Boavista William Andem; Rui Duarte (William Souza, aos 53min), Hélder Rosário, Cadú e Areias; Manuel José e Tiago (Cissé, aos 64min); Guga (Zé Manel, aos 34min), João Pinto e Diogo Valente; Fary
Treinador: Carlos Brito
Académica Pedro Roma; Nuno Luís, Zé Castro, Hugo Alcântara e Lira (Pedro Silva, aos 82min); Nuno Piloto, Roberto Brum (Joeano, aos 75min) e Paulo Adriano (Marcel, aos 56min); Fernando; Luciano e Filipe Teixeira
Treinador: Prof. Nelo Vingada
O Boavista regressou às vitórias na Liga betandwin.com, ao derrotar, no Estádio do Bessa Século XXI, a Académica por 2-1. Apesar das (já habituais) falhas defensivas da equipa (que, por exemplo, permitiram aos "estudantes" chegar ao 1-1, quando o cenário do jogo, então, apontava como mais provável o segundo golo "axadrezado), com um Rui Duarte completamente desorientado e demasiado tímido a atacar, o BFC rubricou uma exibição que, embora não tenha sido fantástica, foi bastante agradável para os adeptos "axadrezados" que se deslocaram ao recinto da "Pantera".
João Pinto foi, como o título desta crónica indica, a grande figura do encontro, não só pelo golo decisivo que apontou (e que foi o corolário de uma exibição verdadeiramente luxuosa), mas também, e principalmente, por ter sido o "maestro" da equipa do Boavista. Jogou "solto", sem preocupações defensivas, sendo encarregue do apoio directo a Fary. Pôde deambular pelos dois flancos (sobretudo pelo esquerdo), "arrancou" algumas fintas ao seu nível, tirou um ou outro cruzamento (com destaque para um centro perfeito para Fary, na fase final da primeira parte, que culminou com um cabeceamento que passou pertíssimo do poste esquerdo da baliza de Pedro Roma), participou em triangulações e "tabelinhas" deliciosas (mormente com Fary e Diogo Valente) e, no final, procurou fazer um último esforço em prol da manutenção do equilíbrio da equipa a meio-campo.
Falando da partida propriamente dita, Carlos Brito apresentou um 4-2-3-1 mais claro e explanado em campo do que em jogos anteriores, com Tiago ao lado de Manuel José (o ex-Setúbal teve, portanto, mais preocupações defensivas e menos liberdade para atacar pelo flanco direito, além de lhe ter sido concedida a responsabilidade principal na distribuição de jogo) no miolo) e, na frente de ataque, a novidade do regresso de Guga ao flanco direito e Diogo Valente a entrar para o onze. Nelo Vingada, por sua vez, apostou num povoamento do centro do terreno, fazendo alinhar a equipa num 4-4-2, com quatro homens no meio-campo (Roberto Brum à frente da defesa, como distribuidor, Nuno Piloto descaído para a direita, Paulo Adriano descaído para a esquerda e o canhoto Fernando com liberdade para lançar os ataques rápidos dos conimbricenses) e dois avançados rápidos e abertos (Luciano, na direita, e Filipe Teixeira, no lado oposto).
A verdade é que o Boavista entrou muito bem no encontro, marcando logo aos 4 minutos. Os axadrezados apresentaram-se extremamente pressionantes (quer na linha ofensiva, quer na linha média) e ganharam um canto aos 2 minutos, na sequência de uma viragem de flanco efectuada por Manuel José, que Hugo Alcântara desviou para fora. Diogo Valente apontou o canto de forma curta, colocando outra vez em Manuel José, que fez o cruzamento para nova intercepção da defensiva da Académica. Segundo canto para o número 11 do BFC, desta feita com um centro para o segundo poste, onde surgiu Fary, oportuníssimo, a cabecear sem hipóteses para Pedro Roma. Terceiro tento nesta Liga para o senegalês, que parece ter recuperado o vício de facturar que lhe valeu a transferência do Beira-Mar para o Boavista. Destaque, também, para os bons posicionamento e movimentação de Guga, que, colocando-se junto ao primeiro poste, permitiu arrastar defensores academistas para a marcação ao extremo brasileiro, o que possibilitou que Fary surgisse sem oposição. Após o golo, o Boavista manteve a mesma toada, aproveitando a timidez ofensiva da Académica, e podia ter chegado ao 2-0. Guga, flectindo para o centro, parece aguardar pela subida de Rui Duarte pela direita, o que confunde os centrais da Académica, cruza, outra vez ao segundo poste, onde surge Fary (quem haveria de ser?) a cabecear. Mas Pedro Roma acaba por desviar o esférico para o poste direito da sua baliza.
Todavia, num cenário de (aparente) tranquilidade axadrezada, com o domínio das operações do encontro e o controlo da posse de bola por parte do Boavista, que a Académica, aos 18min, perante mais uma falha defensiva imperdoável do BFC, fez o empate. Rui Duarte faz uma intercepção deficiente, de cabeça, colocando o esférico em Filipe Teixeira, junto à linha lateral, no flanco esquerdo da Académica. Rui Duarte recupera posição, é certo, mas ele e Hélder Rosário, que procura fazer uma dobra deixando muito espaço livre no coração da grande área, acabam por ser ultrapassados por Teixeira, este desmarca Fernando em posição privilegiada (Cadú também não faz a marcação ao academista), que remata fraco. William Andem, no entanto, não faz melhor do que realizar uma defesa incompleta, aproveitando Luciano para, na recarga, rematar para o interior da baliza do camaronês. Como consequência de novo erro no sector mais recuado, a equipa do Boavista intranquilizou-se e perdeu, durante cerca de 10 a 15 minutos, o domínio do meio-campo. O quarteto médio academista superiorizava-se à dupla Manuel José/Tiago, sendo que este último passou, completamente, por uma fase de desorientação dentro de campo, entrando à bola, muitas vezes, de forma precipitada e disputando o esférico juntamente com Manuel José (em situações nas quais apenas se justificava a presença de um jogador do BFC), o que culminava com a abertura de autênticos corredores pelos quais os médios interiores da Académica poderiam progredir, com relativa facilidade, no terreno. Rui Duarte revelava-se demasiado permeável e pouco afoito a atacar, os dois centrais não acertavam as marcações (apesar de Hélder Rosário se apresentar num plano ligeiramente mais positivo que Cadú, uma vez que era o defensor que mais à vontade denotava nos passes para as costas da defesa axadrezada, não obstante a sua fragilidade no jogo aéreo) e Areias, embora sem comprometer, não conseguia dar a mesma profundidade ofensiva à sua ala (isto quando caso seja feita uma comparação com os jogos diante do Paços de Ferreira e da Naval).
No entanto, com o auxílio de Diogo Valente (principalmente) e de João Pinto, o miolo do BFC recuperou consistência. Entretanto, aos 34 minutos, Carlos Brito retirou Guga (numa exibição que teve como aspecto positivo a segurança no passe curto; mas Guga, sem a velocidade que se exige para um extremo, não conseguiu abrir o jogo do Boavista na ala direita) e lançou Zé Manel, numa tentativa (que se revelou frutífera) de emprestar maior acutilância ao flanco direito. João Pinto, aos 35min, com um cruzamento perfeito na direita, coloca a bola à medida da cabeça de Fary, que rematou ligeiramente ao lado (num cabeceamento cruzado). Pouco depois, Manuel José, com um lançamento longo, desmarca o senegalês, que, depois de penetrar na grande área, acaba por cair, num lance em que, pelo menos foi a sensação que deixou em quem estava no estádio, parece ser empurrado pelo Hugo Alcântara. O Boavista voltava a ter o domínio da partida, apesar de o sector defensivo sentir grande insegurança e de Tiago denotar dificuldades para construir jogo. Pouco depois, o final da primeira parte chegava com 1-1 no marcador, resultado penalizador que castigava um Boavista muito mais perigoso, mas permeável nas imediações da sua grande área. Durante o intervalo, o plantel sénior e a equipa técnica da secção de futsal do BFC receberam, das mãos do Dr. João Loureiro, a Supertaça da modalidade (conquista após brilhante vitória, no último domingo, por 4-2 frente ao Benfica) e ouviram uma forte (e justa) ovação por parte dos associados do BFC.
