Boavista Carlos; Hélder Rosário (Martelinho, aos 58min), Cadú, Éder (Ambassa, aos 71min) e Nélson; Lucas e André Barreto; Guga, João Pinto e Diogo Valente; Hugo Almeida (Cafú, aos 85min)
Treinador: Jaime Pacheco
Moreirense João Ricardo; Primo, Ricardo Fernandes, Sérgio Lomba e Tito; Jorge Duarte, Delfim (Vítor Pereira, aos 69min), Afonso Martins (Demétrios, aos 56min) e Fernando; Lito (Nei, aos 66min) e Manoel
Treinador: Jorge Jesus
Quando, aos 13min da primeira parte, o Boavista inaugurava o marcador por intermédio de Hélder Rosário, era minha convicção que o BFC, frente a uma frágil equipa do Moreirense, não teria grandes problemas em assegurar os três pontos, afastando a recente crise de resultados que tem assolado a formação "axadrezada". Puro engano. Se os primeiros 20 a 25 minutos da partida até foram relativamente agradáveis, com o Boavista a dominar o jogo, destacando-se João Pinto (o melhor em campo), Guga (entrou muito bem no encontro), Lucas e André Barreto, já o resto da partida foi confrangedor. Preocupado, exclusivamente, em segurar um magro e perigoso 1-0, Jaime Pacheco deu ordens aos seus comandados para praticarem aquele futebol excessivamente directo de que (apenas) ele é apreciador. Assim, o jogo do Boavista resumia-se a: bola em Hugo Almeida, com passes longos desde a defesa, para o avançado emprestado pelo FC Porto (que denotou, uma vez mais, uma lentidão exasperante) tentar ganhar de cabeça, procurando solicitar um dos extremos. A verdade é que este modelo de jogo em nada favorece jogadores como João Pinto, André Barreto e Lucas. Enfim, perante este cenário, e aproveitando a desorganização médio-defensiva do BFC, o Moreirense chega ao empate, mesmo tendo o Boavista iniciado melhor a segunda parte. E que dizer da terceira substituição de Jaime Pacheco? Após aguardar pelos 85min para, finalmente, tentar pressionar o Moreirense, eis que Pacheco surpreende tudo e todos, ao lançar Cafú (até aí, tudo bem) para o lugar de Hugo Almeida (embora o 77 "axadrezado" não tenha agradado aos adeptos do BFC que se deslocaram ao Estádio do Bessa, não se impunha, numa altura em que o tempo escasseava e o empate persistia, jogar com dois homens na frente, apoiados por Martelinho, Guga, Diogo Valente e João Pinto?)! Tudo isto frente a uma formação que parece condenada a disputar a Liga de Honra... Com este empate, o Boavista vai iniciar um ciclo dificílimo (Académica, Braga, Guimarães e Benfica) com apenas 2 pontos de vantagem sobre o 6.º classificado. E parecia impensável que, há algumas jornadas atrás, fosse colocada, sequer, a hipótese de o BFC ficar de fora, pela terceira temporada consecutiva, das competições europeias... Exige-se mais garra, ambição e, acima de tudo, futebol à equipa "axadrezada".
