O Boavista perdeu, novamente a jogar de manhã, nos Açores frente ao Santa Clara. Um jogo com duas partes bem distintas, em que, pode dizer-se, os axadrezados, mais por culpa própria do que por mérito da formação da casa, deram, verdadeiramente, dois golos e 45 minutos de avanço ao adversário.
Para o duelo diante do 2.º classificado da Liga Vitalis, Rui Bento apostou num sistema de 4-4-2 (semelhante ao que havia iniciado o encontro frente ao Leiria), com João Tomás como referência ofensiva e Sidnei na esquerda, um meio-campo com François como vértice mais recuado (subiu de central para trinco, dado o regresso de Renato Santos ao “onze”, após lesão), Pedro Moreira mais na direita, Bruno Monteiro mais adiantado do que tem sido costume e Rui Lima ligeiramente descaído para o flanco canhoto.
A primeira parte teve, até ao primeiro golo, uma toada morna, essencialmente disputada a meio-campo, com o Boavista a procurar, sobretudo, a ala esquerda, na tentativa de explorar a velocidade de Sidnei. No entanto, os cruzamentos não saíam com a precisão necessária e, assim, o BFC não conseguia criar grande lances de perigo. O Santa Clara, por sua vez, apostava, apesar do reforçado (na teoria) sector intermediário axadrezado, essencialmente nas transições rápidas pelo corredor central.
Foi então que, sensivelmente a meio do primeiro tempo, quando nenhuma das equipas justificava mais que o nulo, o Santa Clara fez o primeiro tento, num lance em que o Boavista errou em termos defensivos. Após uma alívio muito deficiente de Renato Santos, o esférico sobra para um atacante do Santa Clara, que, com todo o espaço, cruza da esquerda para Rincon, livre de marcação, inaugurar o marcador.
O Boavista tentou reagir e esteve perto do empate em duas ocasiões, com dois cabeceamentos perigosos de João Tomás. No entanto, a fase final da primeira parte foi terrível para os axadrezados, dado que, aproveitando o excessivo espaço concedido, na zona central, quer pelo meio-campo, quer pelos centrais, o Santa Clara, com passes para as costas da defesa, ameaçou primeiro por Vouho, à passagem dos 40 minutos, que surgiu isolado perante Sérgio Leite (só uma boa intervenção do guardião boavisteiro evitou o golo), e acabou por concretizar mesmo no “cair do pano”, com, outra vez, um jogador da casa a surgir isolado, desta vez batendo Sérgio Leite. O intervalo chegava com um 2-0 que castigava a ingenuidade defensiva do Boavista, uma vez que, no futebol jogado, o Santa Clara não foi, contrariamente àquilo que o resultado poderia indiciar, uma equipa dominadora.
À entrada para o segundo tempo, Rui Bento, apercebendo-se de alguma confusão da equipa em termos tácticos (apesar de jogar, no papel, com quatro médios, o sector intermediário não conseguia fechar os espaços e as linhas de passe nem acertar nas marcações), lançou Adriano para o lugar de François, abrindo, assim, a frente de ataque. O Boavista regressava, desta forma, ao 4-3-3, com Bruno Monteiro a recuar para a posição mais recuada do meio-campo e Pedro Moreira a jogar em zonas mais interiores.
E a verdade é que o Boavista entrou melhor na segunda parte, com Rui Lima, logo aos 48 minutos, com um remate de primeira à entrada da área, a chutar ligeiramente por cima da barra. Estava dado o mote para uma etapa complementar na qual o BFC surgiu mais dinâmico e esclarecido. Ao fim do primeiro quarto-de-hora, nova substituição, entrando Márcio Tarrafa a render Gilberto. Rui Bento procurava, com esta alteração, dar maior criatividade e capacidade de segurar a bola ao meio-campo e, simultaneamente, um apoio mais efectivo, pela esquerda, ao extremo Sidnei. E esses intentos foram conseguidos. Aos 68 minutos, após um cruzamento da esquerda interceptado pela defesa açoreana, Márcio Tarrafa, sem deixar cair a bola, aproveita a segunda bola e faz um golo espectacular (mais um… depois do segundo golo de João Tomás frente ao Leiria), sem quaisquer hipóteses para Alemão, guarda-redes do Santa Clara. Um tento justo para o maior domínio boavisteiro no segundo tempo. Motivado pelo facto de bastar, agora, um único golo para repor a igualdade, o Boavista subiu as suas linhas ofensiva e média, surgindo, minuto após minuto, cada vez mais pressionante, impedindo, assim, o Santa Clara de conseguir sair a jogar. Os axadrezados estavam melhores e adivinhava-se o golo do empate. Aos 81 minutos, João Tomás teve, no seu pé direito, uma soberana ocasião para fazer o 2-2, ao surgir isolado perante Alemão, não conseguindo, todavia, melhor que rematar por cima. Um lance decisivo, que poderia ter mudado, por completo, o rumo do encontro. Só que, na jogada seguinte, novo erro defensivo da equipa do Boavista e o Santa Clara, sem ter feito nada que o justificasse, fazia o 3-1 e resolvia, desta forma, a partida. Mais um golo muito consentido pela equipa boavisteira e, obviamente, a cometer erros assim não qualquer hipótese de conseguir um bom resultado (fazendo lembrar, por exemplo, o que aconteceu nas derrotas na Póvoa de Varzim e
Mais uma derrota do Boavista fora de casa, a 3.ª consecutiva, num jogo que dá muito que pensar. Perante uma das formações mais fortes da Liga Vitalis, o Boavista conseguiu ser superior durante grande parte da segunda parte, mostrando que tinha qualidade para trazer um bom resultado dos Açores. No entanto, quando se “oferece” três golos ao opositor, é muito, mais muito difícil fazer melhor… O próximo compromisso oficial do Boavista é apenas no domingo dia 21, com a recepção ao Gondomar, num jogo em que, mais uma vez, pedimos aos boavisteiros compareçam em bom número e apoiem, como tem sido hábito, a equipa, de modo a ajudar os axadrezados a conseguir os importantíssimos três pontos. Antes disso, porém, no dia 17 (4.ª feira), pelas 15 horas, o Boavista, também em casa, defronta o Paços de Ferreira, em partida a contar para a 1.ª jornada do campeonato de Primavera da Liga Intercalar.
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GD Santa Clara 3 x Boavista 1 (Rincon, aos 25 e 44 min, Ruben Rodrigues, aos 82 min; Márcio Tarrafa, aos 68 min)
79 Sérgio Leite
13 Zâmbia 3 Renato Santos 4 Bruno Pinheiro
7 Gilberto
15 François
8 Pedro Moreira
27 Bruno Monteiro
23 Rui Lima
9 João Tomás
19 Sidnei
Substituições
François por Adriano, ao intervalo
Gilberto por Márcio Tarrafa, aos 60 min
Sp. CovilhãxBoavista
(25/01; 16:00) - 15.ª Jornada
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