Início da segunda parte e o Boavista parecia, aos poucos, ganhar domínio em termos territoriais, com a Académica cada vez mais remetida ao seu sector defensivo, respondendo em contra-ataque. Carlos Brito, aos 53min, arriscava, substituindo Rui Duarte por William Souza. O Boavista abria, assim, a sua frente de ataque, com Fary e William Souza, num esquema que exigia uma dose adicional de esforço aos dois extremos (que, quando a equipa não tinha a posse de bola, teriam de funcionar como médios interiores; ou seja, teriam de ser muito fortes nas transições ataque-defesa e defesa-ataque), face à deslocação de Manuel José para o lado direito da defesa, os quais trocavam constantemente de flanco) e a João Pinto. Nelo Vingada procurou responder, lançando um ponta-de-lança (Marcel) para o lugar de Paulo Adriano, passando os estudantes a atacar em 4-3-3, com Roberto Brum no vértice mais recuado do meio-campo e Fernando e Nuno Piloto mais lateralizados. E a Académica acabou por assustar o público no Estádio do Bessa Século XXI, por culpa de William Andem: Fernando, após um lançamento lateral, remata fraco para William Andem, inexplicavalmente, largar a bola para a sua frente, permitindo isolar Marcel, que, para felicidade axadrezada, rematou ao lado. No entanto, à parte deste susto, o novo sistema táctico do BFC veio assegurar um maior caudal ofensivo e uma circulação de bola com maior e mais rápida progressão no meio-campo adversário. O Boavista tinha agora duas unidades na frente capazes de fazer uma pressão mais alta, o que fez com que a Académica tivesse muito mais dificuldades para gizar os seus contra-ataques. João Pinto continuava a ser importantíssimo na criação de espaços e na organização de jogo e acabou por ser recompensado, com mérito próprio, claro. Foi aos 60 minutos. Tiago, na esquerda, tenta uma viragem de flanco, num passe que Lira (lateral-esquerdo da Académica) desvia pela linha final. Canto na direita do ataque do Boavista e notou-se que se tratou de uma jogada de laboratório: Diogo Valente passa a Manuel José, este centra para Areias, que, no interior da grande área, amortece de cabeça para João Pinto, que, sem deixar cair a bola, efectua uma remate cheio de convicção, que não dá hipóteses a Pedro Roma. O Boavista voltava a ter vantagem no marcador. Pouco depois, Tiago, que se queixava de cores na coxa direita, saía para dar lugar a Cissé, numa alteração que acabou por se revelar importantíssima para o equilíbrio defensivo do BFC. De facto, o franco-malaio mostrou muito maior sentido táctico-posicional que Tiago (foi extremamente eficaz nas compensações) e, apesar de a Académica, aos 70min, ter enviado uma bola à barra por intermédio de Hugo Alcântara (na sequência de um livre em que uma hesitação de William Andem entre sair e não sair causou toda a agitação que se verificou na área do Boavista), os axadrezados foram uma equipa muito mais serena a defender e a actuação de Areias melhorou, aproximando-se do que produziria nos dois encontros anteriores. Face ao maior pendor ofensivo da Briosa, o Boavista apostava em ataques rápidos, com o contributo essencial dos dois extremos (curiosamente, Zé Manel, que é destro, rendeu mais quando ocupava o flanco esquerdo, acontecendo o mesmo com Diogo Valente, um esquerdino, na direita) e de, uma vez mais, João Pinto. Os dois avançados procuravam, principalmente Fary, ajudar a prender os dois centrais e os laterais adversários.
Esta crónica não retrataria autenticamente o que se passou no relvado se não fosse feita uma referência ao trabalho do árbitro, o sr. Augusto Duarte. O juiz bracarense evidenciou, mormente após o segundo tento axadrezado, uma dualidade de critérios gritante, quer ao nível disciplinar, quer no âmbito técnico. Faltas atrás de faltas a favor da Académica (dado a ideia de que o BFC era uma equipa dura, algo que não correspondia à verdade, pois uma boa parte dessas infracções as aspas são propositadas não existiu), não recorrendo ao mesmo critério rigoroso quando os academistas disputavam o esférico à margem das leis, além de a distribuição dos cartões amarelos não ter sido justa. Por exemplo, a primeira falta de Cissé, que tentou chegar à bola, foi imediatamente castigada com um cartão amarelo, enquanto que Lira, que teve uma noite bastante intranquila, derrubou por diversas ocasiões Diogo Valente, sem ser penalizado disciplinarmente. O árbitro apenas uniformizou, de certa forma, o seu critério depois de, cerca dos 85min de jogo, ouvir um irónico aplauso por parte da plateia, quando assinalou uma falta a favor do Boavista.
Voltando aos verdadeiros protagonistas da partida, resta dizer que o Boavista manteve, até ao final do encontro, uma toada tranquila e equilibrada, com os dois centrais a melhorarem o seu rendimento. Não obstante a presença de somente um elemento de características defensivas no meio-campo (Cissé), a Académica não conseguiu ganhar superioridade neste sector, face ao excelente desdobramento, como já foi referido, de Diogo Valente e Zé Manel (que recuperam e cortaram algumas bolas), que permitiram encurtar os espaços e fechar as linhas de passe. O jogo acabou por terminar sem mais lances que mereçam destaque. O Boavista, numa noite em que mostrou bom futebol, nunca abdicando da intenção de apostar na circulação de bola e no esférico jogado de pé para pé. É certo que as falhas defensivas constituem motivo óbvio para preocupação, o estilo de jogo ainda não está totalmente assimilado pelos jogadores (são visíveis algumas hesitações, nomeadamente em Cadú e Hélder Rosário) e, por vezes, a equipa não consegue dar profundidade ao seu jogo em ambas as alas, mas a verdade é que o Boavista parece estar no bom caminho. Para além da grande exibição de João Pinto, de mais uma actuação de enorme sacrifício (coroada com mais um golo) de Fary, das boas prestações de Diogo Valente e de Zé Manel e da importância que o papel desempenhado por Cissé teve, também Manuel José, apesar de não ter sido tão exuberante como fora diante do Paços de Ferreira, por exemplo, esteve em bom plano, revelando a abnegação habitual, cumprindo quer a jogar a médio, quer como lateral. VIVA O BOAVISTA!!!
(Secção de Futsal do BFC recebe a justa ovação ao intervalo.)
Equipas prováveis:
Boavista - William Andem; Rui Duarte, Ricardo Silva, Cissé e Areias; Tiago; Manuel José e João Pinto; Zé Manel e Diogo Valente; Fary
Treinador: Carlos Brito
Académica - Pedro Roma; Nuno Luís, Danilo, Zé Castro e Lira; Roberto Brum e Paulo Adriano; Luciano, Zada e Filipe Teixeira; Marcel
Treinador: Prof. Nelo Vingada
O Boavista defronta amanhã a Académica no Estádio do Bessa Século XXI, num jogo entre duas equipas que necessitam, com alguma urgência, de uma vitória. Por um lado, apesar de ainda não terem perdido, os "axadrezados" só somaram, até agora, um triunfo, pelo que precisam de vitórias para "alimentarem" o seu projecto europeu. Por outro lado, os "estudantes" ainda não ganharam nesta Liga, embora os dois primeiros jogos (recepção ao Benfica e deslocação ao terreno do Nacional) se tenham saldado por dois empates que certamente não desagradaram ao treinador Nelo Vingada.