Vit. Setúbal - Moretto; Éder, Auri, Hugo Alcântara e Nandinho; Manuel José (Igor, aos 70min), Sandro e Ricardo Chaves; Jorginho (Hélio, aos 118min), Bruno Ribeiro e Meyong (Zé Rui, aos 112min)
Treinador: José Rachão
Boavista Carlos; Martelinho, Hélder Rosário, Cadú e Carlos Fernandes (Éder, aos 53min); Lucas, João Pedro e Tiago; Toñito (João Pinto, aos 62min); Cafú e Zé Manel (Hugo Almeida, aos 25min)
Treinador: Jaime Pacheco
A arbitragem foi péssima uma vez que Jorginho, quando o Boavista ainda vencia por 0-1, agrediu, com uma cotovelada, João Pedro, que, por sua vez, acabou por ser expulso devido ao excesso de zelo do árbitro Olegário Benquerença (que também já mostrou o duplo amarelo a João Pinto, em Moreira de Cónegos, de maneira igualmente exagerada). Além disso, não se percebe como é que o juiz da partida decidiu expulsar Tiago, quando não conseguia (nem ele nem nenhum dos seus auxiliares) constatar o movimento que o 66 do BFC realizou com a perna directa, atingindo Jorginho, pois a elevada concentração de jogadores no local não permitia tal observação. As incidências do encontro foram claramente influenciadas pelas decisões de Olegário Benquerência. Todavia, e porque o Vit. Setúbal não realizou uma portentosa exibição (basta reparar na atitude receosa e algo medrosa que os comandados de José Rachão mostraram contra apenas 9 futebolistas contrárias), uma fatia muito significativa da responsabilidade na "débacle" da passada 4.ª feira pertence, uma vez mais, a Jaime Pacheco. Tem sido norma nesta época a gritante falta de ambição com que a equipa se apresenta nos jogos fora de casa. Mais "escandaloso" é verificar que não falta qualidade a este plantel, o que ficou patente nos minutos finais da partida, em que, com as limitações naturais de quem joga com menos 2 jogadores, o BFC até colocou o Setúbal "em sentido". Por que razão o Boavista não pressionou desde o início da partida. Porque é que se preocupou em demasia com marcações individuais num estádio onde poderia impor o seu futebol. Porque é que o futebol dos "axadrezados" não evolui (ao contrário da sensação que, por exemplo, as recepções a Marítimo, Belenenses e FC Porto deixaram), mantendo um estilo de jogo exacerbamente directo? Outra das questões prende-se com o "onze" utilizado. Jaime Pacheco tem revelado uma enorme incoerência nas oportunidades dadas aos elementos do plantel. Por um lado, não perdoou algumas exibições menos conseguidas de Diogo Valente (que até tinha assumido um plano de destaque), André Barreto, Nélson e o próprio João Pinto (é um facto que não tem correspondido às expectativas, mas não deixa de ser verdade que as oportunidades que lhe são concedidas são escassas; tentou, quando entrou, dinamizar o futebol da equipa em Aveiro e em Setúbal); por outro lado, tem sido "complacente" para com determinados jogadores (Milhazes, Hugo Almeida, citando dois exemplos), que, nos últimos jogos, não foram nada felizes. Porém, continuam a dispor de oportunidades atrás de oportunidades. Além disso, verifica-se que, desde há algumas partidas, Hélder Rosário não está na plenitude da condição física, continuando, contudo, a jogar (para quê a contratação de Ambassa, se o camaronês teve uma única ocasião para competir, contra o Marítimo, para a Taça?). O futebol praticado, nos recentes jogos com Estoril, Penafiel, Sporting, Beira-Mar e Vit. Setúbal (nos últimos tempos, apenas Belenenses e FC Porto foram excepções pela positiva) foi desgarrado, feio, bisonho, mediocre até e Pacheco nada fez para o alterar, quando tinha obrogação e condições para o fazer. A Taça já deixou de ser uma possibilidade, na Superliga, em somente 4 meses, a vantagem para o Vit. Guimarães (6.º classificado) foi reduzida de 11 para 1 ponto e uma equipa que até tinha a possibilidade de se intrometer na luta pelo título corre sérios riscos de ficar, novamente, de fora das competições europeias. É urgente que a equipa técnica faça uma reflexão acerca dos erros cometidos ultimamente e altere radicalmente alguns aspectos ao nível do modelo de jogo e a estratégia utilizados.
