) e Zé Manel no ataque e apenas duas alterações relativamente a esse duelo com o Sporting: sairiam Cissé e Essame para entrarem Cadú e Tiago (que foram titulares contra o Setúbal). Todavia, a fraca exibição de Figueredo diante do Sporting e a melhor produção ofensiva axadrezada no segundo tempo desse encontro, principalmente após a saída do criativo paraguaio, podem levar o treinador do BFC a adiantar Manuel José no terreno, passando o Boavista a jogar com dois extremos e entrando Rui Duarte para lateral-direito. Nesse caso, Figueredo, ou um dos três médios de características defensivas (Paulo Sousa seria a hipótese mais provável), seria relegado para o banco.
Quanto ao Belenenses, José Couceiro deverá manter o 4-4-2 que teve sucesso diante do Braga, com José Pedro assumir a batuta do jogo ofensivo da formação lisboeta e Silas solto nas costas de Meyong, avançado móvel e com elevados índices de eficácia, tendo, por isso, de merecer uma especial atenção por parte da defensiva axadrezada. A única alteração passará, em princípio, pela entrada de Djurdjevic, para jogar a médio-interior esquerdo, rendendo o lesionado Pinheiro (Ruben Amorim passará, portanto, para médio-interior direito, ele que, diante do Braga, descaiu para o flanco oposto).
Num teste que se prevê bastante exigente para o Boavista, não só pela qualidade do adversário, mas também pelo desgaste físico e psicológico que os 120 minutos em Setúbal, apenas três dias antes da recepção ao Belenenses, acarretam, o importante é que, independentemente da estratégia ou do jogador
Além disso, o Notícias do Bessa pede uma boa casa para receber uma equipa axadrezada que, num momento sempre difícil como é a eliminação da Taça, necessita, mais do que nunca, do apoio dos boavisteiros.
FORÇA BOAVISTA!!!
Faltam poucos minutos para o Boavista entrar em campo nos quartos-de-final da Taça de Portugal, precisamente no terreno onde, no ano passado, se esfumou o sonho boavisteiro de ir ao Jamor. Esta época, todavia, a deslocação a Setúbal para a Ligatraz excelentes recordações, uma vez que foi no Estádio do Bonfim que o BFC se estreou a ganhar fora de casa no campeonato. Eis o onze escolhido por Carlos Brito para procurar ultrapassar mais uma etapa (a penúltima) rumo à final:
Khadim; Manuel José, Ricardo Silva, Cadú e Areias; Paulo Sousa, Tiago e Lucas; João Pinto; Paulo Jorge e Zé Manel
No banco: William, Cissé, Rui Duarte, Essame, Diogo Valente, Fary e Oravec
De destacar os regressos de JVP, Cadú e Tiago, que cumpriram um jogo de castigo frente ao Sporting. O Boavista regressa, assim, à equipa-base da segunda volta do campeonato, à excepção de Khadim, que, hoje, remete William para o banco.
FORÇA BOAVISTA!!!
Sp. CovilhãxBoavista
(25/01; 16:00) - 15.ª Jornada
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