Carlos Brito deverá operar bastantes mudanças no "onze", tendo em conta a fraca consistência defensiva dos dois centrais nos dois últimos encontros e a falta de criatividade e, segundo as palavras do próprio treinador do BFC, de capacidade de manter a posse de bola no meio-campo contrário do "miolo" boavisteiro. Assim sendo, se o recuo de Cissé para o centro da defesa (rendendo Cadú) é praticamente um dado adquirido, já o outro posto do eixo defensivo poderá ser ocupado por Ricardo Silva e Hélder Rosário. No meio-campo, sector vital na manobra de jogo do Boavista e essencial nas transições defesa-ataque e ataque-defesa (uma vez que, na manobra ofensiva, o BFC deverá jogar em 4-1-4-1, enquanto que, sem a posse de bola, a equipa apresentar-se-á em 4-2-3-1), Tiago será o médio de características mais defensivas (jogando mais recuado do que na partida frente à Naval), Manuel José encarregar-se-á do transporte de jogo, auxiliando Tiago a recuperar bolas e Zé Manel a atacar pela direita, e João Pinto terá a responsabilidade de organizar jogo. No ataque, Diogo Valente poderá entrar para o lugar de Guga. William Andem, Rui Duarte, Areias, Zé Manel e Fary manterão, em princípio, a titularidade. Quanto à Académica, a "Briosa", preservando o sector defensivo e os dois médios mais defensivos (o capitão Paulo Adriano e o distribuidor Roberto Brum) e o extremo-direito Luciano (que, em algumas situações de jogo, poderá funcionar como segundo avançado), deverá jogar com Zada na organização de jogo e Filipe Teixeira deverá passar para o flanco esquerdo (embora também se possa manter como médio de apoio ao ataque). No centro do ataque, Marcel é o "favorito", mas, fruto da fraca actuação do número 10 da Académica no último encontro, diante do Paços de Ferreira, Joeano pode entrar no "onze".
Para derrotar os "estudantes", o BFC terá de ser, forçosamente, uma equipa mais compacta e no seu sector defensivo e jogar, mesmo quando não tiver a posse de bola, com os sectores mais juntos (ao invés de, como fez na segunda parte na Figueira da Foz, actuar com as linhas defensiva e média demasiado próximas da sua grande área, deixando o tridente ofensivo demasiado distante da construção de jogo). Além disso, como é óbvio, e aproveitando o regresso de João Pinto, uma rápida e segura circulação de bola no meio-campo da Académica, com progressão, é fundamental, tendo os extremos de abrir nos dois flancos, devidamente apoiados pelos laterais (embora a subida de ambos não deva ser simultâneo, sob pena de a equipa perder o equilíbrio e a superioridade numérica no último terço do terreno e, consequentemente, ficar mais exposta aos contra-ataques adversários). Esperemos, também, que jogadores como Areias, Fary e Manuel José, unidades fulcrais na recepção ao Paços de Ferreira e na deslocação ao terreno da Naval, conseguiam apresentar a bitola exibicional das duas mais recentes partidas. E, claro, será importantíssimo que os dois centrais revelem melhor sentido posicional e maior rigor nas marcações, que William Andem não hesite nas "saídas" aos cruzamentos e que a equipa seja pressionante, quer no sector ofensivo, que a meio-campo, de modo a conceder mesmo tempo e espaço aos comandados de Nelo Vingada. Recorde-se que a Académica é uma equipa forte no contra-ataque, alternando, com grande facilidade, entre um 4-3-1-2 com quatro médios e dois avançados abertos e o 4-2-3-1, pelo que a rapidez nas transições ofensivas e defensivas no Boavista é, também, um aspecto que tem de estar presente amanhã, no relvado do Estádio do Bessa Século XXI. FORÇA BOAVISTA!!!
height=108 src="http://boavistafc.blogs.sapo.pt/arquivo/Image2-thumb.jpg" width=237 border=0>O Boavista conquistou, hoje de manhã, no Pavilhão Municipal de Barcelos, a Supertaça de Futsal, batendo o campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, o Benfica, por quatro bolas a duas.
Apesar do claro favoristismo com que o Benfica partia para este jogo e que parecia confirmado com o golo inaugural de André Lima, o Boavista conseguiu a "desforra" relativamente à turma lisboeta (que derrotara os "axadrezados" em Maio, na final da Taça de Portugal), respondendo com quatro tentos (dois deles antes do intervalo). O Benfica ainda reduziu, segundos após Júnior ter rematado ao poste (no que poderia ter sido o 5-1 no marcador), mas o Boavista, também aproveitando o facto de os "encarnados" terem jogado, durante cerca de um minuto, com três jogadores (fruto das expulsões acertadas de André Lima e Ricardinho), soube gerir o encontro e evitar sobressaltos no seu último reduto. Os golos do BFC foram apontados por Guga, na sequência de uma jogada (bem) estudada, Guri, de livre directo, novamente Guga, numa jogada individual, e Ricardo Pereira, num remate de meia-distância.
O Notícias do Bessa dá os parabéns ao plantel de futsal do Boavista e à equipa técnica liderada pelo prof. Rui Pereira por esta excelente conquista, que muito vem enobrecer o nosso clube. Este blog espera que a secção de futsal sénior "axadrezada" desça ao relvado do Estádio do Bessa Século XXI no encontro da próxima segunda-feira diante da Académica, de modo a receber uma justa ovação por parte dos associados do BFC. face=georgia>VIVA O BOAVISTA!!!
height=360 alt="cartaz para colocar no blog.JPG" src="http://boavistafc.blogs.sapo.pt/arquivo/cartaz para colocar no blog.JPG" width=480 border=0>
O Boavista recebe, na próxima segunda-feira, a Académica, num jogo em que o BFC tentará regressar às vitórias, depois do empate (que soube, claramente, a pouco) na Figueira da Foz, diante da Naval.
Este cartaz foi, uma vez mais, elaborado por Nuno Porto. O Notícias do Bessa volta agradecer a este indefectível boavisteiro a colaboração com este blog.