Beira-Mar Srnicek; Ricardo, Ricardo Silva, Alcaraz e Tininho; Sandro Gaúcho, Beto e Rui Lima (Heitor, aos 68min; Kingsley, aos 93min); McPhee, Santiago "Tanque" Silva (Ribeiro, aos 77min) e Ahamada
Treinador: Augusto Inácio
Boavista Carlos; Martelinho, Hélder Rosário, Cadú e Carlos Fernandes (Diogo Valente, ao intervalo); Lucas (João Pinto, aos 74min), João Pedro e André Barreto; Zé Manel, Hugo Almeida (Cafú, aos 64min) e Milhazes
Treinador: Jaime Pacheco
O Boavista perdeu ontem com o último classificado da Superliga, o Beira-Mar, num jogo que, se tivesse mostrado o mínimo de ambição nos 75 minutos em que o nulo durou, tinha todas as condições para arrecadar. Na verdade, custa a entender por que razão Jaime Pacheco, à semelhança do que fizera no Estoril e em Penafiel, perante equipas perfeitamente acessíveis, apresentou tantos receios e cautelas. À excepção do quarto-de-hora final, após o (grande) golo de Beto, o Boavista protagonizou uma exibição mediocre, bisonha, enfim, faltam adjectivos para caracterizar uma actuação que não foi digna de um clube como o nosso. Ao invés de aproveitar o elã que vitória frente ao grande rival, o FC Porto, poderia conferir à equipa e a intranquilidade própria de uma formação aveirense que se encontra em verdadeiros apuros, procurando entrar pressionante e impondo um ritmo de jogo forte, os "axadrezados" limitaram-se, durante todo o primeiro tempo, a despejar bolas para Hugo Almeida, sem, no entanto, ninguém a surgir nas suas costas. Na segunda parte, os primeiros 15 minutos foram de um autêntico sufoco, com a particularidade de os lances de ataque do Beira-Mar começarem com perdas de bola infantis do sector defensivo do BFC. Valia Carlos (mais uma grande actuação), que defendeu, inclusive, uma grande penalidade. O Boavista apenas ataca a espaços, com, todavia, destaque para um lance iniciado por Cadú, que centrou para grande área, mas Cafú chegou ligeiramente atrasado para o desvio. Não me vou alongar muito sobre esta triste exibição, porém, vou deixar algumas questões no ar? Porque é o Boavista não iniciou o encontro da mesma forma com que o terminou, mostrando que até tinha condições para realizar uma exibição consistente? O que faziam Cafú (ainda por cima após um grande jogo contra o FC Porto), João Pinto e Diogo Valente no banco, quando mereciam ser titulares (entraram bem na partida)? Tantas oportunidades a Milhazes, porquê? De que valia um empate em casa do "lanterna vermelha"? Zé Manel está claramente a atravessar um período de menor rendimento, qual o motivo para Pacheco, à semelhança do que fez e faz com outros jogadores, não o relegar, pelo menos por um encontro, para a condição de suplente? Para quê um futebol demasiado directo, quando, esta época, o Boavista possui futebolistas com grande capacidade técnica (André Barreto, João Pinto, Toñito, entre outros)? Qual a razão para tantas mudanças, no "onze" e no modelo de jogo, após a vitória frente ao FC Porto? Pacheco continua a insistir nos mesmos erros...
O título desta antevisão aplica-se às duas equipas que hoje vão subir ao relvado do Estádio Municipal de Aveiro, para disputar o jogo de abertura da 29.ª jornada desta Superliga. Por um lado, o Boavista tem de ganhar para não haver a possibilidade de o Vit. Guimarães se aproximar perigosamente e, também, a fim de continuar a depender apenas de si próprio para atingir o "sonho" da terceira presença na Liga dos Campeões. Por outro lado, o Beira-Mar precisa desesperadamente de pontos, daí que uma eventual derrota (ou até mesmo um empate) constitua um rude golpe nas esperanças que a formação auri-negra mantém na manutenção.