Naval - Taborda; Carlitos, Fernando, João Paulo e China; Gilmar e Glauber; Lito (Léo Guerra, aos 54min), Fajardo e Rui Miguel (Saulo, aos 67min); Bruno Fogaça (Márcio Luiz, aos 90min)
Treinador: Manuel Cajuda
Boavista - William Andem; Rui Duarte, Hélder Rosário, Cadú e Areias; Kalifa Cissé, Manuel José e Tiago; Zé Manel (Paulo Jorge, aos 71min), Fary (William Souza, aos 78min) e Guga (Diogo Valente, aos 59min)
Treinador: Carlos Brito
Após uma motivadora vitória frente ao Paços de Ferreira, o Boavista, cinco dias depois, não foi capaz de ir além de um empate na deslocação à Figueira da Foz, num encontro que teve, é legítimo dizê-lo, "na mão", uma vez que esteve por duas vezes em vantagem e, após o 1-2 favorável no marcador, poderia ter resolvido a partida. No entanto, as razões que conduziram à perda de mais dois pontos não se esgotam no desperdício de duas flagrantes ocasiões de golo que poderiam ter dado o 1-3 nem no cabeceamento ligeiramente por cima de Diogo Valente, quando o encontro já se encontra empatado a duas bolas, numa fase que marcou uma reacção intensa mas demasiado fugaz do BFC. A falta de criatividade, de ideias e de capacidade de pautar o jogo ao meio-campo, que apresentou dois jogadores que estão vocacionados somente para a destruição do jogo adversário, Cissé e Tiago (apesar de o franco-malaino ter estado, uma vez mais, em bom plano), sendo que o último (que jogou na posição de distribuidor de jogo, ligeiramente descaído para a esquerda) sentiu naturais dificuldades para contribuir para a organização de jogo (apenas Manuel José, que, embora tenha realizado uma boa exibição, à semelhança do que acontecera no último domingo, deambulando entre a direita e o "miolo" nas acções ofensivas, era um elemento capaz de sair a jogar com qualidade no meio-campo, não sendo, no entanto, um criativo/"playmaker"), as falhas de marcação da defesa (Rui Duarte concedeu demasiado espaço a Rui Miguel, permitindo que este pudesse tirar o cruzamento que culminou no primeiro tento da Naval, num lance em que Cadú, cujo mau posicionamento possibilitou a Bruno Fogaça cabecear "à vontade", e William Andem, que hesitou demasiado entre sair ou permanecer entre os postes, não ficaram isentos de culpas) e a forma muito pouco inteligente e nada serena de defender na segunda parte (principalmente nos 10 minutos que antecederam o segundo golo da turma da casa), com o meio-campo defensivo e os dois centrais demasiado recuados e remetidos para a sua grande área, "convidando" a Naval a atacar e ocupar terrenos mais adiantados, ajudam a explicar um resultado no qual, para ser justo, a Naval teve o seu mérito.
A Naval apresentou-se em campo no seu 4-2-3-1 habitual, com Fogaça como grande referência do ataque, e Carlos Brito, talvez na tentativa de manter a estabilidade da equipa no centro do terreno, de modo a não conceder espaços à manobra ofensiva navalista (possivelmente para evitar que acontecesse aquilo que sucedeu na primeira parte do jogo do BFC na Amadora), apostou no reforço em termos defensivos (de modo a dar maior capacidade de luta e de fechar os espaços e linhas de passe ao adversário) do meio-campo "axadrezado", descurando, todavia, a criatividade e a capacidade de manter a posse de bola à zona intermediária do Boavista. Após um "susto" que Fogaça causou, num lance em que William, confiando em demasia no seu "golpe de vista", viu a bola embater na parte de cima da barra (acabando por sair), na sequência de um cabeceamento que parecia não trazer grande perigo, o Boavista acabou por marcar cedo. Manuel José bate um livre na esquerda do ataque do BFC, acabando a defesa da Naval por "despachar" o esférico para lá da linha final. Na sequência do canto, marcado de forma curta, Areias surge perto da esquina esquerda da área adversária, cruza para Cissé, descaído para a direita, que levanta para o interior da grande área, surgindo Guga, que, à "meia-volta", remata sem hipóteses para Taborda. Estava feito o 0-1e os boavisteiros presentes no Municipal Bento Pessoa julgavam que o Boavista, a partir desse momento, iria controlar o jogo e manter a vantagem. No entanto, pouco depois, a Naval acabou por fazer um empate, num lance que já foi acima descrito, com responsabilidades óbvias para o sector defensivo boavisteiro.
Com a igualdade no marcador, o Boavista, a despeito de não ser uma equipa muito perigosa, dominava o encontro, superiorizando-se no meio-campo. As subidas frequentes de Areias pela esquerda (grande jogo do esquerdino, principalmente no primeiro tempo, em que conseguiu defender o seu flanco sem dificuldades e ser, praticamente, o extremo-esquerdo da equipa, ultrapassando várias vezes o lateral-direito Carlitos e tirando cruzamentos de grande qualidade), a mobilidade e a inteligência de um Fary, que, para não variar, recuou sempre que foi preciso no terreno para vir buscar jogo, a abnegação de Manuel José e algumas, se bem que esporádicas e, maior parte das vezes, sem grande sucesso, inciativas de Zé Manel ajudaram a compensar, de alguma forma, a ausência de um criativo, a desinspiração e alguma desorientação de Rui Duarte e o facto de Guga, embora tenha sido decisivo no golo marcado e mostrado alguns bons pormenores, ter a tendência para flectir para o centro. Mais atrás, Tiago denotava alguma lentidão e insegurança no passe, Cissé conseguia anular Fajardo, impondo-se no jogo aéreo, mas sentia, também ele, dificuldades para sair a jogar e lançar o ataque, Cadú mostrava alguma precipitação e Hélder Rosário era o elemento mais esclarecido nos passes longos para o ataque. Foi neste cenário de uma certa superioridade "axadrezada" que o BFC, aos 38min, voltou a colocar-se na liderança do resultado. Apontando um livre na direita do ataque a castigar falta sobre Rui Duarte, Areias cruza para a grande área ao segundo poste e Fary, aguentando a carga de João Paulo, apesar de estar em desequilíbrio, é bem sucedido no cabeceamento que efectua e bate Taborda. Para Fary era mais um golo, em mais uma exibição de elevado nível, razão pela qual o senegalês ouviu o seu nome ser entoado nos instantes que se seguiram ao golo pelos Panteras Negras.
O 1-2 intranquilizou a Naval e deu uma "injecção" de confiança ao Boavista, que passou a ser mais incisivo no ataque, conseguindo abrir mais espaços. Pouco antes do final da primeira parte, os "axadrezados" gizaram aquela que foi uma das jogadas melhor construídas durante todo o encontro: Areias lança Fary na esquerda, o senegalês escorrega mas consegue manter a posse do esférico e passa por Carlitos, endossa a bola para o interior da grande área, onde se encontra Guga, que, de costas para a baliza, vê, mesmo assim, a desmarcação de Tiago, efectuando um passe num excelente gesto técnico que isola o 66 do BFC. Porém, o médio, perante Taborda, falha incrivelmente a possibilidade de fazer o 1-3, rematando à barra. O intervalo chegava quase de seguida, com uma vantagem "axadrezada" que se podia considerar justa, podendo ser mais confortável, não fosse o desperdício de Tiago. O Boavista teve, no período que se seguiu ao 1-2 e antcedeu o intervalo, claramente a sua melhor fase da partida. Os boavisteiros presentes no estádio certamente pensavam que a segunda parte iria dar continuidade aos 10 minutos finais do primeiro tempo. Mas não.
Contudo, o Boavista até começou melhor do que a Naval o segundo tempo. Fary, numa das ocasiões em que recuou no terreno para vir buscar jogo, solicitado por um passe de Zé Manel, aguarda inteligentemente pela desmarcação deste último junto à linha final, no flanco direito. Após a abertura do senegalês, o ex-Paços de Ferreira cruza rasteiro com boa conta para a grande área, onde aparece o inevitável Fary a desviar, com o pé direito, fazendo com que a bola passasse ligeiramente ao lado do alvo. A partir daí, até nova reposição do empate no marcador, foi a Naval a equipa que obteve o domínio das operações da partida. No entanto, este domínio navalista foi essencialmente, mais do que uma consequência da adiantamento dos médios Glauber e Gilmar no terreno, o resultado de um recuo exagerado da primeira linha defensiva do Boavista. Para evitar que a Naval pudesse gozar de uma total liberdade de movimentos no último reduto "axadrezado", a linha média do BFC, Cissé e Tiago, também recuou, mantendo-se apenas Manuel José e o tridente ofensivo com alguma liberdade para conduzir o contra-ataque. Rui Duarte abdicava praticamente por completo das iniciativas ofensivas pelo seu flanco e Areias, face à pressão da formação da casa e à entrada de um Léo Guerra muito mais afoito que o jogador que rendeu (Lito) para o lado direito do ataque, tinha menos liberdade para subir pela esquerda. Consequentemente, a Naval não enjeitou a possibilidade de atacar com maior perigo e sem tantas preocupações defensivas que o recuo das linhas defensiva e média do BFC permitia e acabou por chegar ao empate. Na sequência de um livre de Fajardo na direita, Cadú, uma vez mais infeliz, acaba por desviar, com o pé direito, a bola para o interior da sua própria baliza. O Boavista, que dispusera de oportunidades para resolver o jogo, era, assim "castigado" por defender em zonas muito próximas da sua grande área.
Os minutos que se seguiram ao segundo golo da Naval marcaram uma reacção bastante "forte" da equipa do BFC, que começou a pressionar o último reduto adversário, podendo ter feito o 2-3. Diogo Valente, logo a seguir ao 2-2, entrava para o lugar de Guga (uma substituição que já estava prevista antes de a Naval fazer o empate), numa tentativa de fornecer maior acutilância ao flanco esquerdo. Nos primeiros minutos após a entrada o internacional sub-21, Zé Manel passou para o flanco esquerdo e Diogo Valente ocupou a ala oposta, tendo os dois acabado por trocar. Aliás, foi o esquerdino quem teve uma excelente ocasião para voltar a colocar o Boavista em vantagem: bom trabalho de Zé Manel na direita, passe para Manuel José, o ex-Setúbal centra para Diogo Valente, que, num cabeceamento efectuado de cima para baixo, remata ligeiramente por cima. No entanto, a reacção do Boavista foi, como mencionei no início desta análise, efémera e a Naval voltou a aproveitar a deficiente capacidade defensiva do BFC para criar embaraços à equipa "axadrezada". Bruno Fogaça, por três (!) vezes, conseguiu passar pelos centrais do Boavista, valendo aos comandados de Carlos Brito o facto de o avançado brasileiro ter rematado, nas três ocasiões, demasiado fraco. O treinador do BFC ainda tentou "refrescar" o flanco direito, substituindo Zé Manel por Paulo Jorge, mas a verdade é que o Boavista, nessa fase do encontro, não conseguia estabilizar o seu jogo, não tinha a visão de jogo e a qualidade de passe necessárias no meio-campo para fazer aberturas de qualidade para as alas, onde Diogo Valente tudo fazia para contrariar a tendência de então da partida e Paulo Jorge até se apresentava rápido e capaz de causar dificuldades ao lateral-esquerdo Guerra (que abusou das faltas sobre Manuel José e o ex-Maia, tendo acabado por ver o cartão amarelo demasiado tarde). Manuel José era o jogador mais esclarecido do meio-campo do Boavista, que, entretando, ficava reduzido ao duas unidades (Tiago e Manuel José), uma vez que Cissé, apercebendo-se dos problemas dos dois centrais (mormente Cadú), recuava para o centro da defesa. Com esta alteração, Tiago ficava completamente desorientado, não conseguindo recuperar bolas e travar as investidas ofensivas da Naval, o que impedia a ligação do jogo com o ataque do Boavista. Carlos Brito esgotava as alterações, trocando Fary (que muito trabalhou) por William Souza, numa substituição na sequência da qual o principal prejudicado foi... o Boavista, pois o ponta-de-lança não apresentou, dentro de campo, a mesma mobilidade que o senegalês. O encontro aproximava-se do final e o Boavista apenas conseguia animar a partida com alguns tímidos contra-ataques. O último destaque do desenrolar da partida vai, pela negativa, para Paulo Jorge: quando o encontro registava o último minuto das "compensações" concedidas pelo árbitro Nuno Almeida, Paulo Jorge, ao invés de procurar dominar a bola, o que, a acontecer, o colocava em boa posição para desmarcar, com grande perigo, William Souza na grande área, prefere deixar sair o esférico, numa atitude que lhe valeu bastantes assobios (justos, diga-se) por parte dos adeptos do Boavista. O jogo terminava logo a seguir ao lançamento de linha lateral que se seguiu, com um empate, que, apesar de não ser propriamente um resultado péssimo, acaba por saber a pouco, principalmente tendo em conta que o Boavista, face às duas vantagens de que dispôs no marcador, para controlar devidamente a partida e arrecadar três preciosos pontos. A falta de ambição após o 2-2 (mais concretamente a não aposta num "playmaker" para o meio-campo) e a forma sôfrega com a equipa defendeu são aspectos que têm de ser corrigidos nos próximos jogos. No entanto, as exibições de Areias, Fary e Manuel José merecem nota extremamente positiva, sendo animadoras quando ao futuro do Boavista nesta Liga.
Cerca de meia-hora antes do início do encontro:
O Boavista divulgou, na sua página oficial na Internet, os 19 jogadores chamados por Carlos Brito para o encontro de amanhã, às 21h30min, na Figueira da Foz. Além da já certa ausência de Lucas (castigado por dois jogos na sequência da expulsão frente ao Paços de Ferreira), as notas de maior destaque vão para as saídas da convocatória de João Pinto (não conseguiu recuperar da lesão sofrida na perna direita que contraiu na partida do último domingo) e de Cafú (apesar de ter "facturado" frente aos Paços de Ferreira, o treinador do BFC preteriu o cabo-verdiano, embora se desconheça se, no treino da manhã de hoje, o número 17 sofreu alguma mazela que o impeça de dar o seu contributo à equipa), para o regresso de Tiago (de volta após castigo de um jogo) e para a estreia do defesa-central Ricardo Silva.
Eis a lista completa dos 19 futebolistas eleitos por Carlos Brito para o duelo frente à Naval:
Guarda-Redes: 1-William ; 21-Carlos
Defesas: 2-Rui Duarte ; 3-Ricardo Silva ; 5-Areias ; 13-Carlos Fernandes ; 20-Cadú ; 37-Hélder Rosário
Médios: 4-Kalifa Cissé ; 25-Essame ; 66-Tiago ; 81-Manuel José
Médios ofensivos: 10-Diego Figueredo
Médios-ala: 7-Zé Manel ; 8-Guga ; 11-Diogo Valente ; 14-Paulo Jorge
Avançados: 9-Fary ; 83-William Souza
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Cartaz elaborado novamente por Nuno Porto, a quem o Notícias do Bessa aproveita, uma vez mais, para agradecer.
Boavista - William Andem; Rui Duarte, Hélder Rosário, Cadú e Areias; Lucas; Manuel José e João Pinto (Kalifa Cissé, ao intervalo); Zé Manel, Fary (Cafú, aos 65min) e Guga (Diogo Valente, aos 71min)
Treinador: Carlos Brito
Paços de Ferreira - Peçanha; Primo, Geraldo, Emerson e Fredy (Tiago Martins, aos 86min); Paulo Sousa, Júnior e Pedrinha (Rui Dolores, aos 62min); Didi, Edinho e Edson
Treinador: José Mota
O Boavista conseguiu, ontem à noite, num Estádio do Bessa Século XXI relativamente bem composto de público, a primeira vitória nesta Liga betandwin.com e logo por quatro bolas a uma. Num excelente espectáculo de futebol, foi, curiosamente, o Paços de Ferreira quem entrou melhor no jogo, chegando a criar um verdadeiro "susto" aos adeptos do BFC: na sequência de um canto na esquerda do ataque pacense, Edson centra para o interior da grande área, onde surge Edinho, completamente livre de marcação, a cabecear, obrigando William a uma defesa extremamente difícil, desviando uma bola que acaba por bater em Rui Duarte e sobrar novamente para as mãos do guardião camaronês.