No que concerne ao "onze" que vai ser apresentado por Jaime Pacheco, as dúvidas são muitas, incidindo não só nos jogadores que entrarão em campo mas também no sistema táctico. Ao 4-3-3 característico do Boavista de Pacheco opõe-se o 4-4-2 que excelentes resultados deu no encontro frente ao FC Porto. Essa decisão depende essencialmente de dois factores: a recuperação ou não de Tiago e a forma como o treinador do BFC vai procurar que os seus "pupilos" encarem a partida: ou jogando algo na expectativa, concedendo algum ascendente ao Beira-Mar (procurando, com ataques rápidos surpreender uma equipa aveirense que precisa urgentemente de ganhar) ou tentando impor o seu futebol, pressionando os aveirenses nas imediações da sua grande área (o que, apesar de ter o aspecto claramente positivo de conferir um maior caudal ofensivo à equipa, acabaria por expor a defensiva do BFC a jogadores rápidos como McPhee, Ahamada, entre outros). Ao sistema táctico utilizado vai estar associada a titularidade ou não de Hugo Almeida. Assim, Carlos será o guarda-redes, Carlos Fernandes mantém o posto de lateral-esquerdo, Cadú e Hélder Rosário (se bem que também seja de considerar a hipótese de Éder fazer dupla com o autor do golo do último encontro no Bessa) jogarão no centro da defesa e, no lado direito, a primeira dúvida: Martelinho, que esteve em bom nível com o FC Porto, deverá ser titular, não se sabendo, contudo, se voltará a ocupar o lugar de defesa-direito ou se alinhará numa posição mais adiantado no mesmo flanco (neste caso, Nélson regressaria ao "onze"). Mais à frente, no meio-campo, Lucas é o único que tem a titularidade assegurada. Ainda não se sabe se o Boavista jogará com 2 ou 3 médios. Tiago permanece em dúvida e, quanto a André Barreto, tanto poderá ser titular como suplente. No apoio ao ataque, João Pinto poderá "beneficiar" do facto de Toñito, à semelhança de Tiago, se ter lesionado no encontro frente ao rival da Invicta, mazela que coloca a utilização do espanhol em dúvida. Na frente, Pacheco poderá voltar a apostar nos rápidos Zé Manel e Cafú ou, mantendo um dos dois ou mesmo ambos (dependendo da utilização ou não de Martelinho como lateral), adicionar Hugo Almeida. Outra possibilidade seria Pacheco dispensar o contributo de Toñito e João Pinto, jogando com 3 médios e 3 homens mais adiantados. O Beira-Mar, por sua vez, após uma exibição muito positiva em Alvalade, deverá deixar o 3-5-2 desse jogo para um mais arrojado 4-3-3, que se pode desdobrar em 4-4-2. Mário Loja deverá ser relegado para o "banco", de modo a permitir a entrada de Santiago "Tanque" Silva para o centro do ataque. Ahamada e McPhee completarão uma frente de ataque que deverá ser apoiada por Rui Lima e Beto. No sector defensivo. Srnicek é titular indiscutível, Tininho, em princípio, "ganhará" a Mario Loja na disputa do posto de lateral-esquerdo, Ricardo Silva e Alcaraz formarão a dupla de centrais. Ricardo ou Ribeiro, um dos dois será o lateral-direito, face à ausência de Rui Óscar. À frente dos centrais, Sandro Gaúcho será o elemento mais recuado do meio-campo beira-marense. Num duelo que se prevê muito complicado, o Boavista não pode vacilar na defesa, tendo em atenção as movimentações de Ahamada, Tanque Silva, McPhee, Rui Lima e Beto (jogador dotado de um forte remate), sem, no entanto, cair em marcações inidividuais excessivas. Será importante que o Boavista aproveite todos os espaços que o Beira-Mar venha, eventualmente, a conceder no seu sector mais recuado. Os "axadrezados" podem e devem, também, procurar jogar com a intranquilidade do adversário. FORÇA BOAVISTA!!!
Boavista Carlos; Martelinho, Hélder Rosário, Cadú e Carlos Fernandes; Lucas, Tiago (João Pedro, aos 80min) e André Barreto; Toñito (João Pinto, aos 70min); Zé Manel (Guga, aos 84min) e Cafú
Treinador: Jaime Pacheco
FC Porto Vítor Baía; Seitaridis (Quaresma, aos 58min), Jorge Costa, Pedro Emanuel e Ricardo Costa; Costinha, Ibson e Diego (Bomfim, aos 77min) ; Bosingwa, Hélder Postiga (Luís Fabiano, aos 69min)