Todavia, parece que os "calafrios" iniciais foram benéficos para a equipa, que passou, após os primeiros 5 minutos da partida, a dominar o encontro, a ganhar o duelo no meio-campo. Apresentando um 4-2-3-1 desdobrável num 4-1-4-1 nas acções ofensivas (graças à grande capacidade física de Manuel José, que esteve, autenticamente, em todo o lado no jogo de ontem), com Lucas como médio mais defensivo e encarregue de distribuir jogo, Manuel José a auxiliar o ex-Académica a dar consistência ao "miolo" e, quando o BFC tinha a posse da bola, deambulando entre a ala direita (no apoio a Zé Manel e a Rui Duarte) e zonas mais interiores do terreno e João Pinto a constituir um importante auxílio a Guga na esquerda, o Boavista mostrou grande profundidade ofensiva no seu futebol. Zé Manel esteve ao seu nível, abrindo no flanco direito (apoiado por um Rui Duarte, que, aos poucos, foi ganhando confiança. e por Manuel José) e conseguindo romper por diversas vezes, Guga não esteve bem (complicou em algumas ocasiões, tentando fintar quando podia ser mais prático, e teve a tendência para flectir para centro), mas Areias (uma meia-surpresa no "onze" escolhido por Carlos Brito) foi um lateral extremamente afoito no primeiro tempo, tirando alguns cruzamentos de qualidade junto à linha final, e Fary foi, à semelhança do que acontecera no jogo-treino com o Aves, um ponta-de-lança extremamente móvel, procurando espaços vazios para receber o esférico e tentando algumas combinações, que apareceu sempre na grande área no sítio certo para responder aos cruzamentos feitos pelos companheiros. O que falhou na primeira parte frente ao Estrela, a ligação entre defesa, meio-campo e ataque, o Boavista fez com eficácia e rapidez, contribuindo para isso a precisão no passe de Lucas, a capacidade de Manuel José receber a bola e transportar jogo, o maior pendor ofensivo dos dois laterais e o facto de Zé Manel ter, frequentemente, recuado no terreno para recuperar bolas no meio-campo e, sem quaisquer receios, iniciar as arrancadas que o caracterizam. João Pinto, ligeiramente descaído para a esquerda (apesar de ter surgido algumas vezes no flanco oposto), também colaborou na organização de jogo e nas jogadas de envolvimento ofensivo e, embora não tenha protagonizado uma exibição fantástica, esteve em bom nível. Quando o Boavista não tinha a posse de bola, João Pinto e Fary faziam a pressão alta, Zé Manel fechava na direita e Guga procurava fechar no flanco oposto. Os princípios de jogo que Carlos Brito adopta estiveram presentes, com os "axadrezados" a manterem o futebol apoiado, mas com maior rapidez e progressão na circulação de bola, tendo a plateia que esteve presente assistido a algumas triangulações, principalmente junto ao flanco direito. Em suma, o Boavista jogou no campo todo, jogou a um ritmo elevadíssimo, com constantes viriações de flanco e mostrou garra e agressividade (no bom sentido da palavra) no ataque. Aos 10 minutos, Manuel José marca um canto curto, fazendo um passe a Guga, que devolve o esférico ao 81 "axadrezado". O ex-Setúbal cruza ao segundo poste, perto do qual surge Fary, que, num bom gesto técnico (um remate à meia-volta com o pé esquerdo), remata às malhas laterais da baliza de Peçanha. Pouco depois, Areias "rompe" pela esquerda, passando por Primo, e, com um cruzamento perfeito, coloca a bola novamente no senegalês, que cabeceia, embora dentro da grande área, um pouco longe da baliza pacense, para as mãos do guarda-redes dos "castores".
O Paços de Ferreira, por sua vez, tentava sair para o contra-ataque sobretudo pelo flanco esquerdo (Didi e Edson eram os dois extremos, trocando várias vezes de flanco) e aproveitou a insegurança que os dois centrais, principalmente Cadú, mostraram. Aliás, foi na sequência de um erro da dupla que ocupou o centro da defesa "axadrezada" que os pacenses, aos 24min, "assustaram" de novo o público boavisteiro: Didi isola-se perante William Andem, mas Rui Duarte, vindo de trás, recupera e desarma de forma imperial o atacante adversário. O lateral cedido pelo Estoril passa a Lucas, que faz uma abertura para a direita do meio-campo a solicitar Zé Manel. O extremo faz "sprint", endossa a bola a Manuel José, que, com um toque, desmarca Fary, que se encontra descaído para a direita na grande área. Após dominar o esférico com o pé direito, o melhor marcador da Liga em 2002/2003, quando parecia mais provável que tirasse um cruzamento para Guga, dá mais um toque, desta feita com o pé esquerdo, e, sem deixar cair a bola, efectua um remate colocado com o pé direito que não dá quaisquer hipóteses a Peçanha. Era o prémio merecido para Fary, que, após o "calvário" que viveu face à gravíssima lesão que contraiu em Abril de 2004, voltou a marcar em jogos oficiais mais de um ano depois. Parece que está de volta o Fary que trouxe entusiasmo aos sócios do BFC aquando da sua contratação, em Agosto de 2003. O senegalês aproveitou para dedicar o golo à claque "axadrezada", os Panteras Negras. O Boavista chegava, com justiça, à vantagem e parecia que tinha o encontro completamente controlado. No entanto, foi a partir daí que o árbitro da partida, o sr. Hélio Santos, começou a mostrar uma gritante dualidade de critérios (aliás, o juiz do encontro não viu uma carga claramente faltosa, mesmo à sua frente, de Emerson sobre Zé Manel, nas imediações da grande área pacense, quando o jogo registava ainda um "nulo" no marcador). Se até esteve bem quando assinalou as faltas que os jogadores do Boavista cometiam (embora tenha mostrado algum rigor exagerado), a verdade é que não manteve o mesmo critério apertado relativamente aos futebolistas pacenses, ficando por sancionar algumas faltas a favor do Boavista (por exemplo, na grande área do BFC, Didi intercepta intencionalmente um alívio de Cadú, num lance que deveria ter valido um cartão amarelo para o atacante brasileiro, e nem sequer foi assinalada a respectiva falta). Aos 44min, mesmo no "cair do pano" da primeira metade do encontro, quando o Boavista tinha as operações do encontro controladas, os "axadrezados" ficam reduzidos a 10 unidades, por expulsão do influente Lucas. É certo que o médio pontapeia, nas pernas, o pacense Didi, mas também não deixa de ser verdade que esta atitude (que, como é óbvio não deixa de ser condenável e que, com toda a certeza, valeu a Lucas uma dura repreenssão por parte de Carlos Brito) é uma reacção a uma bofetada que o mesmo Didi dá a Lucas. Se a expulsão do ex-Académica se aceita, então também se justificava a exibição do cartão vermelho ao jogador do Paços de Ferreira. O intervalo chegava pouco depois e, apesar da vantagem no marcador, a inferioridade numérica antevia, na altura, dificuldades para o Boavista na etapa complementar da partida.
Ao intervalo, Cissé era lançado para ocupar o lugar de Lucas, saindo João Pinto. Começava o segundo tempo e o Boavista via-se obrigado a conceder o domínio do encontro ao adversário. Carlos Brito apostava agora num 4-2-1-2, com Cissé e Manuel José no meio-campo (estando o franco-malaio encarregue de fazer as compensações no sector defensivo, principalmente no flanco "canhoto", enquanto que Manuel José era o transportador e o distribuidor de jogo no meio-campo, além de ajudar a fechar o flanco direito), Zé Manel passava para a esquerda, tendo de, também, auxiliar Lucas, Fary mantinha-se como principal referência ofensiva da equipa, mas descaía para a direita e Guga, o elemento mais solto da equipa, jogava numa posição mais interior, podendo, aquando dos contra-ataques do BFC, passar para a direita, e, como era o jogador "axadrezado" com menores preocupações defensivas, procurava fazer uma pressão que se pode considerar "média", de modo que os centro-campistas pacenses dispusessem de menos tempo e espaço para distribuir jogo. O Paços de Ferreira voltou a começar melhor, criando perigo novamente na sequência de um canto (aliás, o grande e quiçá único problema da equipa do BFC ontem foi a defesa de cantos e de cruzamentos, uma deficiência que se arrasta desde a época passada): Edson centra, William sai "em falso" e Didi cabeceia "à vontade", valendo Cissé, que apareceu no segundo poste para evitar o golo do empate. No entanto, o BFC conseguiu estabilizar o seu jogo, fechou as linhas de passe no meio-campo e os ataques do Paços de Ferreira resumiam-se somente a cruzamentos feitos pelo lateral-direito Primo. Os pacenses, graças à segurança que Rui Duarte e Areias evidenciavam (principalmente o último), não conseguiam ter profundidade nas alas e não abriam espaços e linhas de passe pelo centro. Aproveitou o Boavista para ganhar tranquilidade e explorar o contra-ataque. Zé Manel recupera uma bola na faixa esquerda, efectua uma arranca excelente, ultrapassando Primo e Júnior, e flecte para o centro, nas imediações da grande área do Paços de Ferreira, para endossar a bola a Guga. O brasileiro tenta, com um único toque, desmarcar Fary na grande área, mas a bola é interceptada pela defensiva duriense. No entanto, um dos centrais do Paços de Ferreira, Emerson, atrapalha-se com a bola perante a pressão de Fary, faz um passe errado que é recebido precisamente pelo senegalês. Fary penetra na grande área e, vendo a desmarcação de Zé Manel na esquerda, faz um centro de grande qualidade ("picou" a bola") e Zé Manel cabeceia para a defesa de Peçanha. No entanto, o número 7 do Boavista insiste e, com um novo cabeceamento, consegue introduzir o esférico na baliza pacense. Foi um prémio merecido por Zé Manel, que, ontem, voltou às grandes exibições, evidenciando o fulgor que não mostrava há alguns meses. O 2-0 dava muito mais tranquilidade quer à equipa, quer à massa associativa "axadrezada". Seguiram-se duas substituições, uma para cada lado. No Paços de Ferreira, saía um médio (Pedrinha) e entrava um extremo-esquerdo (Rui Dolores): José Mota tinha a clara intenção de dar profundidade a ambos os flancos, dando maior liberdade na distribuição de jogo ao "trinco" Paulo Sousa. No Boavista, Fary, ovacionado, com toda a justiça, pelo público, dava o lugar a Cafú. Desta forma, o BFC passava a apresentar um frente de ataque com dois homens extremamente rápidos. Cafú, além disso, ajudava a fechar o flanco direito, libertando Manuel José para tarefas em zonas mais interiores no terreno. Aliás, o Boavista, que continuava a não conceder espaços ao Paços de Ferreira, iniciava uma boa parte das saídas para o contra-ataque a partir de Manuel José, que, na minha opinião, foi o melhor jogador em campo, pelo (muito) que batalhou no meio-campo, pelo auxílio essencial que deu ao flanco direito do ataque, pela visão de jogo que mostrou e pelo muito jogo que transportou para o ataque. Carlos Brito, minutos depois, esgotou as substituições: Guga era rendido por Diogo Valente. O esquerdino passava ser utilizado no flanco "canhoto", Cafú (que entrou bem no jogo, criando muitas dificuldades ao lateral-esquerdo Fredy e conseguindo algumas diagonais que lhe permitiram penetrar na grande área) mantinha-se na direita e Zé Manel, exausto, passava para uma zona mais interior no terreno, sendo, desta forma, "poupado" de tarefas defensivas.
Todavia, foi num cenário de tranquilidade "axadrezada" que o Paços de Ferreira, aos 74min, reduziu para 2-1, na direita, Primo (sempre ele) tira um cruzamento com o pé esquerdo, Rui Duarte falha a intercepção de cabeça (foi "penalizado" por ser um defesa relativamente baixo) e Rui Dolores aproveita o mau posicionamento do lateral cedido pelo Estoril. para bater, com um remate cruzado, William. Ganhava um novo alento o Paços de Ferreira e previa-se que aproveitasse o ânimo que o tento dava e a superioridade numérica para que "encostasse" o Boavista "às cordas". No entanto, o BFC não demorou a reagir e, quase de seguida, voltou a colocar em dois golos a diferença no marcador: Manuel José, na sequência de um livre na direita, passa a Cafú, que, apesar de ter dois pacenses à sua frente, "pica" a bola e desmarca Rui Duarte (redimindo-se, apesar de o lance do golo pacense ter sido o único "senão" da actuação do número 2 do BFC) no flanco direito, este, junto da linha final, cruza para a grande área. O guarda-redes Peçanha ainda toca na bola, mas esta acaba por sobrar para Diogo Valente, que aproveita para cabecear com sucesso para a baliza apenas "protegida" por Fredy. Faltavam cerca de 15 minutos para o final e o 3-1 praticamente colocava um "ponto final" no jogo. O Paços de Ferreira ainda criou perigo na sequência de um cabeceamento de Didi, para William esteve à altura e, com uma excelente defesa, desviou a bola para canto. A propósito, é importante realçar que o árbitro da partida deixou por assinalar algumas faltas cometidas pelos atacantes do Paços de Ferreira sobre William, em plena pequena área, na sequência de pontapés de canto. O jogo aproximava-se do fim e, apesar de José Mota ter feito mais uma substituição, saindo o lateral Fredy para a entrada de Tiago Martins, não restavam dúvidas sobre quem seria o vencedor do jogo. No último dos seis (!) minutos de compensação concedidos pelo sr. Hélio Santos (exagerados para o que se passou durante o jogo, mesmo tendo o encontro estado parado devido ao facto de William ter sido assistido), foi o Boavista quem apontou mais um golo, novamente na sequência de um contra-ataque muito bem gizado, Cissé recuperou uma bola na esquerda, entrega a Manuel José na direita, este faz a variação de flanco e passa a Diogo Valente. O internacional sub-21 consegue romper pela esquerda e chegar perto da linha final, faz um cruzamento junto ao relvado, com grande precisão, para o "coração" da grande área. Peçanha tenta interceptar, mas a bola sobra para Cafú, que faz o 4-1. O encontro terminava praticamente de seguida e a equipa do Boavista saía do relvado, obviamente, debaixo de palmas e cânticos de apoio, sendo ovacionada pelo resultado dilatado e pela exibição convincente e de grande sacrifício. Pouco mais resta a dizer senão voltar a elogiar Carlos Brito pelo trabalho que está a fazer, conseguindo colocar a equipa a praticar um futebol muito agradável e com rapidez de processos. Foi possível ver, algo que não aconteceu na última temporada, extremos ou laterais a irem à linha para tirar cruzamentos. Parece que a pausa no campeonato beneficiou a equipa, que ganhou maior segurança e objectividade na circulação de bola. Além disso, o contra-ataque, algo que falhou na época passada, foi explorado de forma extremamente inteligente e eficaz, raramente "caindo" a equipa na "tentação" de, perante o natural domínio do Paços de Ferreira no segundo tempo, face à superioridade numérica e à desvantagem no marcador, abusar de lançamentos longos para o ataque. O único aspecto que não foi positivo residiu, como já foi referido, na defesa de cantos e cruzamentos. Os dois centrais não estiveram bem no posicionamento e nas marcações e William, apesar de ter estado em bom plano entre os postes, denotou algumas hesitações nas "saídas" que poderiam ter sido comprometedores. Para finalizar, considero importante voltar a enaltecer as grandes exibições de Manuel José, Fary e Zé Manel e deixo mais ua crítica ao árbitro: como é possível que nenhum jogador do Paços de Ferreira tenha visto o cartão amarelo? VIVA O BOAVISTA!!!