Treinador: José Couceiro
O Boavista voltou a derrotar o FC Porto, pelos mesmos números do jogo da primeira volta, mostrando, claramente, que é uma equipa superior. A formação "axadrezada" que entrou em campo foi uma antítese daquela que defrontara o Sporting. Não só pelas alterações realizadas (entraram Carlos, Hélder Rosário, Martelinho, Carlos Fernandes, André Barreto e Cafú, saíram William, Éder, Nélson, Milhazes, Diogo Valente e Hugo Almeida), mas também, e sobretudo, pela disposição diferente que apresentou. Foi uma equipa compacta, marcando à zona e jogando num 4-4-2 com um trio formado por Tiago (com a missão de seguir Diego), Lucas (trabalhou muito, desambulando entre o centro e o lado direito, onde constituiu um importante auxílio a Martelinho, participando, também, na manobra ofensiva da equipa por este flanco) e André Barreto (o melhor em campo, na minha opinião, pela postura aguerrida que evidenciou e pela capacidade de, em alguns momentos da partida, principalmente após o golo, organizar jogo, revelando alguns pormenores de grande qualidade). No ataque, dois homens rápidos apoiados por Toñito. Quanto ao FC Porto, nenhuma surpresa. Bosingwa alinhou na ala direita do ataque, Ricardo Costa foi o lateral-esquerdo. A turma portista jogou num 4-3-3. O Boavista entrou melhor no encontro, ganhando superioridade no centro do terreno. Praticamente a abrir Cafú, respondendo a uma boa incursão de Martelinho (ontem a lateral-direito, função que cumpriu, valendo-se da sua experiência), que colocou a bola em Lucas, aproveitando este para cruzar para a grande área, onde o cabo-verdiano efectou um bom cabeceamento, que, no entanto, Baía segurou. O FC Porto, "obrigado" a ganhar sob pena de se afastar, de forma quase irremediável, do título, tentou pegar no jogo, mas não teve grandes resultados práticos. Se é verdade que, durante a primeira parte, os "azuis-e-brancos" até tiveram maior tempo de posse de bola, o meio-campo "axadrezado" conseguiu fechar as linhas de passe ao ataque adversário. E, por isso, a equipa das Antas apresentou pouca profundidade ofensiva. Apenas Ivanildo e Postiga tentavam animar o jogo dos ainda campeões nacionais e europeus. O Boavista procurava sair para ataques rápidos, apostando em Cafú e Zé Manel para explorar a lentidão da defensiva contrária. Realce, ainda, para um cabeceamento perigoso de Toñito, na sequência de um cruzamento de André Barreto. Num período de sensivelmente 15 minutos, entre os 25min e os 40min, o BFC sentiu algumas dificuldades, não pelo que o FC Porto fazia, mas pelo facto de Carlos Fernandes revelar algum nervosismo (o que obrigava Cadú a ter de fechar o lado esquerdo da defesa, trazendo algum desequilíbrio a este sector) e de Toñito não conseguir fazer a transposição para o ataque de forma eficiente. Nesta fase, destacou-se Cafú, que lutou imenso, tentando fazer subir a equipa. Já o seu companheiro, Zé Manel, não tinha a inspiração de outras partidas. Todavia, o Boavista acabou por reequilibrar o jogo. Martelinho, após o ímpeto inicial de Ivanildo, encontrou a "fórmula" para fechar o lado direito da defesa e ajudar o ataque, os dois centrais, constantemente postos à prova pelos livres de que o FC Porto dispunha, superiorizavam-se no jogo aéreo e, com a bola nos pés, não complicavam. Carlos, de regresso à titularidade, mostrava uma total segurança, segurando todos os remates que os jogadores portistas conseguiam direccionar para a baliza. O Boavista acabava o primeira tempo de forma relativamente tranquila. As duas equipas reentraram em campo sem alterações. O Boavista regressava ao encontro de forma mais desinibida, subindo no terreno. Carlos Fernandes, aos poucos, ganhava serenidade, Martelinho era um lateral (ainda) mais ofensivo, Toñito apresentava um maior sentido prático. Aos 52 minutos, o momento alto da partida: na sequência de um livre na direita do ataque boavisteiro, a castigar