Equipas prováveis:
Treinador: Carlos Brito
Paços de Ferreira - Peçanha; Primo, Geraldo, Emerson e Fredy; Paulo Sousa, Júnior e Pedrinha; Didi, Edinho e Edson
Treinador: José Mota
O Boavista vai tentar hoje, à terceira jornada, a sua primeira vitória na Liga betandwin.com, defrontando, no Estádio do Bessa Século XXI, um Paços de Ferreira motivado pela vitória obtida há duas semanas em Setúbal. Carlos Brito deverá fazer duas alterações no "onze", com as entradas do recente reforço Rui Duarte e de Essame. Figueredo, por sua vez, não será titular (segundo foi possível extrair das palavras do treinador do Boavista), podendo, porém, entrar no decorrer da partida, pelo que a organização de jogo será entregue a João Pinto, que poderá ser auxiliado quer por Lucas, quer por Essame. A inclusão do lateral-direito emprestado pelo Estoril "libertará" Manuel José para o posto de extremo-direito (posição em que, nos dois primeiros jogos da Liga, nem Zé Manel nem Guga mostraram autilância, não conseguindo dar profundidade ofensiva ao flanco direito do ataque). No entanto, não é de excluir a possibilidade do ex-Setúbal ser utilizado no meio-campo (jogando ao lado de Lucas e, graças à sua qualidade de passe, ajudando a fazer a transposição do jogo para o ataque, o que permitiria a João Pinto actuar mais solto, como tanto gosta, no apoio directo ao ponta-de-lança), mantendo-se Guga na ala direita do sector ofensivo (ou entrando Zé Manel ou Paulo Jorge). Neste caso, Essame permaneceria no "banco". De resto, William Andem será o guarda-redes, Cadú e Hélder Rosário formarão a dupla de centrais, Carlos Fernandes será o lateral-esquerdo, Diogo Valente mantém-se indiscutível a extremo-esquerdo e, a ponta-de-lança, William Souza deverá ser a opção, embora haja a remota possibilidade de Fary, pelas boas indicações que deixou nos jogos-treino contra o Infesta, o Aves e o Paredes, ser o titular. Todavia, a principal dúvida prende-se com o sistema táctico que Carlos Brito irá utilizar: o 4-3-3 (como na primeira jornada) ou o 4-2-3-1 (que foi o "figurino" escolhido diante do Estrela da Amadora), dois esquemas que foram testados durante a semana. O 4-3-3 tem a vantagem de dar maior solidez ao meio-campo, assegurando que a equipa não correrá o risco de, durante o encontro, ficar "partida" (ou seja, sem ligação entre os sectores defensivo e ofensivo) e, também, concedendo maior liberdade a Essame (ou Manuel José) para sair a jogar; no entanto, este sistema táctico, embora permita a João Pinto jogar mais descaído para a esquerda, podendo apoiar Diogo Valente (o que tornaria desnecessário que Carlos Fernandes, que não tem grande "à vontade" a atacar, suba muitas vezes pelo seu flanco), "retira" liberdade ao número 12 do Boavista, que, deste modo, disporia de menos espaço para arriscar romper, e impediria o internacional português de jogar nas "costas" do ponta-de-lança, não podendo fazer uso da sua capacidade no último passe. O 4-2-3-1, por sua vez, tem a vantagem de conceder, como já foi referido, maior liberdade a João Pinto, que jogaria com menores responsabilidades na organização de jogo e poderia tentar combinações e "tabelinhas" com os extremos (descaindo, durante o jogo, quer para a esquerda, quer para a direita) e com o ponta-de-lança, além de poder tentar, recorrendo ao seu poder de finta, penetrar na grande área e abrir espaços para os companheiros. Contudo, este esquema confere mais espaços ao meio-campo adversário, além de conceder maiores responsabilidades a Essame/Manuel José, podendo a equipa estar mais exposta aos contra-ataques do Paços de Ferreira no caso de perdas de bola de um dos dois médios mais recuados. A escolha do sistema táctico (até poderão ser os dois utilizados durante a partida, em fases diferentes do encontro) dependerá da confiança que Carlos Brito depositará em Essame/Manuel José para a distribuição/transporte de jogo e para a retenção da bola (embora Lucas também possa auxiliar nestas tarefas, mesmo actuando como elemento mais defensivo do meio-campo) e nos riscos que o treinador do BFC estará disposto a correr (recorde-se que, apesar de o 4-2-3-1 ser, claramente, o melhor sistema táctico para uma circulação de bola rápida e com progressão no meio-campo adversário, este esquema apresentou deficiências na primeira parte diante do Estrela, face à deorientação dos dois médios-defensivos, o que fez com que a ligação com o ataque falhasse e o BFC perdesse o domínio do encontro).
Relativamente ao Paços de Ferreira, José Mota deverá apostar num modelo de jogo semelhante ao que tão bons resultados deu em Setúbal, baseado num meio-campo essencialmente de combate (embora com capacidade para fazer a transição defesa-ataque, principalmente através de Pedrinha, jogador que apresenta boa visão de jogo e qualidade no passe) e um tridente ofensivo bastante rápido e móvel, tentando aproveitar o natural balanceamento atacante do BFC (porque joga em casa) para surpreender no contra-ataque. Além disso, o Boavista deverá ter em atenção os dois laterais, seguros a defender e a atacar, pelo que os dois extremos "axadrezados" deverão abrir nos seus flancos, de modo a ganhar superioridade nas alas, impedindo os pacenses de as explorar, com José Mota gosta.
Para finalizar esta antevisão, resta afirmar que o Boavista, para conquistar os três pontos, terá de ser uma equipa compacta, pressionante no ataque (sem, todavia, colocar em causa a consistência defensiva nem as marcações no meio-campo), superior no meio-campo, rápida nas transições defesa-ataque (algo que não aconteceu nos dois primeiros jogos da Liga) e ataque-defesa (de modo a manter a solidez defensiva perante os ataques rápidos do Paços de Ferreira e evitar conceder espaços mesmo aquando de perdas de bola no meio-campo). Além disso, terá de apresentar profunididade ofensiva em ambos os flancos (e não apenas no esquerdo, uma vez que, frente ao Setúbal e ao Estrela, Diogo Valente foi o único extremo que criou jogadas de ataque pela sua ala), sendo importante que os dois laterais, principalmente Rui Duarte (uma vez que, no flanco "canhoto", Diogo Valente poderá contar com o auxílio de João Pinto), subam pelas faixas (embora não o devam fazer em simultâneo) e maior velocidade e progressão na circulação de bola no meio-campo. No aspecto defensivo, é importante que o meio-campo mantenha sempre grande solidez e feche as linhas de passe ao Paços de Ferreira, Hélder Rosário terá um papel decisivo nas dobras a fazer para compensar as subidas de Rui Duarte. Em suma, é essencial que o Boavista jogue no campo todo (e impeça o Paços de Ferreira de o fazer) e mantenha sempre os seus princípios de jogo, que se baseiam no futebol apoiado e rápido. Além disso, triangulações e "tabelinhas" poderão ser uma solução para abrir espaços no bem organização sector defensivo adversário, pelo que o sector ofensivo terá de apresentar grande mobilidade. FORÇA BOAVISTA!!!
Sp. CovilhãxBoavista
(25/01; 16:00) - 15.ª Jornada
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