uma falta de Ivanildo sobre Martelinho, Lucas cruza para a grande área, onde Cadú, superiorizando-se aos seus marcados, efectua um cabeceamento muito bem colocado, batendo Vítor Baía. Era a explosão de alegria nas bancadas do Estádio do Bessa Século XXI. O Boavista recebia, deste modo, uma "injecção" de confiança e, durante um período relativamente largo após o golo, conseguiu trocar a bola, de forma segura, no meio-campo do FC Porto. André Barreto era um dos que mais se evidenciava, tendo, aos 61min, arrancado um remate que passou por cima da baliza de Baía. Couceiro reagia, lançando Quaresma para o lugar do inofensivo Seitaridis. Bosingwa recuava para a posição anteriormente ocupada pelo grego. Previam-se, assim, mais dificuldades para a ala esquerda dos "axadrezados". Entretando, Pacheco substituía Toñito, com muitas queixas, por João Pinto, procurando refrescar o ataque. E conseguiu-o. JVP entrava com garra, sendo encarregado de pressionar e travar o último reduto portista. Face às dificuldades que Zé Manel apresenta em defender, tendo visto, inclusive, um cartão amarelo por falta sobre Quaresma, Pacheco decidiu colocar o abnegado Cafú a fechar o flanco canhoto, ficando Zé Manel e João Pinto como unidades mais avançadas da equipa. E o cabo-verdiano, uma vez mais, não virou a cara à luta e impediu Bosingwa de funcionar como um segundo extremo-direito do FC Porto. Além disso, mesmo tendo pouco espaço, conseguiu algumas incursões por aquela ala, o que levou a que Jorge Costa e Pedro Emanuel recorressem à falta. José Couceiro limitava-se a trocar de ponta-de-lança, lançando Luís Fabiano. E esta substituição acabou por beneficiar o... Boavista, uma vez que o avançado brasileiro denotou uma gritante apatia, em constraste com Postiga. Pouco depois, o treinador ex-Setúbal esgotava as substituições, trocando um intranquilo Diego (que já tinha visto um cartão amarelo ) por Bomfim, que absolutamente nada veio a acrescentar. Por esta altura, o FC Porto "despejava" a bola para as imediações da área, com Cadú e Hélder Rosário a conseguirem cortar. Carlos, por sua vez, cumpria sempre que era chamado a intervir. O tempo passava e os adeptos do BFC acreditavam cada vez mais na vitória. Tiago saía, lesionado, e entrava João Pedro, que não acusou a sua inexperiência e manteve a estabilidade no meio-campo. Quase de seguida, Zé Manel era rendido por Guga, que passava para o flanco esquerdo, permitindo a Cafú voltar a uma posição mais central no terreno. Aos 88min, João Pinto é violentamente pontapeado por Pedro Emanuel. O árbitro mostrou um cartão amarelo claramente complacente para o central portista. Nos quatro minutos de compensações, o Boavista soube resistir ao pressing final do FC Porto. No primeiro minuto dos descontos, Ivanildo, na sequência de um livre em posição frontal, rematava ao lado. Respirava-se de alívio no Bessa, mas maior susto estaria para vir, já após os 94min, quando os sócios do BFC pediam o final do encontro, quando Quaresma, na esquerda, cruza para Costinha, que remata ao lado. Aí terminava, finalmente, o jogo. O Boavista conseguia uma importantíssima vitória, que reforça as ambições de alcançar algo mais que o apuramento para a Taça UEFA. Os "axadrezados" foram uma equipa inteligente, funcionando com um bloco (precisamente o que faltara frente ao Sporting), mostrando personalidade e garra. O trio do meio-campo, pelas razões acima mencionadas, merece um especial destaque, bem como Cafú (não parou durante o jogo), Martelinho (contem com ele...), Carlos, Cadú e Hélder Rosário. Quanto ao FC Porto, foi uma equipa triste e pouco ambiciosa, ficando, com este resultado, praticamente afastada da revalidação do campeonato. O BFC, nos dois "derbies" da Invicta, foi uma equipa mais organizada, mais objectiva e mais tranquila, merecendo, indiscutivelmente, a conquista dos 6 pontos postos em jogo nos dois clássicos "tripeiros". Se tivesse jogado assim com o Sporting... VIVA O BOAVISTA!!!
Independentemente do momento de forma de ambas as equipas, a verdade é que um BOAVISTA X FC PORTO é sempre um jogo muito especial para as duas massas associativas. Nesta época, são 3 os pontos que separam "axadrezados" e "azuis-e-brancos" antes de um derby que poderá ser decisivo. À semelhança do que acontecera na primeira volta, o Boavista vem de uma derrota vexante frente ao Sporting e o encontro diante do grande rival poderá marcar, novamente, a reconciliação com o seus adeptos. Esperemos que assim seja... Para ganhar o jogo, o BFC não pode voltar a cometer os "erros de palmatória" do último sábado. A equipa não pode jogar demasiado em função do adversário, mas sim apresentar personalidade, garra e organização defensiva, atributos, aliás, que mostrou no duelo do Estádio do Dragão. Atenção especial devem merecer os lances de bola parada, nomeadamente cantos e livres dos quais resultem cruzamentos para a grande área (os quais têm sido "fatais" para este Boavista versão 2004/2005), ainda para mais quando o FC Porto possui jogadores como Costinha ou Jorge Costa, que, frequentemente, surpreendem os seus adversários. Além disso, o Boavista raramente, neste tipo de situações, costuma ganhar as segundas bolas, "defeito" que deve ser corrigido já amanhã. Quanto ao "onze" que subirá ao relvado do Estádio do Bessa Século XXI, Carlos ocupará o lugar deixado vago por William, no sector defensivo, Ambassa deverá fazer a sua estreia na Superliga, rendendo o também castigado Éder (uma vez que Hélder Rosário, que fora apontado como o provável substituto do central brasileiro, contraiu um traumatismo na perna direita na 2.ª feira, continuando a treinar-se à condição). No lado esquerdo, é possível que Carlos Fernandes regresse à titularidade, por força da desastrada exibição de Milhazes contra a turma sportinguista. Cadú (embora algo infeliz frente ao Sporting) e Nélson serão os "sobreviventes" da defesa "axadrezada". No meio-campo, a dupla Lucas e Tiago manter-se-á, uma vez mais. No ataque, algumas dúvidas. Se Zé Manel é um jogador indiscutível, os ocupantes dos outros três lugares permanecem incertos. Para a função de "playmaker", João Pinto pode regressar ao "onze", substituindo um Toñito muito desinspirado no confronto face à sua antiga equipa. No entanto, não é de todo improvável que Jaime Pacheco reforce a componente defensiva da zona intermediária, podendo fazer alinhar André Barreto (com o médio brasileiro a assumir o papel de distribuidor de jogo, numa estratégia que surtiu efeito no jogo da primeira volta) ou João Pedro (com o jovem futebolista a mover uma marcação individual a Diego, libertando Lucas para missões mais ofensivas). No flanco esquerdo, Diogo Valente tem sido a opção mais consistente (até porque pode constituir um importante auxílio ao lateral-esquerdo), mas, devido ao facto de o número 11 do BFC não ter estado numa noite feliz na derradeira partida (foi, inclusivamente, subsituído ao intervalo), Pacheco pode colocar Zé Manel nesta ala, apostando no experiente Martelinho para o lado oposto. Na frente, apesar de Hugo Almeida ter sido um dos poucos jogadores "axadrezados" que mereceu referências positivas na sequência da "catástrofe" da última jornada, a sua utilização é, neste momento, uma incógnita, pois o esquerdino está ligado contratualmente ao FC Porto. Assim, o nome de Cafú surge como hipótese, ele que apontou o golo que ditou o triunfo no reduto portista. A velocidade do cabo-verdiano poderá ser muito útil para criar perigo, aproveitando a lentidão que parece algo patente nos centrais "azuis-e-brancos", Jorge Costa e Pedro Emanuel (ou Ricardo Costa). Quanto ao FC Porto, não se aguardam grandes mudanças na equipa. A dúvida incide no sistema táctico: 4-4-2 ou 4-3-3. Se Ivanildo é presença quase certa no "onze", já o extremo do outro lado, Quaresma (também poderá jogar Leandro do Bomfim), não tem a titularidade assegurada, devido ao facto de, por via do regresso de Seitaridis ao lado direito da defesa, Bosingwa poder ser utilizado numa posição mais avançada no terreno, com a disposição da equipa a oscilar entre as duas estratégias acima referidas, dependendo das movimentações do ex-Boavista. O posto de lateral-esquerdo deverá ser ocupado por Leandro, se bem que Ricardo Costa seja uma opção a ter em conta.
Uma vitória do Boavista coloca a nossa equipa na rota da Liga dos Campeões da próxima época, assegurando uma maior tranquilidade ao BFC relativamente à questão do acesso às competições europeias, grande objectivo desta temporada. O FC Porto, por sua vez, precisa de vencer para se manter na luta pelo título. Neste jogo, a "batalha do meio-campo" terá, muito provavelmente, um papel fulcral no seu desfecho. FORÇA BOAVISTA!!!
Sp. CovilhãxBoavista
(25/01; 16:00) - 15.ª Jornada
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